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Português, Portugal

Voleibol Europeu

Por Pedro Almeida Cabral
12 Mar, 2020

A nossa equipa de voleibol já está nas meias-finais da Taça Challenge. Muitos diriam que já teríamos caído. Poucos adivinhavam chegar aqui. Mas a verdade é que a turma de Gersinho lá vai arrancando set atrás de set

Numa temporada europeia com pouco para recordar, há uma modalidade que se vai destacando e chegando longe. A nossa equipa de voleibol já está nas meias-finais da Taça Challenge. Muitos diriam que já teríamos caído. Poucos adivinhavam chegar aqui. Mas a verdade é que a turma de Gersinho lá vai arrancando set atrás de set. Os últimos a cair foram os húngaros do Pénzügyőr SE em dois jogos bem disputados. Aqui chegados, não morre a esperança de o Sporting Clube de Portugal ser a primeira equipa portuguesa a conquistar um troféu europeu de voleibol.

Talvez o primeiro jogo seja o que mais ficou na memória. Ainda no final de Fevereiro, Dennis empurrou a nossa equipa com uma exibição soberba. Dois sets para cada lado e na decisiva negra, o Sporting Clube de Portugal mostrou bem o que valia. É injusto falar somente de Dennis quando o nosso intemporal Miguel Maia também foi superlativo. É, aliás, caso único que sejam estes dois quarentões a marcar o ritmo da nossa equipa. O oposto ítalo-cubano, que já vai na terceira temporada de Leão rampante ao peito, esteve memorável, com 20 pontos. Destaque também para o experiente brasileiro Thiago Sens, um reforço desta época que foi fundamental na negra. Os 3-2 davam alguma tranquilidade para o jogo no Pavilhão Rocha. Ainda assim, seria preciso ganhar cá.

E foi o que aconteceu: vitória claríssima, por 3-0. Nem se pode dizer que tenha sido mais do mesmo. Em comparação com o primeiro jogo, o Sporting Clube de Portugal parecia outro, mais seguro. Corrigimos rapidamente a entrada em falso no primeiro set, o bloco funcionou de forma impenetrável e Dennis e Thiago Sens somaram juntos mais de 30 pontos, entre ases e outros disparos. Gersinho, lapidar, considerou bem melhor o ataque neste jogo que na Hungria. 

Seguem-se os italianos do Milano. O actual surto do novo coronavírus fez cancelar jogos por toda a Europa e, na verdade, não se sabe quando será jogada a meia-final desta Taça Challenge. Do outro lado estará uma equipa italiana numa prova dominada por equipas transalpinas e nunca conquistada por portugueses. Mesmo defrontando o poderoso internacional holandês Nimir Abdel-Aziz, não devemos baixar os braços, deixando que os italianos marquem pontos. O transporte para a final é possível!

Plata e outros metais preciosos

Por Pedro Almeida Cabral
27 Fev, 2020

É este o Sporting CP que precisamos para atacar já hoje a segunda mão com os turcos e o que resta do campeonato. Embora!

Quanto talvez muitos não esperassem, o Sporting Clube de Portugal arrancou duas interessantes exibições, com o melhor futebol desta época. Ideias esclarecidas, equipa compacta e jogo claro.

Depois de um Janeiro de má colheita, com duas derrotas perante os rivais, surpreendeu ver o Sporting CP a jogar solto e com tanta qualidade. Primeiro com os turcos do İstanbul Başakşehir FK e, depois, com o Boavista FC em casa, alcançámos duas vitórias tranquilas, com cinco golos marcados e apenas um golo (escusadamente) sofrido.

Estas exibições muito devem à estabilização táctica de Silas. Mas também ao alto rendimento de jogadores da nossa equipa. O 4x2x3x1 no jogo da Liga Europa resultou em cheio, numa primeira parte tremendamente ofensiva, confundindo os turcos, que certamente esperavam que o SCP surgisse com três centrais. Os dois golos da primeira parte souberam a pouco, tal foi o festival de oportunidades perdidas. Já com o Boavista FC, o mesmo esquema táctico não abriu logo o jogo, pois os boavisteiros emperraram o meio-campo leonino no primeiro quarto de hora. O golo madrugador de Šporar desbloqueou o jogo e, a partir daí, tudo ficou mais fácil. 

O que fica mais sublinhado a verde destes dois jogos é o artista Plata, que tem um poker de qualidades: exímio no drible, remate pronto (incluindo bolas paradas), visão de jogo e posicionamento defensivo. Embora só tenha entrado no final do jogo contra o Başakşehir, obrigou logo o guardião turco a apertada defesa. Seria no jogo com o Boavista FC que o menino de Guayaquil partiria todo o corredor direito. Uma assistência e um grande golo com remate de bolso até parecem pouco face à sua presença em campo. Só tem mesmo que continuar a jogar, pois Plata é como o algodão: não engana. 

Quem também vai levando a barca futebolística do Sporting CP mar adentro é Šporar. Um golo em cada jogo demonstra que o faro pelas redes adversárias é apurado, parecendo ser o ponta-de-lança que tanto precisávamos. Vietto vai escalando de forma. Nestes dois jogos, apontou passes primorosos, com classe e veneno, marcando também um golo. Havia ainda que falar do regresso de Batta (mesmo a meio gás, que diferença!), de Max cada vez mais seguro e de boas indicações de Borja, Neto e Wendel.

É este o Sporting CP que precisamos para atacar já hoje a segunda mão com os turcos e o que resta do campeonato. Embora!

Fora do Campo

Por Pedro Almeida Cabral
20 Fev, 2020

São os atletas, dentro do campo, que nos recordam que o desporto é bem mais que um mero confronto

Finalmente aconteceu. Um jogo de futebol em Portugal ficou marcado pela intransigência e pela coragem em recusar abertamente um festival de insultos racistas. A Marega o devemos. Desde que me lembro de frequentar estádios de futebol, o que já leva mais de 30 anos, sempre ouvi diatribes, insultos, grunhidos, cânticos e grosserias abertamente racistas. Não adianta esconder nem fingir que não se sabia. Esta orgia de discriminação foi-se fazendo sem sobressalto em muitos dos estádios e dos clubes do país. Que, admiravelmente, alguém o tenha exposto de forma tão vincada é que é novidade. 

Estalado o escândalo, seguem-se os processos. O enquadramento legal fará com que eventuais sanções não estejam à altura do sucedido. É o que acontece quando a verdade nos entra pelos olhos adentro depois de décadas de cegueira. O insulto racista é tolerado até ao dia em que deixa de o ser. Esperemos que tenha sido de vez. 

Tenho para mim que este estado de coisas muito deve ao estatuto de que gozam impunemente os espectáculos desportivos em Portugal. Não há amarras que prendam os impulsos mais primários e agressivos. Desde celebração de assassinatos, passando por violência e ameaças, tudo se vai revelando espantosamente possível. Vão falhando as sanções, as condenações públicas e os repúdios privados. Em boa verdade, fora do campo falha-se ainda mais: um dirigismo caduco e incendiário, ligações opacas entre clubes e entre estes e claques, bem como processos judiciais intermináveis e mal-esclarecidos. Tudo isto compõe um cenário decadente e afugentador. Assim vamos andando, até que se sucedam desgraças e estádios vazios. 

Se pouco ou nada muda fora do campo, são aqueles que carregam o jogo às costas que se vêem obrigados a fazer-nos ver o que afinal estava à frente aos nossos olhos. São eles, dentro do campo, que nos recordam que o desporto é bem mais que um mero confronto. Foi o que nos ensinou Marega. Mas também, no mesmo fim-de-semana, o jovem Dinis, benjamim de futsal do Sporting CP, ao não deixar passar um penálti mal assinalado, não querendo atropelos à verdade. São os atletas e as crianças dentro do campo que nos demonstram o triste espectáculo que vamos dando fora do campo. Cada vez mais, não podemos dizer que não sabemos. 

Uma História de Violência

Por Pedro Almeida Cabral
13 Fev, 2020

Uma agressão gratuita a um membro de um Órgão Social do SCP ou a um funcionário do Clube é um acto violento contra o próprio SCP

A chegar à meia centena de crónicas neste jornal, pela primeira vez, não vou falar de um título, de um jogo ou de uma figura do Sporting Clube de Portugal. Só uma razão muito forte me poderia levar a quebrar a linha destes textos, que procuram celebrar o que une todos os Sportinguistas: a paixão pelo Clube e por todos os seus feitos e conquistas. Mas é impossível ser indiferente a mais um episódio de violência gratuita sobre membros do Conselho Directivo do Sporting CP que, desta vez, – pasme-se! – atingiu até uma rapariga de 16 anos, que cometeu o desplante de acompanhar o pai para ver um jogo do Clube.

Nos últimos anos, o Sporting CP tem vivido não um, mas vários episódios de violência. Nem tudo começou com Alcochete. Antes, bem antes, houve uma ameaça séria com faca a um presidente do Sporting CP. Foi há dez anos, mas nem por isso esquecida. Também nem tudo terminou com Alcochete. Logo a seguir, decorreu uma assembleia geral em pleno Meo Arena que mais pareceu uma prova ao estoicismo dos Sportinguistas, tal era o clima de intimidação e de insulto. A violência pairava no ar, tanto por gestos, como por palavras. Nenhum Sportinguista poderá ter gostado desse triste espectáculo.  

Das palavras aos actos vai, por vezes, uma distância curta. E no Sporting CP começa a não haver distância nenhuma. Desde o início desta época que membros do Conselho Directivo são ameaçados e agredidos. Isto já de si é grave. Ainda é pior quando essas cobardes agressões têm lugar nas instalações do próprio Clube, no Pavilhão João Rocha ou no Estádio José Alvalade. Não que o sítio importe. Porém, é esclarecedor que ocorram dentro do Clube, onde o símbolo devia pesar bem mais do que a pulsão destrutiva e violenta. 

Uma agressão gratuita a um membro de um Órgão Social do Sporting CP ou a um funcionário do Clube é um acto violento contra o próprio Sporting CP. Se repudiamos com veemência agressões contra os nossos – como tem sucedido recentemente com Miguel Albuquerque –, não podemos transigir, compactuar ou entender nenhuma destas agressões. Duvidar ou pôr em causa a palavra dos agredidos é apenas a continuação da violência, retirando a quem sofreu a agressão a sua palavra. O Sporting Clube de Portugal que todos queremos não é e não será este pedaço de inumanidade. As grandes instituições centenárias sobrevivem porque assentam na sabedoria de quem lhes dá vida. Estou certo que neste momento difícil os Sócios e Adeptos do Sporting CP saberão muito bem que posição tomar perante este estado de coisas e decidir quem tem e quem não tem lugar no Clube. 

Ninguém nos travou

Por Pedro Almeida Cabral
06 Fev, 2020

Ninguém nos travou porque quando está tudo alinhado ninguém trava o Sporting Clube de Portugal

Quase todos os dias são Dias de Sporting CP. Mas sábado foi um Dia de Sporting CP diferente dos demais. O nosso Pavilhão João Rocha recebeu finalmente um dos jogos mais esperados da época: o dérbi com o SL Benfica em basquetebol. Modalidade com fundas raízes no Clube a regressar este ano, tem sido recebida pelos Sócios e Adeptos com grande entusiasmo e dedicação. As assistências no Pavilhão assim o demonstram. 24 anos depois, defrontámos um dos candidatos ao título, para discutir a liderança do campeonato, com casa quase lotada, a rondar as 2600 pessoas. Jogo intenso com vitória da melhor equipa por resultado claro, 81-75.

A história deste jogo é uma história Leonina de ir buscar a vitória onde ela parecia escapar. A má entrada da nossa equipa deu-nos a derrota nos dois primeiros quartos. Alguma desconcentração no momento dos lançamentos e baixa eficácia na defesa explicam o resultado ao intervalo, uma desvantagem de seis pontos, com o SL Benfica a parecer cavar distância, vencendo por 43-37. Na segunda parte, rugiu alto o Leão. A defesa acertou e no derradeiro quarto o Sporting CP chegou a marcar dez pontos sem resposta, em jogo articulado e consistente. A vitória assentou bem à equipa menos rodada que soube ultrapassar a nervoseira da primeira parte e jogar como sabe na segunda. 

Se fosse só falar do jogo, a crónica ficava já fechada, com uma saudação Leonina. Só que há um jogador que merece, indiscutivelmente, um parágrafo à parte. Quem vê o nosso basquetebol, sabe bem quem ele é, Travante Williams. É por jogadores destes que Sócios e Adeptos enchem pavilhões. Jogou, fez jogar e fez, sobretudo, sonhar com merecidas conquistas. 30 pontos e cinco roubos de bola chegam para aquele que foi o melhor jogador em campo. Aprecio mais as jogadas que passam despercebidas, mas que influenciam, de forma quase invisível, o rumo do jogo. E essa jogada foi o triplo de Travante à beira do intervalo, secando a vantagem do SL Benfica que podia ser de nove pontos na pausa do jogo. 

O resto é Sporting Clube de Portugal. Com pavilhão cheio, ambiente efervescente, uma modalidade recém-recuperada e equipa bem treinada, mais a classe de jogadores como Travante, mas também Abu e João Fernandes, só podemos ganhar. E sentindo a vitória como aquele jovem leão sentiu no final do jogo, batendo com força no símbolo que trazia no peito. Ninguém nos travou porque quando está tudo alinhado ninguém trava o Sporting Clube de Portugal.

Bom Fim

Por Pedro Almeida Cabral
16 Jan, 2020

O Vitória FC iniciou uma encenação digna de óscar. Primeiro, rejeitou comprovar que os seus jogadores estavam efectivamente engripados

A semana que passou foi marcada pelo jogo do Sporting Clube de Portugal com o Vitória Futebol Clube, popularmente conhecido como Vitória de Setúbal. Do encontro já reza a história, com três pontos amealhados numa exibição com sinais positivos. Desde o lutador Bruno Fernandes, resolvendo com dois golos, passando por um acertado Wendel, até a Camacho e a sua deliciosa serpentina a assistir o nosso capitão para o terceiro e último golo. 

No entanto, infelizmente, em Portugal os 90 minutos são apenas uma das partes da história de cada jogo. Variadas vezes temos que suportar caricatos episódios que degradam a competição e escondem interesses mal disfarçados. 

Recapitulemos. Sob a ameaça de uma epidemia gripal, o Vitória FC suscitou a possibilidade de adiar. A haver adiamento, teria que ser até final de Fevereiro, por imposição dos regulamentos da Liga. Propôs então o Vitória FC que se realizasse a meio de uma semana de Fevereiro, entalado entre a visita do SC Braga e a recepção ao Portimonense SC. E próximo do jogo europeu do Sporting CP em casa com os turcos do Basaksehir. Naturalmente que este calendário seria prejudicial ao Sporting CP, colocando em causa objectivos do Clube e obrigando a uma pausa competitiva antes do dérbi que, claramente, não seria benéfica. Ao nível profissional em que os clubes da Liga competem, bastaria a mera constatação destes factos para o assunto morrer. 

Mas não. A partir daqui, o Vitória FC iniciou uma encenação digna de óscar. Primeiro, rejeitou comprovar que os seus jogadores estavam efectivamente engripados. Estranho. Depois, enveredou por cancelar o estágio quando tem 36 jogadores inscritos na Liga, incluindo os da equipa de sub-23. Intrigante. Pelo meio, o treinador do Vitória insultou os seus próprios jogadores. Invulgar. No dia do jogo, vimos o Estádio do Bonfim sob um estado de emergência gripal, com apanha-bolas de máscara, para televisões transmitirem. Ridículo. Para culminar, o presidente do Vitória FC permitiu que o Presidente do Sporting CP fosse constantemente provocado e insultado enquanto assistia ao desafio, sublinhando ser esta a contribuição do Vitória para o futebol português. Lamentável. 

Tão bizarras atitudes têm de ter uma explicação. Ao menos parcial. É que pouco ou nada se falou do que tem sucedido no Vitória FC. Em Dezembro passado, demitiu-‑se uma dezena de dirigentes em assumido choque com o presidente vitoriano, obrigando a eleições que se realizam amanhã, e que contam com cinco candidatos, incluindo o actual presidente. Já sabemos que as campanhas eleitorais a muito obrigam. Esperemos, para o bem do Vitória FC, é que esta tenha um bom fim, com o afastamento de quem se quer promover de forma histriónica e canhestra à custa do Sporting CP. 

 

Vitória no Clássico

Por Pedro Almeida Cabral
10 Jan, 2020

O SCP ganhou em casa do SC Braga por 4-2 num jogo emocionante em que a vitória Leonina não foi só justa como abriu horizontes para o que falta do campeonato

No fim-de-semana marcado pelo clássico contra o FC Porto, que não fosse algum desperdício nos poderia ter rendido três pontos, houve outro clássico, em versão feminina, que vencemos e convencemos.

O Sporting Clube de Portugal ganhou em casa do SC Braga por 4-2 num jogo emocionante em que a vitória leonina não foi só justa como abriu horizontes para o que falta do campeonato. 

Não se julgue que foi fácil. No entanto, frente às campeãs nacionais, o Sporting CP realizou uma das melhores e mais convincentes exibições do reinado da nossa treinadora Susana Cova. Entrámos a perder no primeiro minuto, o que é sempre mau augúrio. Só que foi exactamente o contrário. Carolina Mendes empatou pouco depois com remate pronto e definido. Ainda na primeira parte, Raquel Fernandes, primeiro a assistir Carolina Mendes e depois a marcar um golo de belo efeito, comprovou que foi um reforço acertado para a nossa equipa. A experiente brasileira espalha magia em campo e não é por acaso que já leva 13 golos no campeonato, sendo a terceira melhor marcadora da prova. Tem tudo para fazer desta a melhor época da sua carreira. Chegámos ao intervalo com tudo na mesma: um empate a dois golos, que se justificava, pois nenhuma das equipas merecia estar a ganhar. Na segunda parte a história seria outra. O Sporting CP arrancou para uma exibição dominadora, com pressão alta que sufocou as bracarenses, prendendo-as no seu meio-campo. O golo da vantagem tardava em aparecer, mas quem é Leoa sempre alcança. Havia de ser a nossa central esquerdina, Damjanović, que desbloquearia o jogo. Num livre directo, fez o 3-2 para o Sporting CP, que foi só o brilho mais intenso de um jogo irrepreensível, sem falhas a defender. Diana Silva encerrou a contagem e num espectacular remate cruzado fez o 4-2 final. 

A jogar assim, como na segunda parte, o título de campeãs nacionais não é uma miragem. Pode bastar somente uma vitória clara frente ao SL Benfica, que ainda havemos de receber na segunda volta do campeonato. Esse jogo está marcado para daqui a mês e meio. Todos os Sportinguistas serão poucos para apoiar as nossas Leoas no que poderá ser o jogo do título.

Cinco vitórias da década

Por Pedro Almeida Cabral
02 Jan, 2020

Em mais de 110 anos de história, uma década é apenas um punhado de história. Muitas mais vitórias haveria que lembrar

Embora a década não esteja ainda para terminar, convencionou-se que é agora o tempo de balanço. Nos últimos dez anos o Sporting Clube de Portugal alcançou muitas vitórias inesquecíveis. Mas, para mim, há cinco que se destacam. 

A primeira foi a vitória na Taça de Portugal de 2015. Tendo estado em muitas das finais da Taça de Portugal do Sporting CP, mas esta é a que recordo com mais emoção. A perder por dois golos durante a maior parte do jogo, a reviravolta parecia inatingível. Slimani marcou o primeiro e havia de ser Montero a alcançar a igualdade num golo de raiva, quando o SC Braga já celebrava. Nos penáltis, Rui Patrício fez o resto. A Taça de Portugal de 2019 também é uma das grandes vitórias da década. Por tudo o que significou, depois da época turbulenta que se sabe e que culminou numa derrota inglória no Jamor. Também por ser perante um dos nossos rivais, o FC Porto, que esteve com uma mão na Taça ao marcar o golo do empate no último segundo do jogo. Mais uma vez nos penáltis, Renan e Phellype foram os heróis da tarde. 

A conquista histórica da Champions de futsal em Abril deste ano tinha de fazer parte desta lista. Já íamos com três finais perdidas, duas consecutivas. Encarávamos o Inter na meia-final, o nosso carrasco nas duas finais anteriores. Porém, isso não nos atemorizou. Fizemos um jogo mais que perfeito, abrindo caminho para a vitória na final sobre o Kairat. A conquista da Liga Europeia de hóquei em patins umas semanas depois é outro marco na história do Clube. Perante uma das potências da modalidade, o sempre difícil FC Porto, fizemos um jogo tão consistente que acabámos por ganhar com naturalidade. Serão sempre imortais o golo de Victor Hugo e as inúmeras defesas de Girão.

Deixo para o fim uma das modalidades que os Sportinguistas mais acarinham, o andebol. O triunfo no campeonato de 2016/2017, mais de quinze anos depois do último campeonato regular conquistado pelo Sporting CP, foi, simplesmente, mágico. Assisti ao último jogo desse campeonato frente ao SL Benfica, ainda no pavilhão de Odivelas. O golo de Ruesga nos momentos finais desse jogo, selado com uma extraordinária defesa de Cudic logo a seguir, fazem parte do minuto mais intenso da minha vida de sportinguista. 

Em mais de 110 anos de história, uma década é apenas um punhado de história. Muitas mais vitórias haveria que lembrar. Ficam estas, que são as que mais me marcaram. E que serão substituídas por outras na década que se avizinha. Porque se há algo que é constante na história do Sporting CP é ganhar. 

Modalidade preferida

Por Pedro Almeida Cabral
19 Dez, 2019

A minha modalidade preferida é o Sporting Clube de Portugal

Há dias, um amigo perguntou-me qual era a minha modalidade preferida do Sporting Clube de Portugal. Comecei a pensar, hesitei e pedi-lhe alguns dias para reflectir. Desde então que tenho meditado seriamente. 

Recordei-me dos tempos em que comecei a rumar a Alvalade todos os fins-de-semana para ver os jogos de futebol, tantas vezes entrando com bilhetes já usados atirados do varandim. Ou de quando, em 2000, fiquei no antigo estádio até às quatro da manhã para ver chegar a nossa equipa campeã de futebol, que regressava vitoriosa de Vidal Pinheiro. 

Logo de seguida, também recordei quando o Sporting CP se começou a afirmar no futsal. Em especial, de um jogo épico frente ao SL Benfica, vencido por 5-4. Foi em 2006 e um jovem Deo já marcava golos. Quem fala de modalidades de pavilhão, tem que falar em andebol. E aí, para além dos jogos na nave, é impossível esquecer o campeonato de 2001, gloriosamente conquistado ao FC Porto, numa temporada de grande nível, bem como do recente bicampeonato. O hóquei em patins não podia faltar nesta ponderação. A alegria pela conquista do campeonato de 2018, 30 anos depois do último, e pela Liga Europeia há escassos meses, são incomparáveis. Mas também o voleibol, onde se destaca o tricampeonato dos anos 90, nuns anos gloriosamente verdes e brancos para a modalidade no Sporting CP. Ou ainda o basquetebol, em que prefiro recordar o regresso da modalidade à nossa casa esta época, que tantos Sócios e adeptos arrasta. 

Isto só falando de pavilhões. Também podíamos passar ao atletismo, com atletas ímpares, como Carlos Lopes, Fernando Mamede, Francis Obikwelu, Rui Silva ou Naíde Gomes. Ou o ciclismo, em que surgem os imortais Joaquim Agostinho e Marco Chagas. Ou o judo, actual bicampeão europeu, que se acompanha sempre com emoção. Faltaria ainda pensar no ténis de mesa, no goalball, no kickboxing, no futebol de praia, no râguebi, no bilhar, na ginástica e em tantas outras modalidades.

Depois de ponderar cuidadosamente sobre qual seria a modalidade que mais gostava de acompanhar, apercebi-me que a resposta só poderia ser uma. Liguei ao meu amigo e disse-lhe: a minha modalidade preferida é o Sporting Clube de Portugal. 

O oitavo jogador

Por Pedro Almeida Cabral
05 Dez, 2019

Num pavilhão bem cheio, o apoio foi constante e veio de todas as bancadas. É isto que as equipas do SCP precisam

Monsieur Thierry Anti convocou o oitavo jogador para o encontro com os suecos do IK Sävehof no passado sábado, o último jogo do grupo de qualificação da Champions de andebol. O oitavo jogador não falhou, enchendo o Pavilhão João Rocha com mais de 2500 Sócios e adeptos. O resultado destes oito jogadores foi uma vitória clara, por 27-20. Segue-se agora o play off de acesso aos oitavos-de-final da Champions, defrontando, tal como no ano passado, os romenos do CS Dinamo Bucareste.

Para o Sporting CP só a vitória interessava. Podia ser por um golo ou por sete, como acabou por ser. Embora nem sempre tenha havido andebol superlativo, a nossa equipa jogou ao nível da maior competição europeia de clubes, anulando por completo as pouco articuladas soluções do ataque adversário. Na baliza Čudić esteve irrepreensível. Destaca-se a eficácia do nosso guardião na primeira parte, com 41% de percentagem de defesas, incluindo algumas que cirurgicamente quebraram o ritmo sueco, aos 1-0 e aos 5-3. A verdade é que, de ano para ano, o esloveno vem subindo de rendimento e esta quarta época de verde e branco tem tudo para ser a melhor de Čudić em Alvalade. Em andebol não há um grande guarda-redes sem uma grande linha defensiva. Anti demonstrou que estudou bem a lição, montando uma defesa agressiva, que não jogou expectante, cobrindo toda a linha, evitando sempre os ataques pelos pontas e aproveitando o facto de os dois laterais direitos da equipa sueca estarem lesionados, o que, certamente, levou à quebra de rotinas.

Se na defesa tudo esteve controlado, no ataque os golos fluíram com naturalidade. Frade, Valdés, Ghionea e Frankis asseguraram juntos 20 golos. E sempre com percentagens elevadas de golos marcados face aos remates. Ghionea e Frankis atingiram mesmo 100%, tendo o cubano sido bem-sucedido nas três tentativas dos nove metros, o que não é habitual a este nível, ficando na memória o potente remate para o 12-8. Tempo ainda para falar do nosso Francisco Tavares, em boa hora regressado do empréstimo da época passada à equipa com o mesmo nome, que marcou um prometedor golo de belo efeito ao cair do pano, fazendo o 26-19.

Por fim, o oitavo jogador não foi o menos importante. Num pavilhão bem cheio, o apoio foi constante e veio de todas as bancadas. É isto que as equipas do Sporting Clube de Portugal precisam. É isto que merecem. E é isto que leva a vitórias. Agora, é só repetir em Fevereiro, quando recebermos os romenos do CS Dinamo Bucareste.  

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