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Vencer o infortúnio na estreia entre os grandes

Por Jornal Sporting
09 Out, 2015

Lançamento do Campeonato Nacional da Liga em seniores femininos

Começar um Campeonato logo a jogar contra os mais sérios candidatos a vencê-lo é daquelas ironias do sorteio que podem ter várias leituras. A de Inês Faustino é positiva para as ‘leoas’. A base da Selecção Nacional – que veio do Celta de Vigo para reforçar o Sporting no ‘playoff’ da época passada mas que acabou por estender o vínculo com os ‘verde e brancos’ – acredita que o Sporting pode fazer uma ‘gracinha’ contra o CAB Madeira, primeiro adversário na estreia das ‘leoas’ na Liga Feminina. “Acho que até pode ser bom para nós. Elas têm uma equipa mais forte que a nossa, por isso apanhá-las no início, quando ainda não nos conhecem tão bem e quando ainda não estão ao melhor nível, pode fazer com que consigamos surpreender”, começou por analisar Inês, referindo-se também aos pontos mais fortes da formação madeirense, que na época passada apenas perdeu um jogo. “Têm uma equipa muito alta, atletas com grande envergadura, muito experientes e que normalmente tomam boas decisões. Também investem sempre muito em jogadoras estrangeiras, que fazem a diferença”. 

Na principal divisão de basquetebol feminino do País, Inês acredita que o CAB Madeira, a União Sportiva e a Quinta dos Lombos serão as maiores dores de cabeça para as ‘leoas’, mas também está convencida de que a Liga Feminina vai proporcionar algumas surpresas na edição de 2015/16. “Houve um acordo entre as equipas para que este ano pudessem ter até três jogadoras estrangeiras, em vez de duas. Com isso, as equipas reforçaram-se mais, principalmente com jogadoras norte-americanas, e penso que a Liga ganhou qualidade mas também equilíbrio”, defende a jogadora, que optou por ficar no Sporting, abdicando para isso de jogar numa liga profissional em Espanha. Quando questionada sobre o porquê, a resposta sai em duas direcções: a cabeça e o coração.

“Terminei em Junho do ano passado a licenciatura em Desporto e Educação Física e queria exercer. A minha ideia é arranjar emprego na área cá e penso que o Sporting me pode abrir algumas portas nesse sentido, através de contactos que possa desenvolver. Em Espanha tinha de ser profissional, não dava para conciliar as duas coisas”, diz. Depois vem o coração. “Fui muito bem recebida cá e como sou Sportinguista é um grande prazer vestir esta camisola”.

Além de jogadora, Inês está a ajudar o técnico Luís Abreu nos treinos, tratando da preparação física das colegas. “Está a ser uma experiência nova, mas óptima, porque estou a trabalhar na minha área e posso ajudar as outras jogadoras com a minha experiência”, revela. Jogadoras essas que formam um plantel de cara renovada. Da época anterior apenas transitaram cinco jogadoras e reforçaram a equipa Catarina Caldeira, Dora Duarte, Telma Fernandes, Beatriz Leitão, Bineta N’Doye, Maria Ferreira, Márcia Carvalho e Arantxa Mallou. Mas a contabilidade não fica por aqui. Acabada de chegar está a norte-americana de 23 anos Khyra Cornely, vinda da North Carolina Central University. Um argumento de peso para acrescentar à conta de subtrair que tem sido a pré-época das ‘leoas’, a contas com um rol de lesões digno de um filme de terror. Um rol do qual Inês faz parte devido a uma lesão no ombro contraída no final da época passada e que ainda se acreditou que poderia ser contornada com fisioterapia, o que não se verificou: a atleta foi operada há uma semana e só deverá voltar à competição em Janeiro.

Além dela, Márcia Carvalho fez uma rotura do ligamento cruzado anterior no primeiro minuto de jogo da sua estreia pelo Sporting, Beatriz Leitão partiu o pulso em dois sítios no terceiro jogo de preparação da pré-época e Cheila Carvalho será submetida a uma intervenção cirúrgica ao joelho. Baixas de peso que, ainda assim, não comprometem as aspirações ‘leoninas’. “O primeiro objectivo definido foi a manutenção na Liga, mas penso que temos equipa para ir mais longe e atingir o ‘playoff’”, esclarece Inês Faustino. “O plantel mudou muito em relação ao ano passado. Conseguimos trazer jogadoras com experiência de anos na Liga Feminina e também jogadoras jovens com potencial. Temos um bom equilíbrio nas posições e penso que estamos no bom caminho”, rematou.