Evento decorreu no Auditório Artur Agostinho

Realizou-se, esta segunda-feira, a formação interna 'O treino individual no processo de formação de elite', organizada pela área técnica do futebol de formação do Sporting Clube de Portugal e que contou (presencialmente e online) com mais de 100 participantes - entre treinadores, coordenadores e membros de outros departamentos do Pólo EUL, da Academia Cristiano Ronaldo, das Academias de Formação Sporting (AFS) e do recrutamento.

No Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, a formação começou com uma intervenção de João Couto, director-técnico do futebol de formação verde e branco que deu as boas-vindas aos presentes e explicou os temas que iam ser abordados.

O primeiro palestrante, ainda durante a parte da manhã, foi Geir Jordet, professor de psicologia desportiva na Norwegian School of Sport Sciences em Oslo, na Noruega, com o tema 'Visual Perception and Scanning in Elite Football Players'.

O scanning (termo que define a acção de analisar o espaço, as opções e o adversários que o rodeiam em pouco tempo por parte do jogador) foi o centro das atenções, com o norueguês a partilhar o seu extenso conhecimento na área.

No final da sua apresentação, Geir Jordet garantiu que "foi um belo dia" e não poupou os elogios ao Sporting CP.

"É um clube muito grande, muito bem-sucedido e respeitado. Toda a Europa admira o Sporting CP por tudo o que foi conseguido aqui. Vir aqui, enquanto investigador norueguês, é uma grande honra e fiquei com uma excelente impressão de tudo o que encontrei aqui, desde a hospitalidade até à organização da viagem, passando pelo nível dos treinadores. A competência, aqui, faz com que o Clube possa olhar para o futuro com bons olhos", começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos.

Sobre o scanning, o palestrante não tem dúvidas de que é algo que deve ser ensinado aos futebolistas desde o início das suas formações: "Com que idade começamos a ensinar os nossos filhos que, quando vão atravessar a estrada, têm de olhar para os dois lados? Não esperamos até aos 14 ou 15 anos, ensinamos assim que aprendem a andar. É o mesmo com o scanning no futebol, tem de ser parte da educação futebolística desde bem cedo".

Depois da pausa para o almoço, os participantes regressaram ao Auditório Artur Agostinho, onde também esteve, desta feita, Frederico Varandas. O presidente do Conselho Directivo falou aos técnicos, tendo realçado a importância de formar jogadores de elite e de investir nos valores e compromisso dos mesmos.

Por fim, foi a vez de Martin Diggle, director do desenvolvimento de treinadores no Liverpool FC, ser o protagonista de mais uma apresentação. O palestrante falou da realidade do futebol de formação nos reds, da importância de criar uma ligação ao clube e dos aspectos tácticos e técnicos ensinados na formação do emblema inglês, com foco no desenvolvimento da identidade individual do jogador.

Depois da parte teórica, o evento terminou com uma sessão prática no Pólo EUL - novamente com Martin Diggle, que admitiu ser "um privilégio ser convidado" pelo Sporting CP, que considera ser "um dos clubes mais icónicos no futebol de formação em todo o planeta". "Vim no domingo e vou para casa na quarta-feira, porque não quis apenas partilhar as minhas ideias. Também quis aprender a ideia do Sporting CP", acrescentou.

Depois de garantir que a Academia Cristiano Ronaldo, que já visitou, "cheira a futebol, que é o mais importante", Martin Diggle garantiu que trabalhar com os Leões é bastante positivo: "Há uma paixão pelo futebol de formação e pelo desenvolvimento do jogador e do ser humano - a sua mentalidade, os seus valores e como se comportam. Queremos trabalhar e colaborar com quem tem ideias semelhantes às nossas. Não iguais, mas semelhantes".

Marco Santos, coordenador-técnico da Academia Cristiano Ronaldo que esteve envolvido na organização da formação, destacou o facto de ser sido "o maior evento desde que começou esta iniciativa, o que demonstra a importância". "Queremos estar sempre em evolução e na vanguarda do conhecimento, pelo que precisamos sempre que nos venham trazer visões diferentes do jogo e da forma de trabalhar os jogadores individualmente para os deixarmos mais, melhor e mais rapidamente preparados para o objectivo, que é o de alimentar a nossa equipa principal", referiu ainda.

Para Raul Ribeiro, coordenador do departamento de desenvolvimento individual, "este tipo de partilha de conhecimentos é super interessante" porque existe o objectivo de estar "constantemente a querer evoluir na forma como se fazem as coisas".

"Tivemos a oportunidade de ouvir dois especialistas internacionais. Somos um clube formador e (...) e é sempre bom perceber como trabalham, comparar com a nossa e ver que estamos no bom caminho", concluiu.