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Arbitragem – nova vida?

Por Tito Arantes Fontes
15 Jun, 2023

Finalmente - e sim, é mesmo caso para dizer finalmente - a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) surpreendeu-nos pela positiva! Dizemo-lo sem qualquer ironia ou sarcasmo. Tudo porque desta feita a FPF tomou uma boa, positiva e - assim queremos pensar - feliz iniciativa. Fê-lo na passada semana, através de um comunicado no dia 6 de Junho no qual anunciou a criação de um “grupo de trabalho” para estudar o tema global da arbitragem em Portugal, com impacto tremendo e inevitável foco, nomeadamente, ao nível das competições profissionais de futebol.

O propósito da FPF é louvável, sendo que o anunciado é a criação do tal “grupo de trabalho” para estudar a alteração das principais normas que regulam a gestão da função arbitragem. A presidir ao Grupo de Trabalho estará José Fontelas Gomes, actual presidente do Conselho de Arbitragem, que já realizou a primeira reunião de trabalho.

Consta do comunicado divulgado que a FPF propõe que se avance em Portugal para um modelo de organização da arbitragem, designadamente nas competições profissionais, que contemple uma entidade externa.

É - ou melhor dito - será uma revolução total no sector da arbitragem nacional. Designadamente porque a entidade gestora da mesma “sai” da esfera da FPF para se autonomizar e tornar independente da FPF. Significa isto que - pela primeira vez na história do futebol nacional - a arbitragem poderá ficar “fora” do controle directo da FPF, desde logo ficando imune às pressões e equilíbrios a que o normal jogo eleitoral para os órgãos sociais da FPF sempre, naturalmente, obriga e inelutavelmente continuaria a obrigar.

O SPORTING CP - e muito bem! - já se pronunciou favoravelmente a esta iniciativa da FPF. Já antes, aliás, o Presidente Frederico Varandas tinha defendido uma “reforma profunda” na arbitragem, defendendo uma “classe de árbitros realmente independente”.

Claro que esta estrutural alteração não será fácil nem de decidir, nem de implantar. São, na verdade, de antever escolhos e dificuldades de vário tipo que seguramente surgirão. Aliás, velhos “Velhos do Restelo” (passe a expressão) já se começaram a colocar em “bicos dos pés” para criticar a FPF pela “ousadia” que teve em avançar com a sua nova proposta, ainda por cima porque o fez sem a mesma estar já e previamente “autorizada” pelo actual “poder” … emblemática nesse sentido a incompreensível posição do presidente da ANTF, José Pereira de seu nome, o tal que - até ser derrotado pelas decisões dos próprios órgãos da FPF! - tanto pugnou, há uns dois anos, pela punição de Rúben Amorim! É que José Pereira crítica o facto da proposta aparecer sem terem sido ouvidos os sócios da FPF, sendo que a FPF apresenta a proposta para ela ser debatida pelos sócios! Toda a gente percebeu! Mas José Pereira não… não quis perceber… assim dando o mote para as dificuldades que aí virão. Felizmente que, em contraponto, vários outros actores com assento na FPF, nomeadamente na sua assembleia geral, já se vieram posicionar de forma aberta como favoráveis ao desafio lançado pela FPF para a reflexão e o debate. É o caso da APAF, através de Luciano Gomes, respectivo presidente, e da própria Liga, via também o seu presidente Pedro Proença.

Aguardemos, pois, os novos capítulos deste “novo caminho” que se poderá abrir à arbitragem nacional. Continuar como está será sempre perpetuar “mais do mesmo”. E isso é - como bem sabemos e apesar da FPF sublinhar “diplomaticamente” no seu comunicado a evolução positiva da arbitragem nacional nos últimos anos - mau, muito mau mesmo! Independentizar pode, com efeito, vir a ser caminho viável, muito interessante e positivo, como já sucedeu noutros países, desde logo por exemplo Inglaterra.

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!!!

P.S. - Na próxima semana voltamos às nossas queridas modalidades! Estamos na luta no futsal e no hóquei em patins, empatados a um jogo para cada lado em ambos os casos. Perdemos a final no basquetebol (ai a influência maldita daquele “último cesto” do nosso opositor no primeiro jogo da final!). Ganhámos galhardamente a Taça de Portugal em andebol… e vão 17! E no ténis de mesa somos campeões nacionais em femininos!