Treinador reagiu depois da derrota na Supertaça

No final do desaire deste domingo por 29-34 na final da Supertaça, contra o FC Porto, Ricardo Costa, treinador da equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal, analisou o desafio e explicou o resultado menos conseguido.

"Não conseguimos parar os primeiros remates do FC Porto. Entrámos algo adormecidos na defesa. Mudámos o sistema defensivo, fomos à procura de mais agressividade e conseguimos encostar no FC Porto. Tivemos oportunidade de reduzir para um golo [de diferença] nos últimos dez segundos. Não o fizemos e fomos [para o intervalo] com três. Na segunda parte, voltámos a não entrar com a agressividade que devíamos. Estou orgulhoso dos meus atletas. Lutámos, fomos competitivos e fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Apesar de todas as vicissitudes da nossa preparação e do início desta época, só tenho de estar orgulhoso da entrega deles. Claro que há muitas coisas a corrigir, mas sinto-me optimista porque lidero um grupo de guerreiros. Nunca atirámos a toalha ao chão e lutámos com o máximo das nossas forças", começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos, lembrando também a juventude do grupo que lidera.

"Para muitos deles, foi a primeira vez que jogam um troféu como este. Há que jogar mais vezes para podermos estar mais próximos de ganhar", adicionou.

Por fim, Ricardo Costa mostrou-se insatisfeito por não poder cumprir o desejo de dedicar o triunfo a Jorge Sousa, funcionário do Sporting CP durante quase 40 anos e antigo director do andebol verde e branco que faleceu recentemente.

"Temos uma equipa lutadora que precisa de mais tempo de treino. Tivemos 15 dias sem treinar porque tivemos 11 atletas com COVID-19. Isso não serve como desculpa nem quero que sirva, mas não posso apontar nada aos meus atletas. Queríamos mais e estamos tristes por não poder oferecer este troféu ao Jorge [Sousa]. Essa era uma das nossas maiores motivações, mas cá estaremos para ir à luta e corrigir aquilo que correu menos bem. Podem contar connosco", finalizou.

Técnico enalteceu justiça do resultado

Após o triunfo sobre a AA Águas Santas (35-30), Ricardo Costa, treinador da equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal, destacou a superioridade Leonina durante grande parte da partida, que assegurou também a passagem à final da Supertaça.

"A vitória encaixa muito bem. Durante os 40 minutos estivemos sempre na frente, nunca conseguimos libertar-nos da margem de quatro ou cinco golos que nos poderia dar mais tranquilidade, mas conseguimos o acesso à final", começou por dizer em declarações à RTP2, elogiando depois a prestação dos seus jogadores. 

"Quero dar os parabéns aos meus atletas, porque de facto fizeram um grande jogo. Sabíamos que não ia ser fácil, a AA Águas Santas fez um bom jogo e foi um digno vencido", enalteceu, antes de falar sobre a exibição do jovem Francisco Costa, que brilhou ao marcar oito golos.

"Acreditamos nele, como em todos. Oxalá possa fazer muitos jogos como este", finalizou.

Técnico de 44 anos chega proveniente da AA Avanca

Ricardo Costa é o novo treinador da equipa principal de andebol do Sporting Clube de Portugal. Aos 44 anos, o técnico vai reencontrar em Alvalade o filho, Martim Costa, que já foi anunciado como reforço dos Leões, depois de ter comandado a AA Avanca na época passada.

Antes disso, Ricardo Costa, que foi inúmeras vezes internacional pela selecção portuguesa enquanto jogador e conquistou vários troféus em Portugal e em Espanha, já tinha treinado emblemas como o FC Gaia, o FC Porto, a ADA Maia/ISMAI e, ainda, a selecção de Cabo Verde. 

Em entrevista aos meios de comunicação Leoninos, o técnico abordou as primeiras sensações de verde e branco, o tipo de andebol que pretende jogar, a aposta em jogadores jovens, as expectativas para 2021/2022 e o desejo de ver o Pavilhão João Rocha cheio de Sportinguistas. 

Primeiras sensações de Leão ao peito
“É uma honra ser treinador do Sporting Clube de Portugal. Quero agradecer aos directores e ao presidente Frederico Varandas a oportunidade, treinar este emblema é um momento alto na minha carreira. Sei da responsabilidade que representa abraçar este projecto, mas estou convicto de que temos tudo para alcançar o sucesso e construir uma grande equipa”.

O tipo de andebol que pretende jogar
“Todos os treinadores querem ter um andebol vistoso, mas acima de tudo gosto de ter uma relação forte com os adeptos. Depois de terem visto a equipa jogar, o objectivo é que saiam de coração cheio. Dentro de campo? Gosto de velocidade, de agressividade e de empenho. Cada acção de jogo é a mais importante e cada posse de bola tem de ser tratada com a máxima agressividade, tanto no ataque como na defesa. Queremos jogar um andebol pensado e rico e potenciar as características individuais de cada um dos nossos atletas. No fundo, queremos ganhar, pois estamos cá para sermos campeões. Temos uma equipa jovem, mas com muita qualidade. Iniciámos esta época um projecto focado em contratar jovens, dos melhores que há na Europa, e queremos ajudá-los a evoluir para tornarmos o Sporting CP campeão”.

Constituição do plantel
“Todos os jogadores são importantes. Os que já cá estavam e conhecem o Sporting CP têm um papel muito importante junto dos que vêm para acrescentar qualidade ao plantel. Com uma mescla de experiência e juventude, além dos jogadores que conhecem os valores do Sporting CP, podemos formar uma equipa de excelência. Sabemos que os atletas mais jovens são o futuro e nós somos uma equipa de futuro, mas o futuro é já hoje. Temos de dar o máximo em cada jogo e treino para no fim colhermos os frutos da nossa entrega total ao Sporting CP”.

Preparação para a estreia em 2021/2022 com a Supertaça
“Para formar uma equipa é necessário tempo. Tenho a certeza de que daqui a um mês vamos estar mais fortes do que hoje e por aí em diante. Esse crescimento tem de ser sustentado, mas acredito que temos um caminho para percorrer – e não é por acaso que estamos a começar a época antes de todos os outros. Cada jogo é um jogo e a primeira competição dá acesso a um título, vamos lutar para ganhar. O Sporting CP vai entrar sempre em campo para vencer, seja contra quem for, e tenho a certeza de que vamos ter a equipa preparada para a Supertaça”.

Acesso à fase de grupos da EHF European League
“Infelizmente o Campeonato Nacional não tem o nível da nossa equipa, oxalá tivesse a competitividade de uma liga alemã ou francesa. O Campeonato não chega para termos o nível que desejamos, todos os directores e treinadores partilham essa ideia. Precisamos de entrar nas competições europeias. Claro que existem outras equipas fortes e que têm as mesmas ambições que nós, mas é fundamental aumentar o número de partidas competitivas para podemos jogar olhos nos olhos com aqueles que têm dez ou 12 jogos europeus por época. Esse é o caminho e temos de fazer um esforço suplementar para entrar na fase de grupos”.

Características desejadas para a equipa
“Quero um jogo a alta intensidade, mas é preciso termos discernimento para perceber quando temos de acelerar ou parar. Queremos ser quase sempre nós a comandar o ritmo de jogo. É assim que penso e é assim que quero ver a equipa a jogar. Correr só por correr não faz sentido, o jogo tem de ser pensado. Além disso, queremos fazer valer as nossas armas, que são o facto de termos atletas de muita qualidade e com alguma juventude, o que lhes permite provavelmente aguentar níveis elevados de intensidade. Vamos lutar para que assim seja”.

Características dos reforços
“O Natán Suárez tem características muito parecidas com o André José e o Martim Costa, atletas muito rápidos que gostam do um contra um. Essa também é a minha identidade e aquilo de que gosto. Temos de ter várias armas como o remate exterior, bons pivôs, bons pontas, níveis de eficácia altos, percentagens de contra-ataque altas, tentar sofrer o menor número de golos possível e limitar os contra-ataques directos do adversário. Há uma série de situações que são importantes e é fundamental adequar o jogo às características dos atletas.”

Campeonato Nacional decidido a duas voltas
“Com este formato do Campeonato Nacional, não há margem para erros. Sabemos que cada jogo é uma final para nós, mas também para as outras equipas. É importante entrarmos em cada jogo com a mentalidade certa, independentemente de ser contra o campeão ou contra uma equipa do fundo da tabela. No entanto, isso também nos dá a oportunidade de disputar o Campeonato olhos nos olhos contra as equipas que têm as mesmas ambições que nós”.

Elevada margem de progressão do plantel
“Até nos atletas que já chegaram à selecção A, como o Manuel Gaspar ou o Salvador Salvador, vejo um potencial enorme de crescimento. Não só para serem os melhores de Portugal, mas também da Europa. Temos de ser ambiciosos e fazer-lhes perceber que esse é o caminho pois hoje estamos abertos ao Mundo. O andebol nacional está a um nível muito alto e os grandes clubes devem ter os melhores jogadores, foi por isso que fomos buscar os melhores talentos de Portugal. Todos juntos vamos fazê-los crescer, estamos optimistas. Podemos e vamos ter sucesso porque quando trabalhamos com amor e nos dedicamos, é isso que acontece”.

Expectativa de jogar com os adeptos nas bancadas
“Acho que todos estamos ansiosos para ver as bancadas cheias. O Pavilhão João Rocha (PJR) é fantástico, diria mesmo que em Portugal não há melhor. Senti na pele o que é jogar contra o Sporting CP, mas agora terei o prazer de viver isso do outro lado. Todos partilhamos o desejo de ver as bancadas cheias e queremos voltar a contactar com o público. É para isso que cá estamos e espero que o momento que vivemos seja ultrapassado rapidamente para termos o PJR completamente cheio e conquistarmos troféus. Sonho ver este pavilhão a vibrar”.

Mensagem para os Sportinguistas
“Queremos ser o orgulho deste grande Clube. Sentimos o peso da responsabilidade, mas também o prazer de poder devolver este entusiasmo que sentimos. Máxima dedicação, empenho e ambição para que comecem os jogos e possamos conquistar coisas importantes”.