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Já conhece os adversários 'leoninos' na Taça CERS?

Por Jornal Sporting
29 Abr, 2016

Saiba mais sobre as equipas de Vilafranca (Espanha), OC Barcelos e Matera (Itália)

O Sporting CP começa amanhã a sua participação na Final Four da Taça CERS, defrontando na meia-final os espanhóis do Vilafranca (21h45) já depois de ser conhecido o nome do primeiro finalista da competição que os 'leões' venceram na última temporada e que sairá do duelo entre OC Barcelos e os italianos do Matera (19h). Conheça o perfil das três equipas que marcarão presença este fim-de-semana no Pavilhão Municipal de Barcelos.

Vilafranca

A melhor forma de analisar um adversário é visionar o máximo de vídeos possível de encontros anteriores da temporada em curso. No futebol, por exemplo, alguns técnicos consideram importante ir tomando notas ao longo da época e escalpelizar ao detalhe apenas os últimos cinco encontros, por forma a perceberem a condição física e os movimentos tácticos mais trabalhados que se juntam à qualidade técnica em termos individuais. Na preparação para a Final Four da Taça CERS, o Jornal Sporting tentou seguir o ‘método’ mas aquilo que ficou na retina foi exactamente a forma como o Vilafranca se qualificou para a fase decisiva da prova: remate de longe de Navarro, desvio de classe de Edu Fernández e 3-1 que decidia a eliminatória com o Réus... no último segundo. ‘Gooooooollllll’, gritava o narrador da partida quase em lágrimas perante a festa generalizada desde humilde clube refundado em 1970 e que ocupa nesta altura o nono lugar da OK Liga após o empate caseiro com o Lleida a três bolas.

Bem orientado por Jordi Garcia, que deverá sair no final do ano “por questões financeiras substanciais”, como escrevem os jornais locais, o conjunto catalão tem na dupla Eduard Fernández-Roger Rocasalbas o principal perigo em termos ofensivos. Depois, o passar dos meses tem evidenciado um factor a ter em conta nesta meia-final da CERS: o Vilafranca é um conjunto talhado para os grandes jogos, como se viu na vitória frente ao Barcelona em casa (e nos empates com Vic e Liceo) e nas eliminatórias diante de Juv. Viana e Réus, que ‘desaguaram’ no principal momento da formação em termos internacionais. Navarro é o líder e a voz da experiência num clube que já contou também nas suas fileiras com um dos melhores de sempre: o italiano Enrico Mariotti.

OC Barcelos

O OC Barcelos repete a presença na Final Four da Taça CERS como no ano passado, à semelhança do Sporting, mas desta vez com dois pontos a seu favor: o factor casa, que pode contar mais ou menos mas acaba sempre por fazer a sua diferença desde que o desnível de qualidade entre equipas não seja gigantesco; e um conjunto reforçado pelo experiente mas ‘matador’ Reinaldo Ventura, que trocou o FC Porto pelos minhotos na tentativa de terminar a carreira ainda com mais um grande troféu e que se tem mostrado temível como sempre, sendo mesmo o melhor marcador do Campeonato Nacional até ao momento com um total de 42 golos em 22 partidas. Clube que viveu um período áureo entre o final da década de 80 e os anos 90, os minhotos estão agora a voltar à alta-roda do hóquei nacional e internacional, lutando por um lugar que dê acesso à Liga Europeia da próxima temporada (ocuparam o terceiro e quarto lugar até à 20.ª jornada) e por um título europeu que já conseguiram por uma vez no seu historial.

Curiosamente, uma das melhores exibições do conjunto ‘verde e branco’ na presente temporada foi em Barcelos, com um triunfo arrancado ‘a ferros’ na segunda parte após o empate a uma bola que se registava ao intervalo. No caminho para a fase final da CERS, a equipa de Barcelos começou por cilindrar os austríacos do Villach com um total de 32-3, seguindo-se uma passagem fácil frente ao Coutras depois de uma pequena escorregadela em casa na primeira mão (7-7 e 12-3) e a eliminações do Lodi beneficiando dos quatro golos de vantagem conseguidos na primeira mão dos quartos-de-final. Os comandados de Paulo Freitas são um colectivo complicado de ultrapassar, assente numa defesa muito segura, nas transições e na eficácia nas bolas paradas.

Matera

De um ano para o outro, toda uma realidade mudou: se um dos quatro finalistas da Taça CERS fosse o Matera de 2014/15, poderíamos sem qualquer problema (mantendo a humildade e os pés no chão) avançar que, se houvesse possibilidade de escolher um adversário na final seriam os italianos; sendo o Matera de 2015/16, as coisas são diferentes. Bem diferentes: com o técnico Nuno Resende no comando (antes esteve três anos como treinador da Oliveirense e na selecção Sub-20 de Angola), os transalpinos estão a fazer uma notável temporada, tendo terminado a fase regular da Serie A no segundo lugar com os mesmos pontos do que o Forte dei Marmi de Pedro Gil e avançado já para as meias-finais após dois triunfos frente ao Follonica (5-4 fora e 4-2 em casa). Sem historial em termos europeus, e um pouco à semelhança do Vilafranca mas por motivos distintos (está também na luta pelo título nacional), o Matera passou a ver na Taça CERS um objectivo real a partir do momento em que ultrapassou o Alcoy, na mais complicada eliminatória que enfrentou até ao momento.

Com uma defesa coesa – foi a menos batida da fase regular do Campeonato, com uma média de pouco superior a dois golos – e um largo leque de soluções ofensivas assente em nomes como Gonzalo Romero López, Valerio Antezza ou Mattia Ghirardello, os transalpinos prometem ser um adversário complicado para a equipa anfitriã da Final Four, num misto de experiência e juventude que tem funcionado na perfeição como se percebeu também nos encontros contra o Sarzana, adversário que se cruzou com os ‘leões’ já na presente temporada e que foi superado pelos comandados de Nuno Resende sem dificuldades de maior. De atentar também no histórico positivo (se isso contar para algo) do Sporting contra formações italianas, sobretudo as boas recordações do Novara.