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De braços abertos, 30 anos depois

Por Jornal Sporting
09 Out, 2015

Girão faz lançamento da Taça Continental com o Barcelona

Comecemos pela parte histórica. Até ao ano passado, os duelos contra equipas espanholas eram tendencialmente desfavoráveis, com um total de 14 vitórias ‘leoninas’, um empate e 19 derrotas. O que aconteceu? Entre Calafell, Igualada e Reus, no Livramento ou na Catalunha, os quatro jogos traduziram-se noutros tantos triunfos. Nesse particular, o conjunto ‘verde e branco’ provou a verdadeira essência e relevância dos registos: existem não para fazer museus mas para serem batidos. E foi essa caminhada que conduziu os comandados de Nuno Lopes até à Taça Continental ante o Barcelona, uma espécie de último nível de dificuldade máxima para uma formação que não conhece limites. Em dez jogos contra os catalães, quatro deles a contar para esta competição, o Sporting ganhou um (por 1-0, em 1982/83), empatou outro e perdeu... oito. Três décadas depois, os dois maiores símbolos de ecletismo e vitórias em diferentes modalidades encontram-se para um duelo capaz de, no início da semana, já ter esgotado a lotação do Pavilhão do SC Livramento. Eles, os adeptos, estão hoje e para sempre com eles, os jogadores. E eles, os jogadores, querem hoje e sempre dedicar a eles, os adeptos, as vitórias que dão sentido ao refrão ‘O teu reinado voltará’.

“Vai ser uma partida muito complicada mas representa só a primeira metade de um jogo. Como vamos começar no Livramento, vamos tentar ganhar, seja qual for o resultado. Tínhamos a consciência de que iríamos defrontar nas Supertaças as duas melhores equipas da Europa. Na primeira, com o Benfica, provámos que conseguimos ganhar; agora vamos tentar fazer o mesmo”, comenta Ângelo Girão. “O Barcelona é uma equipa recheada de grandes valores. Apesar das saídas de Torra, Reinaldo Garcia ou Marín, entraram outros como Edu Lamas, Xavi Costa ou Lucas Ordoñez. Têm todos muita qualidade. Não acredito que ainda estejam a entrosar-se, até porque o nosso treinador adjunto trabalhou no Barcelona e percebe o que se faz no clube”, completa.

Ainda assim, apesar de ter três vitórias nas primeiras jornadas (Alcoy, Caldes e Cerceda) e de liderar a OK Liga, há algo que os ‘blaugrana’ ainda não experimentaram na presente temporada. E, por sinal, coincide com um dos pontos fortes dos ‘leões’: o seu covil, o Pavilhão do SC Livramento. “Não sabemos ainda como irão reagir em ambientes adversos e temos a certeza que os nossos adeptos vão estar connosco. Não estaremos sempre por cima mas eles vão estar sempre a apoiar-nos. Da minha parte, é normal que queira retribuir o carinho e atenção que a estrutura e os adeptos me dispensam desde que cheguei ao Clube. Isso faz com que sinta tudo de forma especial. Depois, como tenho amigos nas outras modalidades e gosto de desporto, costumo ir aos jogos para dar o meu apoio”, salienta.

Por fim, e olhando para as oito vitórias somadas na presente temporada (seis em particulares, Supertaça e abertura do Campeonato), Girão admite que a equipa tem mostrado uma assinalável evolução. “Não querendo faltar ao respeito a qualquer jogador do ano passado, porque contribuíram muito para o nosso sucesso, os quatro jogadores que reforçaram o plantel acrescentaram muita qualidade e já estão bem integrados. O Cacau e o Luís Viana são dois dos melhores finalizadores no último terço; o Tuco, o Centeno, o João Pinto e o Tiago [Losna] fortíssimos na transição; de novo o Tuco, o Figueira e o Poka na meia-distância; e o Zé Diogo tem mostrado que é também um grande guarda-redes. Temos um plantel muito equilibrado. Ambições? Já ganhámos a Supertaça e queremos conquistar as outras quatro competições!”, revela.