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Português, Portugal

Sporting Clube da Europa

Por Pedro Almeida Cabral
21 Nov, 2019

Mesmo lesionado, João Martinho alcançou duas difíceis vitórias nos quartos-de-final e na final

Eis a Glória. Quando se é bicampeão europeu masculino de clubes em judo, renovando o título conquistado no ano passado, é assim que a crónica tem que começar. Porque já se sabe que para chegar à glória teve de haver esforço, dedicação e devoção. É o trigésimo sétimo título europeu do Sporting Clube de Portugal. Dito assim, por extenso, para avaliar do grau de grandeza do nosso Clube. Do futebol ao atletismo, passando pelo futsal, hóquei em patins, andebol, judo e goalball, são estas as modalidades onde chegámos ao cume europeu. Raros são os clubes em todo o mundo que alcançam a glória continental tantas vezes e em tantos desportos.

Este bicampeonato de judo tem muito que contar. Para começar, foi somente a segunda edição em versão Liga dos Campeões. O que quer dizer que o Sporting Clube de Portugal conquistou até agora todas as edições neste formato mais competitivo. Depois, este triunfo foi conquistado em Odivelas, perante os nossos Sócios e Adeptos, comprovando que a opção de organizar fases finais de campeonatos europeus nos empurra para a vitória. Para a história ficam os nomes dos nossos atletas campeões europeus: Kherlen Ganbold, João Fernando, João Martinho, Nikoloz Sherazadishvili, Jorge Fonseca, David Reis e Frank de Wit.

Se todas as conquistas têm um herói, talvez o herói desta seja João Martinho. Não só por ser um atleta da formação do Clube, como por se ter lesionado, abrindo o sobrolho direito no aquecimento do primeiro dia da competição, sem que isso o tenha impedido de competir. E foi assim que entrou no tatami, com uma improvisada ligadura. Mesmo lesionado, João Martinho alcançou duas difíceis vitórias nos quartos-de-final e na final, frente a Denis Kalinin, atleta medalhado, pontuando um waza-ari no ponto de ouro. Foi este ponto que abriu caminho para Nikoloz Sherazadishvili fechar a competição, com a vitória que valeu a Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo.

Glória também para o treinador Pedro Soares, que persegue títulos no judo como ninguém. E, sobretudo, por que me recordo bem das suas palavras de há uns anos, quando ganhámos o terceiro bronze na competição que antes havia, a Golden League: não há limites para um Clube como o Sporting Clube de Portugal. Não há. Não pode haver. Nunca haverá.

Dérbis

Por Pedro Almeida Cabral
14 Nov, 2019

Só espero que o futebol da segunda parte tenha vindo para ficar, honrando o futebol jogado de tantos dérbis de outrora

Quando era miúdo, nas salas de aula, no meio de Sportinguistas e benfiquistas havia sempre um ou dois azuis que não se davam por vencidos.

Crescido em Lisboa, não julguem que eram portistas. Eram do orgulhoso CF “Os Belenenses”.

Talvez por isso, os dérbis com o Belém (mesmo disfarçado em SAD) me tragam o sabor desses tempos. Ainda que também recordem uma lição: os interesses de uma SAD e de um clube podem ser divergentes ao ponto de tudo acabar em divórcio litigioso, com partilhas que não servem a nenhuma das partes.

Também foi um dérbi uma das minhas primeiras idas a Alvalade.

Aí por 1990, numa fria tarde de Inverno, lá consegui entrar no estádio com bilhete alheio e me pendurei numa apinhada curva.

Jogávamos com algumas lendas Leoninas como Ivković, Venâncio ou Carlos Xavier. Mas talvez me lembre mais do internacional brasileiro Silas, que havia de dar o seu nome ao nosso treinador, a compor o nosso ataque com desmarcações venenosas, e de Cadete, a marcar o solitário golo da vitória, como só ele sabia marcar nos ressaltos. 

Anos mais tarde, em 2000, o dérbi belenense que mais sofri.

Faltavam sete jogos para o fim do campeonato.

Depois da brilhante vitória em casa contra o FC Porto, ganhar ao Belém em casa era a sétima final.

Num jogo tenso, em que já cheirava a Sporting CP campeão, havia de ser o nosso matador Acosta a marcar o também solitário golo da vitória, numa desmarcação de grande classe do argentino.

Recordo-me das comemorações deste golo na bancada como se fosse hoje. 

No domingo passado jogou-se mais um dérbi, bem distante dos das minhas memórias.

Embora com uma primeira parte apática, após a mudança táctica para o 4-3-3 já se viu algum Sporting CP.

E quem diria que seria Luiz Phellype a mudar tudo no jogo?

A sua entrada descompensou a defesa belenense, abrindo espaços para os nossos atacantes, em especial para o artista Vietto, que começa a comprovar com golos o futebol que, claramente, tem nos pés.

O melhor desta vitória foi a reacção após o primeiro golo. Em vez do tradicional recuo amuralhado para a defesa, a equipa subiu, manietou o adversário, e acabámos por chegar ao segundo golo com naturalidade.

Só espero que o futebol da segunda parte tenha vindo para ficar, honrando o futebol jogado de tantos dérbis de outrora. 

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