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Somos todos Djaló

Por Juvenal Carvalho
28 maio, 2020

Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo!

Em tempo de pandemia, seria muito melhor estar a falar do futuro, daquele futuro que todos esperemos que seja melhor, não só na vertente da saúde pública, como também na económica e, claro, para que o Sporting Clube de Portugal seja cada vez mais forte, e que o pós-COVID-19 nos traga sucesso, aquele sucesso que é imagem de marca de um Clube que os quase 114 anos de vida nos diferenciam dos demais.

Mas infelizmente não é esse o caso. Com a minha crónica já entregue ao jornal e que falava de uma deslocação que fiz a acompanhar o Sporting CP a Sevilha, corria o ano de 1983, uma mensagem de amigo via WhatsApp, e posteriormente um telefonema de outro amigo, ambos com ligações ao basquetebol e ao Sporting CP, chamaram-me para uma notícia que não queria receber. 

A notícia de que o nosso jogador de basquetebol, o Adulai Djaló, que fez 18 anos no passado dia 26, e que chegou ao Sporting Clube de Portugal esta época, vindo do Sport Algés e Dafundo, um clube formador como poucos, está no IPO de Lisboa a travar uma dura batalha pela vida. Aquele menino que chegou a Alvalade, e logo viu e venceu, que foi chamado à selecção nacional sub-18, e que se integrou como poucos num grupo de trabalho que liderava invicto, até às provas serem interrompidas, o Campeonato Nacional da zona Sul do seu escalão, está agora numa batalha incessante pela vida.

Se em campo era na posição 2, para os mais desconhecedores da modalidade, a posição de base-extremo, em que se assumia como um líder, agora terá de ser com esforço, dedicação e devoção da parte médica, que alcançará o caminho da glória, que será a sua recuperação lenta, mas paulatina. Que se Deus quiser o vai fazer retornar aos pavilhões, onde continuará, mesmo que como até acontece aos melhores da NBA, a fazer ‘turnovers’, mas muitas mais assistências, penetrações, e até pontos que serão decisivos. O Adulai Djaló vai contar com todos nós. Todos nós estaremos ao seu lado. Não cairá agora, porque vai levantar-se seguramente depois. Com o espírito de um Leão indomável, que uma cama do hospital e uma doença cruel não o vão deixar abater e cair.

Tão injusto é ver um jovem que atingiu a maior idade agora estar a travar esta batalha. Tão triste é para a sua família este momento. Tão triste é para a família do basquetebol e para todo o universo Leonino, este momento. Uma coisa é certa. Estamos todos a teu lado, ‘puto’. Mostra a tua têmpera. Um Leão só se curva para beijar o símbolo! E tu vais ter essa oportunidade ainda, a de beijar o símbolo do Clube que te acolheu e que te fez um de nós.

Somos todos Djaló!