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Saltar para um objectivo ainda maior

Por Jornal Sporting
07 Abr, 2016

Reportagem com os medalhados Diogo Abreu e Pedro Ferreira no Jornal Sporting

Foi o ruído seco do corpo a tocar o trampolim, em simultâneo. A percepção pelo canto do olho. Quando terminaram a final da prova sincronizada, Diogo Abreu e Pedro Ferreira pressentiram que saíam do Europeu de Valladolid com uma medalha. E saíram. Os atletas do Sporting realizaram a série ‘colados’ um ao outro e juntaram à medalha de prata conquistada no Test Event para os Jogos Europeus, em Baku (Azerbaijão) e à de bronze alcançada na Taça do Mundo de São Petersburgo (Rússia), mais um terceiro lugar no Campeonato da Europa – o primeiro de Pedro Ferreira como sénior. 

A voz do jovem atleta de 19 anos denuncia tudo o que as palavras não conseguem exprimir na totalidade – as ideias saem velozes e os sorrisos são vírgulas entre as frases. Não é caso para menos. Além do bronze na prova sincronizada, conquistou outro, novamente com Diogo Abreu – e também com Ricardo Santos e Diogo Ganchinho – na final por equipas. E ainda ficou em 9.º lugar na semi-final da prova individual, à frente de Abreu e Ganchinho, que estão na luta por uma vaga olímpica, a apenas duas décimas da final. “Foi excelente. Senti-me muito confiante na competição e realizei as minhas melhores séries em prova. Consegui atingir duas finais em três possíveis e por duas décimas conseguia as três, o que provavelmente só russos e bielorrussos conseguiram naquela prova – porque são as maiores potências da modalidade. E nas duas a que fui, consegui medalhas”, explica o ginasta que, em Setembro passado, trocou o Ginásio Vilacondense pelo Sporting.

A prova individual abriu-lhe as portas de uma participação plena de confiança. “Nas preliminares, estava nervoso, porque está mais em jogo – não só definia o acesso à semi-final, em individual, como a final por equipas. Mas o facto de me ter saído bem condicionou positivamente o resto. A cada dia sentia que era mais impossível falhar”, explica. “Fiz a série que treino todos os dias, há um ano e meio, e que é de dificuldade média-alta para o nível internacional, onde há gente a fazer cinco triplos, mas o normal são quatro. A minha tem três, o que é muito bom para a minha idade. Estou a treinar séries mais complicadas mas não valia a pena trazê-las para esta prova, porque às vezes, nos trampolins, conta mais a eficácia do que o risco”, elucida Pedro Ferreira, que passou à semi-final em 13.º (103.800 pontos), classificando-se depois em 9.º (56.250).

A experiência ao lado de Diogo Abreu, no Sporting, tem sido uma mais-valia para o jovem ginasta de Vila do Conde. “Tem sido muito positivo treinar com ele, porque está em preparação para o Test Event, intensificou os treinos, e acabamos por puxar um pelo outro, o que nos faz evoluir muito. Estávamos muito bem preparados para esta prova”, diz Pedro, que fez a preparação para o Europeu com três treinos bi-diários por semana e sessões de segunda a sábado. “Não somos só colegas, somos amigos. E é bom fazermos isto com pessoas de quem gostamos, por um lado porque alivia a pressão – sabemos que, se falharmos, essa pessoa não vai ficar chateada connosco – e por outro porque é melhor ganhar com amigos”, acrescenta Pedro Ferreira.

Leia toda a reportagem no Jornal Sporting desta semana, que já se encontra nas bancas.