"E se corre bem?". Foi assim, com estas palavras, que Rúben Amorim contrapôs a uma pergunta de um jornalista que lhe perguntava: "E se corre mal?", acerca da sua contratação, que tudo começou. Corria o mês de Março de 2020 e as hostes Leoninas estavam em profunda depressão e com as expectativas muito em baixo, quase no limiar do desespero. 

Eu próprio, então em conversas com pessoas mais ligadas ao universo Sporting não era dos mais optimistas em relação à contratação de Rúben Amorim. Não pela pessoa, até porque não conhecia particularmente. Fui céptico, assumo, como aliás, milhares e milhares de Sportinguistas. Agora é fácil tecer grandes elogios, mas quantos de nós viram o que o nosso presidente Frederico Varandas e Hugo Viana viram então? Poucos, muito poucos. A bem da verdade, quase nenhuns, pese o bom trabalho que ia fazendo em Braga. 

Mas foi efectivamente o momento da mudança, um golpe de asa fantástico dos nossos dirigentes que tudo transformou para melhor.

Chegou com ideias próprias e trazia na confiança das suas capacidades o segredo para dar vida ao Leão. Começou cedo por me impressionar – a todos, aliás – na forma de estar e de comunicar. Posso hoje dizer que "bebo" cada palavra sua nas conferências de imprensa. Desde o início, cada vez me surpreende mais. Um jovem treinador com ideias próprias e que as consegue exponenciar como ninguém, ao nível da comunicação, mas sobretudo ao nível do treino.

Chegou a mais de meio da época de 2019/2020 e estreou-se no Estádio José Alvalade com uma vitória ante o Aves. Como o disse anteriormente, a esperança era nula, mas nestes quatro anos e meio tudo mudou. Quem diria que aquela vitória seria a primeira das 150 já conseguidas. Quem diria que aquele jogo seria o primeiro dia destes para já – por mim poderá ser o "nosso" Alex Ferguson – 216 jogos oficiais e com dois títulos de Campeão Nacional ganhos, para gáudio da família Leonina. Aquilo que era a descrença transformou-se, em pouco tempo, num país pintado de verde e branco. Com milhares de jovens – sobretudo estes que nos garantem o futuro, esse amanhã de conquistas que os esperam. Como no hino da sempiterna Maria José Valério, somos hoje felizes desde os netos até aos avós. 

Sabemos que não vamos ganhar sempre, até porque ninguém o consegue fazer. Mas sabemos que, arrisco a dizê-lo sem correr o risco de estar errado, no meu tempo, e de tantos que estão a ler estas linhas, estaremos a viver o melhor período de sempre no futebol da nossa era.

Apostou em jovens, valorizou jogadores ao ponto de sermos hoje um clube apelativo aos "tubarões" do futebol mundial, trouxe de volta a esperança e sobretudo, como que a cereja no topo do bolo, conseguiu títulos. 

É hoje justamente reconhecido pelo seu trabalho. É hoje um dos nossos, daqueles profissionais que, sem desprimor para ninguém, a mim me fascina particularmente.  

E não é que correu bem, Rúben Amorim. E sei que tu sabes – desculpa este trato até porque não nos conhecemos pessoalmente, que poderão estar para chegar momentos ainda melhores. Quem sabe chegará o “bi” porque tanto esperamos lá para Maio de 2025. Sabemos que não será fácil. Mas também sabemos que o teu #ondevaiumvãotodos não tem limites para sonhar. Contigo não existem impossíveis. 

Por isso terás em mim um apoiante incondicional. Por isso terás em mim um daqueles que mesmo quando não ganhares, estará ao teu lado.  

Amanhã, em Faro, irás à procura da 151.ª vitória de Leão ao peito. Jogo a jogo, como é teu timbre, o pecúlio aumenta. Acabo o texto a trautear a música que as claques te dedicam.  Obrigado por fazeres feliz o reino do Leão!

P.S 1 – Este fim-de-semana o andebol inicia a época oficial com a disputa da Supertaça. Depois do triplete, porque não sonhar com mais uma conquista. Força, Leões!

P.S 2 – O futebol feminino terá amanhã, no Estádio do Restelo a final da Supertaça ante o eterno rival. Em busca do sucesso. Força, Leoas!