Juniores em visita ao IPO de Lisboa
25 Out, 2017
O técnico Tiago Fernandes e sete jogadores distribuíram sorrisos a crianças e adultos que lutam contra o cancro
A equipa de juniores do Sporting CP deslocou-se ao Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Em mais uma iniciativa social – organizada entre a Fundação Sporting e o Gabinete de Apoio ao Atleta –, e relacionada com o flagelo do cancro, sete atletas leoninos distribuíram presentes e sorrisos, tanto às crianças que brincavam no Pavilhão Lions à espera de consultas médicas, como aos adultos internados no hospital.
Bernardo Sousa, Filipe Semedo, Hugo Cunha, Tomás Silva, Elves Baldé, Tiago Djaló e Bavikson Biai, tal como Tiago Fernandes, chegaram de cabeça rapada e o treinador explicou como a experiência de outros anos o levou a combinar a acção com os jogadores: "Há dois anos, quando cá estivemos, os miúdos olhavam para a forma como os atletas penteavam o seu cabelo. Quisemos tornar a visita o mais natural possível, ficar o mais igual possível do ponto de vista físico. É apenas cabelo, importa é sermos fortes mentalmente, sabendo que são ídolos para muitos deles".
O plantel visitou um espaço dedicado aos mais novos que, aí, esperam consultas de rotina, já tendo vivenciado o período de internamento. Felizmente, começam a dispensar os cuidados médicos mais prementes, ficando-se pela rotina. Ainda assim, em 2016 foram diagnosticados 168 casos novos até aos 16 anos, aos quais se acumula um total de 400 doentes, todos estes sem internamento. Sandra Ferreira, mãe de Bruno, salienta a felicidade do filho: "Foi um dia diferente. Ele já tinha estado em Alvalade com a equipa principal. Foi o que pediu no Make-A-Wish [organização que concretiza os desejos dos mais pequenos]. Adora o Sporting CP. Está contente, está muito feliz. Foi sorte, porque agora só vimos aqui de três em três meses. Felizmente..."
Depois de brincarem com os mais novos, entregarem um peluche personalizado do Jubas, além de cadernos, autógrafos e sorrisos, muitos sorrisos, deu-se o momento de subir até à ala dos adultos.
Individualmente, os atletas foram entregar a sua força e a sua disponibilidade aos que estão internados [o hospital tem capacidade para 25]. Percorreram toda a ala e partilhavam as experiências que encontravam em cada quarto com os companheiros de equipa. Bavikson Biai, Bernardo Sousa e Hugo Cunha, o mais jovem e ainda sub-17, estiveram acima de todos os destaques. Os mais novos têm acompanhamento permanente de um familiar, além de três educadoras e três professoras, que permitem às crianças prosseguir uma rotina minimamente normal. No caso dos adolescentes, há até a entrega dos exames nacionais no hospital. Pelos corredores, vincava-se o agradecimento, os olhos lacrimejantes dos funcionários, e a talvez surpreendente informação de que os miúdos são mais resilientes e de que é mais fácil gerir as suas expectativas e prenúncios. Visível até pela forma como as crianças correm, vestidos casualmente ["não há cá nada de pijamas" diziam-nos], pulando com uma alegria contagiante.
Os jogadores leoninos levaram a solidariedade e trouxeram algumas coisas: "Estas crianças não têm as mesmas condições do que nós. Viemos transmitir uma mensagem de esperança. Isto faz-nos crescer porque demos alegria a pessoas muito reservadas", explica o guarda-redes Hugo Cunha. Bernardo Sousa prosseguiu: "Foi bom trazer alguma felicidade. Sabemos o quão difícil é. Há que dar valor à vida. Nós temos tudo, mesmo tudo. No Sporting CP não crescemos só como jogadores de futebol".
Tiago Fernandes fechou a ronda de entrevistas: "Despimos a nossa actividade diária e aprendemos lições de vida. Os atletas passam a saber que há outras situações adversas. É uma lição e, como treinador, tens de preparar estes jovens para a própria vida".
No final, foi entregue ao hospital uma camisola autografada por todo o plantel.
Mais um grande momento de como o Sporting CP apresenta uma missão social que transcende os relvados ou os pavilhões deste país.