Sporting CP conseguiu recuperar de duas desvantagens, mas acabou derrotado nos penáltis pelo Benfica

O sonho de voltar a conquistar a Taça de Portugal esfumou-se na meia-final diante do Benfica que, assim, se desforrou da derrota de 2016 na finalíssima (4-2).

A superioridade do Sporting CP no controlo do jogo foi evidente, mas o Benfica foi mais forte a explorar a transição, apostando num jogo directo para Elisandro. A grande diferença acabou por ser a eficácia, sendo que o Benfica foi muito mais feliz na finalização. Ao contrário, Bebé foi adiando o que pôde. Nos penáltis, novamente, a competência ou sorte como se queira chamar, foi maior no lado dos encarnados.

Aos oito minutos, Fortino sofreu uma falta dura. O livre estudado teve sucesso, com Leo a servir na perfeição Diogo, que, de cabeça, abriu a contagem. Aos 16’, Chaguinha igualou depois de um lance individual, com um remate à entrada da área.

No segundo parcial, o Sporting CP voltou a procurar incessantemente o golo, enquanto o Benfica se ficava (cada vez mais) pelo jogo directo e pelas saídas rápidas. Foi assim que os encarnados chegaram à vantagem. Fábio Cecílio tirou a bola a Fortino, entregou a Chaguinha que, depois, serviu Cecílio para um remate bem-sucedido. Aos 28', agressão de Fernando Wilhelm a Varela. O jogador leonino também empurrou o adversário e ambos acabaram expulsos.

Aos 29’, Fortino, que até não havia tido sucesso na finalização, acabou por empatar o jogo. O pivot tirou Bruno Coelho da frente e desferiu um remate indefensável ao canto superior direito da baliza de Bebé, numa altura em que Nuno Dias arriscara o guarda-redes avançado, com ambas as equipas reduzidas a quatro jogadores.

Três minutos volvidos e Elisandro conseguia roda para fazer o terceiro do Benfica. Até à lesão de Leo, o brasileiro tinha sido completamente condicionado, mas acabou por aproveitar algum espaço dado por João Matos, após excelente passe de Chaguinha.

O Sporting CP apostou no 5x4 e, mesmo sem sucessos práticos durante três minutos, os últimos dois foram de total sufoco para o Benfica. Bebé ainda evitou três remates, mas Merlim, a cinco segundos do fim, surpreende o guardião do Benfica com o movimento habitual. 

Nos penáltis, Fortino abriu as hostes, mas acabou por atirar por cima. A partir daí, sucesso para os três jogadores do Benfica (Patias, Bruno Coelho e Franklin Cavalcante) e para os dois do Sporting CP (Diogo e Merlim). 

Tiago Fernandes pediu 'casa cheia' no dérbi da 11.ª jornada frente ao Benfica

Sábado é dia de dérbi para os juniores do Sporting CP. Líderes da tabela classificativa e com um registo 100% vitorioso há cinco jogos (FC Porto, Belenenses, Sp. Braga, Rio Ave e Académica), os sub-19 recebem o eterno rival na máxima força, numa altura em que as duas formações estão separadas por 14 pontos de diferença (25 contra 11 pontos). Ainda assim, Tiago Fernandes, técnico leonino, apontou para as qualidades do adversário. 

Luís Martins confiante na vitória do Sporting CP frente ao Benfica no dérbi das equipas B

Esta sexta-feira (16h), a Academia Sporting, em Alcochete, vai servir de palco para o dérbi das equipas bês entre leões e Benfica, a contar para a 40.ª jornada da Ledman LigaPro. O técnico dos verdes e brancos, Luís Martins, fez a antevisão da partida e destacou que o objectivo passa por regressar às vitórias, respondendo assim da melhor forma à derrota frente ao FC Porto B (3-2). “O que espero deste jogo não é nada de transcendente em relação ao que é a matriz do Sporting CP. Jogar para ganhar e lutar por esse objectivo até ao fim. Queremos somar mais três pontos para continuar no nosso caminho ascendente na classificação e, se possível, com uma boa exibição, que é algo que os nossos adeptos merecem”, assinalou ao Jornal Sporting.

As águias ocupam actualmente o terceiro lugar do campeonato, com o treinador leonino a esperar por isso um jogo difícil. “Espero as dificuldades que são inerentes a um adversário que é uma das boas equipas da 2.ª Liga, mas nós queremos demonstrar que também temos qualidade de jogo e que o lugar que ocupamos na tabela classificativa não corresponde à nossa valia. Queremos marcar uma posição e mostrar que têm de contar connosco para o futuro”, realçou.

O técnico leonino destacou ainda o papel importante que os adeptos têm desempenhado desde que assumiu o comando da equipa. “Os nossos adeptos têm sido verdadeiros Sportinguistas e leões. Sabemos que amanhã (sexta-feira) vão estar connosco como têm estado desde que a equipa apresenta qualidade e defende os valores do Clube em campo. Do lado de fora, estão pessoas que nos têm dado muito carinho. Seja na Academia ou nos jogos fora, têm-nos apoiado muito, o que tem sido essencial. Queremos agradecer-lhes por isso e compensá-los dentro de campo com uma boa exibição e mais três pontos”, finalizou. 

Leões adiantaram-se no marcador logo a abrir o dérbi, tiveram oportunidades para 'matar' a partida, mas acabaram por dividir pontos com o Benfica

Poderíamos começar esta crónica por falar da intensidade dos dois rivais em campo, dos golos (um para cada lado), dos heróis do encontro, dos vilões, ou até mesmo de eventuais casos de arbitragem, mas nada (nem ninguém) se destacou mais no dérbi do que o apoio (incansável) dos Sócios e Adeptos do Sporting CP, que este sábado vestiram o equipamento de '12.º jogador' frente ao Benfica. Incrível... e mais do mesmo!

Não, não chegou para somar os três pontos, mas foi um factor fundamental para as contas do jogo grande da 30.ª jornada da I Liga, que terminou com divisão de pontos entre os dois maiores rivais lisboetas (1-1). Galvanizados por um ambiente fantástico nas bancadas, os comandados de Jorge Jesus tiveram um verdadeiro arranque de leão e logo aos cinco minutos já estavam a festejar o primeiro golo da partida. Cortesia de Adrien, através da marca de grande penalidade, a cobrar um erro grosseiro do guardião contrário, Ederson, que fez falta sobre Bas Dost após uma reposição de bola no ataque. O árbitro Artur Soares Dias apontou de imediato para o castigo máximo e o internacional português não desperdiçou. Bola para um lado e o brasileiro para o outro. 1-0 em Alvalade - há dez anos que não se marcava um golo tão cedo num dérbi entre os rivais da Segunda Circular.

Nota: Desde o dia 1 de abril de 2016 que o Benfica não sofria qualquer golo de penálti no campeonato...

Os festejos deram lugar ao entusiamo, em contraste com os nervos do lado contrário. Ainda assim, a pressão inicial esfumou-se com o passar do tempo e os encarnados conseguiram equilibrar a balança da partida. Justificava-se, uma vez que os pupilos de Rui Vitória tinham de correr atrás do prejuízo. O intervalo chegou logo a seguir e fez bem ao Sporting CP, que voltou a entrar na segunda parte com intensidade... e vontade. O problema é que a bola não quis entrar e, diga-se, também faltou pontaria. Muito por culpa de Bas Dost: primeiro num cabeceamento que passou muito por cima do alvo (48') e pouco depois num remate 'enrolado' apenas com Ederson pela frente (54').

Foi aqui que entrou em acção a velha máxima do futebol: 'quem não marca, sofre'. O mesmo que dizer que Lindelof aproveitou um livre directo para restabelecer a igualdade no dérbi (66'). Rui Patrício nada podia fazer. Jorge Jesus respondeu com a entrada do 'irrequieto' Daniel Podence, mas apesar de toda a irreverência do miúdo, o resultado não voltou a sofrer alterações. O apito final acabou por parecer um autêntico balde de água fria em Alvalade.

Sabe a pouco, até porque um ponto não tira o amargo de boca que deixou o empate.

Bruno de Carvalho lamentou que Luís Filipe Vieira não tenha aceitado o convite para assistir ao dérbi na tribuna de Alvalade

O Presidente do Sporting CP, Bruno de Carvalho, não escondeu a desilusão pelo facto de o homólogo do Benfica, Luís Filipe Vieira, ter rejeitado o convite para assistir ao dérbi deste sábado (20h30) na tribuna do Estádio de Alvalade. “Lamento profundamente o que aconteceu. Considero que o futebol pode viver as suas rivalidades, mas sem ultrapassar fronteiras. Não faz sentido nenhum o que aconteceu esta noite. Tenho de lamentar que uma grande instituição como o Benfica esteja refém das suas claques ilegais e que o seu presidente não tenha a coragem de alterar esta situação. Se fosse eu a receber o convite, provavelmente não o receberia nos mesmos moldes pelo que se tem passado, mas a bem do futebol teria aceitado. Acho que quando se dá desculpas por formas e não pelo conteúdo está tudo dito”, começou por dizer aos jornalistas.

O máximo dirigente leonino lamentou ainda algumas situações que têm sido protagonizadas por adeptos das águias nos últimos anos e a postura que o presidente dos encarnados tem tido na resposta a esses acontecimentos. “É pena que nestes quatro anos tenha de assistir a tarjas a gozar com um adepto morto e a um lançamento de petardos para cima de adeptos do Sporting CP aqui em Alvalade. Duas situações causadas por adeptos do Benfica, em que o director de comunicação do clube na altura disse que o que estávamos a referir era folclore. Tenho também pena que agora,, no último fim-de-semana, nos dérbis de futsal e andebol, tenham voltado a ser entoado cânticos a gozar com a morte do adepto morto dentro de um estádio e que mais uma vez nada tenha sido feito. Foi por isso que escrevi o que escrevi. Infelizmente, nestes quatro anos não tenho visto o presidente do Benfica a ter uma posição que condene de facto estas situações lamentáveis”, assinalou.

Por fim, Bruno de Carvalho deixou mais uma vez um pedido aos adeptos leoninos para não responderem aos últimos acontecimentos. “Aquilo que eu quero é pedir aos Sportinguistas que não reajam. Que vivam este jogo com a alegria que é normal no futebol. Sei que é um jogo importante e um dia triste para todos nós, mas não vamos fazer pior. Vamos sim ter elevação e mostrar que o Sporting CP sabe ser diferente pelos bons motivos”, concluiu.

Líder máximo leonino destaca "o respeito pela diferença e pelo fair-play", esboçando o convite para o dérbi da 30.ª jornada da Liga NOS

O Presidente do Sporting CP, Bruno de Carvalho, convidou o homólogo Luís Filipe Vieira para assistir na tribuna do Estádio de Alvalade ao dérbi entre Sporting CP e Benfica. 

O líder máximo leonino destaca "o respeito pela diferença e pelo fair-play", desafiando o presidente dos encarnados a demarcar-se "de forma pública e sem reservas, de criminosos e de claques ilegais", cerca de 15 horas depois da morte de um adepto italiano afecto aos leões nas imediações do Estádio da Luz.

Leia a carta na íntegra:

"Exmo. Senhor Luís Filipe Vieira
Presidente do SL Benfica

Sem prejuízo da manutenção da ausência de relações Institucionais, o respeito pela diferença e pelos valores do desporto e do fair play, tal como muito bem foi dito no vosso recente comunicado, tem de estar acima de qualquer Clube.

Mais uma morte de um adepto do Sporting CP não pode deixar de ser firmemente condenada e deve ser recordada e usada para que, de uma vez por todas, não voltem a repetir-se mais lutas entre adeptos de Clubes.

Um crime é um crime!

O Sporting CP não confunde mais um trágico acontecimento com a necessidade de haver fair-play e respeito dentro e fora das 4 linhas e uma política firme por parte dos Clubes para com aqueles que, mesmo que sejam seus adeptos, se comportem como criminosos.

Um jogo é um jogo. A nossa atitude enquanto líderes de massas, determina o exemplo que queremos dar. Bem sei que enquanto presidente, e como oportunamente foi denunciado por mim, nos últimos 4 anos a sua atitude não tem sido a mais adequada em acontecimentos similares ou na evocação dos mesmos por parte de adeptos do clube a que preside, mas tenho sempre esperança que a partir deste momento altere a sua visão sobre o assunto.

Tenho confiança na capacidade de regeneração do ser humano. Espero por isso que, depois de os acontecimentos devidamente investigados, e se se concluir que por detrás destes factos está um crime perpetrado por um adepto do Benfica, dê um passo nesse sentido e que, finalmente, se demarque de forma pública e sem reservas, de criminosos e de claques ilegais.

Na expectativa de que subscreva o conteúdo integral desta carta e de melhor lhe demonstrar que sei bem, nesta luta contra a violência no desporto, que nem todos têm demonstrado vontade e empenho neste combate que tem que ser prioritário, gostaria de o convidar a assistir ao jogo de hoje na Tribuna do Estádio Alvalade XXI.

Violência, não! Nunca e contra ninguém!"

Dois golos nos primeiros 10 minutos ditaram a derrota dos jovens leões frente ao eterno rival Benfica

Os iniciados do Sporting CP sofreram este sábado a primeira derrota na fase de apuramento de campeão. Em dia de dérbis, os jovens leões deram o pontapé de saída no Estádio Aurélio Pereira, em Alcochete, tendo saído derrotados pelo Benfica por 2-0 sob o olhar atento do Presidente Bruno de Carvalho nas bancadas. Um resultado que foi construído nos primeiros dez minutos da partida, com a entrada em falso dos verdes e brancos em campo a ser decisiva para o resultado final.

Os jovens leões até entraram com tudo e ficaram muito perto de chegar à vantagem logo no primeiro minuto. Grande passe de Joelson Fernandes para Gonçalo Batalha e o médio só não finalizou com sucesso por culpa do corte in extremis da defensiva do Benfica. Só que a equipa encarnada reagiu, de uma forma tremendamente eficaz, apontando dois golos praticamente seguidos. Primeiro, aos 7 minutos, através de uma enorme infelicidade do capitão leonino Eduardo Quaresma, que colocou a bola na própria baliza, após um remate de Paulo Bernardo ao poste. Depois, aos 10, o lateral direito das águias Renato Matos desmarcou Henrique Pereira, que apareceu bem nas costas de José Galante e não deu hipóteses a Diogo Almeida.

Os verdes e brancos sentiram muito os dois golos sofridos e perderam o controlo emocional. O Benfica aproveitou e ditou o ritmo do encontro, tendo criado algumas situações para dilatar ainda mais a vantagem.

O Sporting CP demorou a reagir, tendo acordado apenas nos últimos da primeira parte, altura em que conseguiu recuperar o domínio do encontro e aproximou-se da baliza dos visitantes. A equipa orientada por Pedro Coelho teve mesmo uma soberana oportunidade para reduzir a desvantagem em cima do intervalo. Bom trabalho de Úmaro Baldé no lado direito, dando depois a bola a José Galante, que cruzou para a cabeça de Rodrigo Costa, valendo à formação encarnada o desvio do guarda-redes Samuel Soares.

O descanso chegou então com os leões a terem que recuperar de uma diferença de dois golos, com os últimos minutos do primeiro tempo a deixarem boas indicações para a etapa complementar.

O técnico Pedro Coelho mexeu na equipa ao intervalo, colocando em campo o irrequieto Francisco Conceição para o lugar do desinspirado Joelson Fernandes. A substituição ia tendo efeitos práticos de imediato. O baixinho canhoto ganhou a linha de fundo e cruzou para Bruno Tavares, que rematou de primeira ligeiramente por cima. Os leões estavam bem melhores na partida e voltaram a criar uma ocasião aos 46 minutos. Belo lance colectivo, que começou no lado esquerdo e terminou no lado oposto. José Galante cruzou para o segundo poste, com Francisco Conceição a aparecer bem e a rematar de forma acrobática, mas sem levar a melhor direcção.

O jovem extremo mexeu com o jogo e, três minutos depois, voltou a estar em destaque. Após uma boa combinação com Úmaro Baldé, ganhou espaço à entrada da área, e atirou, com a bola a passar a rasar o poste da baliza defendida por Samuel Soares. O Sporting CP estava bem melhor, conseguindo encostar o Benfica à sua área, sendo que os encarnados apostavam em transições rápidas. Foi num desses lances que o lateral esquerdo Guilherme Montoia subiu no terreno e rematou para uma boa intervenção de Diogo Almeida.

O Sporting CP continuou a pressionar à procura de um golo que o fizesse reentrar na luta pelo resultado e acabou mesmo por conseguir colocar a bola no fundo das redes da baliza dos visitantes a cinco minutos do fim. Só que o lance foi anulado por suposto fora-de-jogo do avançado leonino Tiago Tomás. Um lance que levou a muitos protestos dos responsáveis leoninos e em que nem a repetição televisiva consegue ser esclarecedora. Foi a última oportunidade para os verdes e brancos que, apesar de terem realizado uma boa segunda parte, não conseguiram transformar a superioridade e acutilância ofensiva em golos.

2-0 foi mesmo o resultado final, com a eficácia encarnada e a entrada em falso dos leões na partida a serem factores decisivos para o desenrolar do encontro. O Sporting CP sofreu assim a primeira derrota na fase final e está agora a três pontos do rival.

Conheça a lista de jogadores leoninos convocados para o dérbi, em jogo da 30.ª jornada da I Liga

Confira a lista de jogadores convocados pelo míster Jorge Jesus para o jogo do Sporting CP frente ao Benfica, este sábado (20h30), em Alvalade, à passagem pela 30.ª jornada da I Liga.

1 – Rui Patrício
2 – Ezequiel Schelotto
4 – Jefferson
7 – Joel Campbell
10 – Bryan Ruiz
11 – Bruno César
13 – Sebastian Coates
14 – William Carvalho
15 – Paulo Oliveira
20 – Luc Castaignos
23 – Adrien Silva
27 – Ryan Gauld
28 – Bas Dost
34 – Beto Pimparel
35 – Rúben Semedo
47 – Ricardo Esgaio
56 – Daniel Podence
66 – João Palhinha
77 – Gelson Martins
99 – Alan Ruiz

Jorge Jesus não interpreta o dérbi como uma possibilidade para os leões reentrarem na contenda pelo título, mas destaca vontade de vencer um dérbi sempre "entusiasmante"

Na conferência de imprensa de antevisão à recepção ao Benfica, referente à 30.ª jornada, Jorge Jesus ressalvou o carácter especial de um dérbi que segue agora para a 300.ª edição, não se furtando a reconhecer que a discussão pelo título (ainda) não passa pelo Sporting CP: "A época? Ganhar não salva nada porque o Sporting vive de uma identidade de títulos. Estamos num processo de recuperação, depois de uma grande época que fizemos [em 2015/2016]. Não estamos a discutir o título, mas sim a montar uma estrutura para que possamos 'combater' os nossos dois rivais. Não existe influência directa entre a classificação e este jogo porque queremos jogar com qualidade, ganhar, independentemente de terceiros. É um jogo que vai ser sempre de muita paixão. Há sentimento, características totalmente diferentes do que as restantes partidas. Um Sporting-Benfica apresenta sempre espectáculos entusiasmantes e queremos ter mais qualidade do que o Benfica, fazendo uma grande exibição para poder ganhar".

O técnico verde e branco abordou a ausência de Marvin Zeegelaar na lateral-esquerda para deixar a ideia de que as surpresas tácticas não serão tão determinantes como a condução do jogo a partir do banco de suplentes, por parte dos treinadores: "Face ao comportamento global, não penso que tenha de mudar alguma coisa para surpreender o Benfica. Tenho o conhecimento muito profundo de todas as equipas. Conhecemos as variantes e as características dos vários jogadores. Quando quero lançar algum jogador, faço-o mais pela estratégia e pelas características de cada jogador. Acredito que, durante o jogo, os treinadores são mais importantes do que antes da partida começar. Jefferson, Esgaio e Bruno César são hipóteses e a ideia passa por não tirar qualidade de jogo ofensivo e não me preocupar defensivamente com quem dá mais garantias". 

A finalizar, Jesus destacou que a polémica arbitragem na Luz não foi alvo de análise com os jogadores, voltando a frisar que a possível aproximação (cinco pontos) tem pouco reflexo para o futuro leonino, sempre com o objectivo de conquistar os três pontos: "Não é normal que estejamos fora da discussão pelo primeiro lugar, que, neste momento, é matemática apenas. Queremos ganhar seja a quem for e realçar o nosso trabalho. O que vier do resultado não tem significado. Um treinador não motiva nenhuma equipa falando de erros de arbitragem. Não falo desse tema com os meus jogadores. Não vale a pena repetir tristezas".

O Sporting CP recebe o Benfica em Alvalade no sábado, às 20h30.

Jesus implementou, Vitória não revolucionou. O Benfica deixou de ser de risco e vive das individualidades num processo de jogo débil. O empate dos dragões na Pedreira motiva estratégia de contenção no 300.º dérbi

Alvalade recebe a 300.ª versão do dérbi dos dérbis e, previsivelmente, um Benfica fiel ao seu esquema táctico (que, em 2015, Rui Vitória tentou transformar em 4x3x3). Os encarnados não se dão bem quando se afastam da sua rotina de jogo, devendo preservar Mitroglou e Jonas na frente. Ainda assim, as particularidades do jogo poderão originar a repetição dos cenários do Dragão (nos últimos dois anos) e o de Alvalade (na última época). O ponto valerá a manutenção da liderança e não se espera um rival incisivo na busca do golo, mas sim expectante e apostado no contra-golpe e na bola parada. Os leões, por sua vez, querem manter a senda e derrotar o Benfica em Alvalade para o Campeonato, algo que não acontece desde 2011/2012.

Longe do risco de 2015/2016

O Benfica venceu a I Liga, apresentando um percurso de 88 golos marcados e 22 tentos sofridos. Esta época tem-se pautado por um menor controlo dos jogos e por uma eficácia que mascarou períodos menos bons. Nota-se o maior pragmatismo, contando-se 61 golos (apenas mais três do que o Sporting), mas com menor risco em processo ofensivo, explicando-se o maior número de empates (três) e menor de derrotas (três).

O pêndulo e os corredores

Ofensivamente, os encarnados privilegiam as alas (76% dos ataques), beneficiando da qualidade individual dos seus laterais (a ausência de Grimaldo notou-se), que são  grandes municiadores do avançado grego Mitroglou, que vive talvez a melhor época da carreira. Salvio abusa no 1x1 e é o que mais bolas perde, já Rafa explora como ninguém a transição ofensiva e as diagonais. O miolo vive do espaço dado e das combinações directas entre Pizzi e Jonas. A primeira fase de construção apresenta dificuldades quando o oponente pressiona alto. Defensivamente, os avançados exercem pouca pressão e os extremos (à excepção de Cervi e Zivkovic) dão pouco apoio aos laterais. Lindelof e Luisão têm dificuldades no controlo da profundidade e não deverão jogar tão adiantados perante a rapidez de Gelson. Fejsa é o grande responsável pelo ‘sufoco’ provocado pelas recuperações de bola em zona subida. Se Alan, B. César, Gelson  (e quem sabe Podence) explorarem as trocas posicionais, o sérvio terá missão difícil em ajudar os centrais na cobertura aos dianteiros.

Viagens sofridas

40 golos apontados em jogo corrido durante a temporada na Luz e oito os adversários derrotados por margem igual ou superior a três golos. Fora de portas, registo bem diferente. Duas derrotas (Marítimo e Vit. de Setúbal) e dois empates (FC Porto e Paços de Ferreira) não revelam as dificuldades dos encarnados, mas sim a eficácia  de uma equipa que, não resolvendo os jogos, baixa linhas e sustém vantagens. Sete vitórias sem sofrer golos e quatro pela margem mínima, com sete dos 19 tentos em bola parada. O Benfica cede o controlo e recua, sentindo-se cómodo quando marca primeiro. Em Alvalade, Mitroglou (ou outro) não pode finalizar à mínima chance e permitir que o rival se 'feche em copas'.

A figura

O jogador dos ritmos. O médio-centro encarnado disfarça a incapacidade dos da Luz na zona nevrálgica e ‘fala a mesma linguagem’ do que Jonas, aliando uma eficácia notável (nove golos) ao título de melhor assistente (sete). Apresenta o maior sucesso no passe e é o principal desequilibrador em bolas de ruptura para os laterais e extremos encarnados. Assume as bolas paradas.

Tem conseguido equilibrar a equipa nos jogos grandes, mas sempre com uma estratégia de linhas baixas. Nos jogos fora, continua a criar perigo maioritariamente por contra-golpes e através de bola parada, apresentando dificuldades perante a pressão alta dos adversários mais afoitos. O domínio e as goleadas têm-se ficado pela Luz.