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A revolução de Alvalade

Por sporting
21 Abr, 2015

Chana recorda conquista da Taça dos Campeões Europeus

Por vezes, uma equipa maravilha não vem só. No Sporting alinhavam elementos de fazer sonhar qualquer treinador de hóquei em patins. Ramalhete na baliza, Sobrinho e Rendeiro na rectaguarda e, por fim mas não menos importantes, Chana e Livramento na frente atacante. O técnico Torcato Ferreira havia juntado este quinteto de luxo para a época de 1976/1977, naquela que seria a época de estreia dos ‘leões’ em competições europeias. Após duas eliminatórias ultrapassadas com relativa facilidade frente aos suíços do Montreux e os holandeses do Lichtstad, surgiu à formação ‘verde e branca’ o todo-poderoso Voltregà, da Catalunha. “Era uma final antecipada. Eles contavam com elementos de uma classe tremenda e que tinham sido bi-campeões europeus nas duas temporadas anteriores”, recorda Chana, à época, um dos jogadores mais virtuosos do Mundo. Se do lado português tínhamos uma equipa maravilha, do lado catalão não o era menos. Miquel Recio, Miquel Cabanas, Humbert Ferrer, Ramón Nogué e Catxo Ordeig, compunham um dos quintetos mais famosos da história da modalidade. Na primeira mão, sob uma chuva intensa, o Sporting cedeu por 5-2. “Os catalães estavam mais habituados a jogar com o piso molhado. A bola praticamente não se mexia, tal foi o dilúvio”, explica Chana. Em Lisboa, apesar da desvantagem considerável, o pavilhão encheu. “Era um apoio fenomenal e fundamental para conseguirmos dar a volta a uma eliminatória que já seria difícil de passar com um bom resultado na primeira mão. Com uma desvantagem de três golos, era praticamente impossível”, recorda. Para motivação, o técnico Torcato Ferreira aconselhou os seus pupilos a estarem concentrados, analisarem bem o jogo e a terem sempre presente a calma. “Acabámos por fazer uma partida à beira da perfeição, graças a esta mentalidade incutida pelo Torcato (Ferreira). De facto, só assim seria possível passar a eliminatória. Vencemos por 8-3 com uma ajuda tremenda do público que fez toda a diferença. É um jogo que recordo com grande saudade, quer pelo ambiente, quer pela qualidade das duas equipas que batalharam até ao último segundo, sob níveis de concentração tremendos”, afirma Chana. Na final a tarefa foi bem mais fácil, como os próprios resultados demonstram. “Jogámos a primeira mão em Lisboa e alcançámos um resultado volumoso que nos permitiu actuar com mais calma na Catalunha”, diz o antigo avançado da selecção e do Sporting. O Sporting acabou por vencer 6-0 em Alvalade e 6-3 em Vilanova, arrecadando a primeira vitória de um clube português em competições europeias, precisamente no ano de estreia do Clube ‘verde e branco’ na Taça dos Campeões Europeus. “Era um pavilhão cujo ambiente muito nos ajudava. Em jogos de grande dificuldade e principalmente em eliminatórias em que a primeira mão não nos tinha corrido tão bem, era o nosso meio de motivação para fazermos jogos a um nível que talvez com um ambiente menos empolgante, nunca conseguiríamos igualar ou superar. Numa modalidade como o hóquei em patins, em que as pessoas assistem ao jogo bem perto do rinque, os adeptos jogam um papel importante para o desempenho dos intervenientes”, completa Chana.