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Nocentini e um currículo que vale... por todos

Por Jornal Sporting
07 Jan, 2016

Reportagem com Rinaldo Nocentini, reforço italiano do Sporting CP/Tavira

Foi o último a chegar à Academia, quer ser o primeiro em muitas das corridas que o Sporting CP/Tavira vai fazer na presente temporada. Acompanhado pela mulher, num estilo desportivo onde se destaca bem o gosto por tatuagens, Rinaldo Nocentini não escondia a emoção no primeiro contacto com esta nova realidade. “Bem-vindo, boa sorte!”, exclamou Bruno de Carvalho, curiosamente a primeira pessoa com quem se cruzou quando saiu da carrinha que o transportou do aeroporto para Alcochete. “Muito obrigado por tudo”, agradeceu o italiano, percebendo que se tratava do Presidente do Clube. Almoçou, equipou-se à Sporting e começou desde logo a conhecer mais da nova realidade que enfrentará aos 38 anos, após quase uma década a correr em França. Também por isso, não foi o primeiro nem o último na longa sessão de entrevistas feitas na antecâmara da apresentação oficial em Alvalade. O estilo até poderia pregar uma partida e levantar falsas ideias – a verdade é que, apesar de “ter sozinho mais palmarés do que todas as equipas portuguesas juntas”, como sublinhou o director desportivo Vidal Fitas, o transalpino gosta de ser mais um quando está na equipa. E é com esse pensamento, apoiado num conjunto que mescla experiência e juventude, que quer provar que o Bilhete de Identidade é um dado biográfico sem peso nas possibilidades de continuar a brilhar na estrada. 

“Estou muito contente por estar aqui, desde que cheguei a impressão é muito boa. Estou tranquilo nesta nova etapa. Ainda não conheço muito mas, pelo que tenho falado com os novos companheiros, o CC Tavira é uma equipa histórica. Em relação ao Sporting, e como vejo muito futebol, sei que é um grande Clube de Portugal e do Mundo. Em relação ao País, e apesar de sempre me ter fascinado, não conhecia. A minha mulher estava sempre a dizer-me que tínhamos de vir cá e, por coincidência, cá estou. Vai ser um ano bom”, atirou num misto de espanhol e italiano, antes de falar um pouco dos últimos meses e da importância deste novo projecto em termos de carreira: “Para muitas pessoas pode não significar muito. Até podem pensar que estou num Clube pequeno, mas estão enganados, não sabem. É uma aposta muito importante. Já conhecia alguns companheiros como o de la Fuente e espero passar alguma da minha vivência aos mais jovens. Aos 38 anos até podia ter acabado a carreira mas sei que posso dar muito ao ciclismo com este novo estímulo. Quando vi o projecto, gostei e aceitei. Quero provar que estou vivo, não estou morto! E as reacções dos adeptos através das redes sociais só estão a provar ainda mais que fiz uma excelente aposta depois de França”.

“A Volta a Portugal será o ponto alto da época mas teremos outras corridas bonitas. Estou talhado para montanha e sei que quase todas as provas serão assim. Começar na Volta ao Algarve também vai ser especial e espero estar a um bom nível para lutar por um triunfo na montanha. O que interessa é chegar preparado da melhor forma para as provas porque temos capacidade como equipa de alcançar muitas vitórias. Pressão? Nada, já estou habituado. Quero é mostrar o meu orgulho por estar neste Clube e que continuo a ser um corredor forte”, rematou.

Rinaldo Nocentini, que representava desde 2007 a AG2R, teve oito dias a camisola amarela do Tour de 2009 depois de uma prata e um bronze nos Mundiais de Sub-23 e Sub-19, respectivamente. Além das 17 presenças no Tour, no Giro e na Vuelta, conseguiu vitórias de relevo em termos internacionais no Tour do Mediterrâneo e no GP Miguel Indurain, entre outros.