Vitória no Dragão fugiu no último suspiro
07 Fev, 2025
Golo sofrido nos descontos ditou empate no clássico (1-1)
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal deslocou-se, esta sexta-feira à noite, ao Estádio do Dragão e empatou 1-1 com o FC Porto no jogo que abriu a 21.ª jornada da Liga.
Depois de um genialidade de Geovany Quenda que acabou em golo de Iván Fresneda ter fechado da melhor forma uma primeira parte controladora no Dragão, o líder tentou ser à prova de fogo na segunda parte e foi quase até ao fim. Os Leões de Rui Borges tiveram na ‘mão’ a hipótese de voltar a conquistar uma vitória em casa dos dragões e alargar a vantagem pontual para o rival, mas um golo tardio – aos 90+4’ – frustrou essas intenções.
Agora com 51 pontos, o Sporting CP segue no primeiro lugar, com os mesmos oito pontos sobre o FC Porto e sete – à condição – para o SL Benfica.
Para defrontar, no quarto clássico da época, um FC Porto que não vencia há quatro jornadas (2E 2D) no campeonato e ainda em busca de nova identidade às mãos de Martín Anselmi, Rui Borges fez apenas uma alteração – forçada – comparativamente último ‘onze’ dos Leões: Geny Catamo lesionou-se na vitória por 3-1 sobre o SC Farense e no Estádio do Dragão deu o lugar ao jovem João Simões, que foi titular no meio-campo, ‘deslocando’ Francisco Trincão para o corredor direito e Daniel Bragança para as costas de Conrad Harder.
Por sua vez, tanto Hidemasa Morita como Viktor Gyökeres - ambos em dúvida - regressaram às opções, mas começaram no banco de suplentes, onde Biel Teixeira, o mais recente reforço do Sporting CP, esteve também nesta sua primeira convocatória.
Assim que a bola começou a rolar, a turma de Alvalade deixou o primeiro aviso logo nos primeiros três minutos com um cabeceamento de Morten Hjulmand à figura de Diogo Costa na sequência do primeiro canto do jogo. E foi com mais bola do lado Leonino e quase sempre jogada na metade de campo portista que o clássico começou.
Já depois de Bragança ter tentado um cruzamento tenso que não teve desvio na área e também não ter conseguido dar a melhor sequência a um contra-ataque prometedor, a equipa de Rui Borges sofreu (mais) um contratempo: João Simões saiu lesionado aos 23 minutos, entrando Zeno Debast em troca directa.
Praticamente de seguida, um erro na saída de bola do Sporting CP podia ter sido fatal, mas a trave negou o golo em arco a Stephen Eustáquio. Por momentos, o FC Porto - muito intranquilo com bola até então - ganhou confiança. Prova disso foi a tentativa imediata, quase do meio-campo, de Samu, que acabou por ver o ‘chapéu’ cair na malha superior da baliza.
Na resposta verde e branca, Trincão puxou da direita para o meio e, de fora da área, atirou rasteiro e ao lado do poste. Superado o susto, o domínio territorial continuou a pertencer ao Sporting CP, mas continuava a faltar também rasgo e melhor definição no último terço para causar estragos reais. Foi então que Geovany Quenda arrancou para o lance genial - para ver e rever - que fez a diferença na primeira parte.
Colado à linha, tirou o primeiro adversário do caminho com classe, partiu para cima do seguinte, que ultrapassou a alta velocidade – ele por um lado e bola pelo outro – e, já dentro da área, o jovem de 17 anos decidiu também da melhor forma: cruzou rasteiro e, embora Bragança tenha falhado o desvio, a sobra foi parar aos pés de Iván Fresneda e o espanhol atirou para o fundo das redes. Estava feito o 0-1 mesmo em cima do intervalo (aos 42 minutos) e foi rija e bem audível a festa no repleto sector Sportinguista do Estádio do Dragão, que contou no total com 49193 espectadores nas bancadas.
Este segundo golo do lateral Leonino na época, depois de se ter estreado a marcar na jornada anterior, vigorou até ao fim dos primeiros 45 minutos, porque a esforçada réplica azul e branca – à base de cruzamentos – não surtiu efeito.
Fruto da desvantagem no marcador, mas também pontual na classificação, o FC Porto reentrou mais subido e afoito, mas as melhores oportunidades a abrir pertenceram aos Leões. Totalmente rodeado, Maxi Araújo encontrou a saída de uma verdadeira ‘cabine telefónica’ e soltou em Harder, que à primeira atirou forte porém desenquadrado. Pouco depois, o mesmo ponta-de-lança verde e branco tentou a sua sorte de pontapé de bicicleta num canto e a bola não saiu nada longe do poste.
De seguida e também de bola parada, os dragões até introduziram a bola no fundo da baliza de Rui Silva, mas Tiago Djaló, autor do cabeceamento decisivo, estava em posição irregular.
Com a equipa da casa a assumir maiores riscos e a carregar cada vez mais perto da área verde e branca, Rui Borges mexeu para lançar Hidemasa Morita e Viktor Gyökeres – ambos de regresso à competição – e alterou o desenho táctico da equipa ao colocar Debast atrás para perfazer uma linha de três centrais. Ainda antes desta dupla substituição, em cima do minuto 70, o FC Porto ficou perto do empate numa cabeçada de Pepê no ‘coração da área’, mas Rui Silva opôs-se com uma grande defesa.
Por sua vez, o espaço nas costas da linha defensiva azul e branca era cada vez maior e mais apetecível e um lance rápido bastou para Quenda aparecer na cara de Diogo Costa, mas o remate saiu muito por cima. Instantes depois, Gyökeres também surgiu em excelente posição, de costas para a baliza, mas queixou-se de ter sido agarrado na área e acabou por não conseguir finalizar.
Até ao fim foi tempo, sobretudo, de o Sporting CP baixar no terreno e escudar-se na sua defesa, de forma unida e muito sólida, contrariando o desespero dos dragões, que foram procurando o 1-1 com mais pressa do que acerto. Entre vários remates bloqueados e um sem fim de cruzamentos cortados pelo ar, os Leões até foram adiando o golo adversário, mas não o conseguiram evitar no último suspiro do clássico.
Já depois de Gyökeres, numa das suas arrancadas, ter testado Diogo Costa, o FC Porto respondeu com melhor pontaria e fez mesmo o 1-1 no quarto de cinco minutos de compensação: Fábio Vieira cruzou largo, Samu, em esforço, amorteceu para o interior da área, onde Namaso apareceu para deixar tudo empatado. Sobrou pouco tempo para jogar, mas os últimos instantes aumentaram a ‘temperatura’ e foram tremendamente prejudiciais para o Sporting CP.
Tudo começou quando Quenda ainda voltou a surgir na cara do golo, mas um corte muito no limite de Zé Pedro evitou o pior para os dragões. Entre protestos de penálti e um ambiente cada vez mais tenso no relvado, João Pinheiro deu canto e ‘choveram’ cartões para os jogadores Leoninos. Por protestos, Hjulmand e Matheus Reis viram amarelos, sendo que o defesa brasileiro viu dois de seguida e foi expulso, mas não foi o único. O árbitro entendeu, a seguir, que Diomande agrediu Fábio Vieira e recebeu o vermelho directo - mais duas baixas certas na próxima jornada.
‘Caldo entornado’ a fechar um clássico que valeu apenas um ponto aos Leões quando ficou a impressão até bem perto do fim que podia ter sido muito mais valioso.
Na próxima jornada da Liga está agendada a recepção ao FC Arouca, mas antes disso, na terça-feira (20h00), os Leões de Rui Borges enfrentam, também em Alvalade, os alemães do BV Borussia 1909 e. V. Dortmund para disputar a primeira de duas mãos do play-off de apuramento para os oitavos-de-final da UEFA Champions League.
Sporting CP: Rui Silva [GR], Iván Fresneda, Ousmane Diomande, Gonçalo Inácio, Maxi Araújo (Matheus Reis, 86’), Morten Hjulmand [C], João Simões (Zeno Debast, 23’), Francisco Trincão, Geovany Quenda, Daniel Bragança (Hidemasa Morita, 69’), Conrad Harder (Viktor Gyökeres, 69’)