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Foto João Pedro Morais

Dia diferente entre Leões e Young Birds

Por Sporting CP
20 Mar, 2025

Acção juntou Fundação Sporting à Cruz Vermelha Portuguesa

No âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, que se celebra esta sexta-feira, 21 de Março, o Sporting Clube de Portugal e a Fundação Sporting realizaram, esta quinta-feira, uma acção social com os Young Birds, um projecto promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa.

No Pavilhão Desportivo Carlos Queiroz, em Carnaxide, os Leões Diego Calai e Lucas Anjos (futebol), Facundo Bridge (hóquei em patins) e a Leoa Hannah Seabert (futebol) conviveram e passaram uma tarde diferente com o grupo Young Birds, equipa de futebol com crianças e jovens - refugiados, na sua maioria - acolhidos pela Cruz Vermelha Portuguesa e que têm em comum o amor pelo futebol e pelo desporto.

Depois das naturais apresentações, os membros dos Young Birds - várias dezenas de rapazes e raparigas - falaram sobre as suas experiências de vida e fizeram algumas perguntas aos atletas do emblema de Alvalade, que quiseram, também, abordar os desafios que enfrentaram e aconselhar os mais novos. Discriminação racial e outras formas de preconceito, como questões de género, foram alguns dos temas discutidos.

Seguiram-se momentos de actividade física, com o fair play a ser nota dominante, que terminaram com um jogo de futsal em que os futebolistas e o hoquista Sportinguista também participaram.

No final, Paulo Mota, coordenador do projecto, falou sobre o trabalho realizado pela Cruz Vermelha Portuguesa e pelos Young Birds.

"O mais importante é a relação estabelecida nos treinos e nas actividades que fazemos. Temos convívios com música que os deixam com um sorriso porque é a forma de estarem juntos", começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos.

"Utilizamos o desporto, assim como a música ou a gastronomia. São três ingredientes que facilitam tudo, ainda que, por vezes, tenhamos lutas difíceis. A questão da igualdade de género, por exemplo, é uma das mais difíceis de trabalhar. (...) Caminhamos cada vez mais para uma sociedade dividida, mas não se discute o mais importante: somos todos pessoas e temos de ser todos integrados. São bem-vindos os que vêm por bem e estes jovens são pessoas muito bem-vindas", referiu.

Mujtaba Amini, jovem de 19 anos que chegou a Portugal em 2020 proveniente do Afeganistão e que está a estudar turismo, faz parte do projecto desde o início e contou um pouco da sua história.

"No Afeganistão as coisas são difíceis, há problemas e guerras. Estudar é difícil, por isso vim para Portugal, onde há mais oportunidades. Vim sozinho, a minha família ficou lá. Foi complicado. Já me habituei, mas quando cheguei foi muito difícil", revelou.

Mujtaba Amini explicou que os Young Birds começaram com apenas cinco elementos, sendo que o projecto foi aumentando ao longo dos cinco anos de existência: "Até pensávamos que o projecto não ia continuar. No entanto, houve continuidade e comecei a ser treinador. As crianças gostam de vir e de nós, que também gostamos deles e ajudamos no que for preciso".

Hannah Seabert, guarda-redes da equipa principal feminina de futebol, também reagiu: "É muito bom ver este grupo de rapazes e raparigas. Têm as mesmas oportunidades, são tratados da mesma forma e crescem juntos. É bom, até, para os rapazes terem a consciência dos problemas que as raparigas enfrentam no desporto. Têm a responsabilidade de as ajudar a estarem confortáveis".

Facundo Bridge, da equipa de hóquei em patins, admitiu ter ficado comovido ao ouvir as histórias dos Young Birds.

"Projectos destes são muito importantes para os ajudar e para tentar tornar o mundo melhor. Somos todos pessoas, independentemente do país de onde somos, da nossa cor ou do que seja. (...) Têm de lutar sempre pelos seus sonhos. Vai ser sempre difícil, mas há oportunidades e o mais importante é que eles entendam isso", destacou.

Por fim, Diego Calai, guarda-redes do futebol do Sporting CP, descreveu a acção como "emocionante": "É uma iniciativa fantástica da Cruz Vermelha Portuguesa. Têm feito um grande trabalho e isso nota-se pela expressão e felicidade dos miúdos, assim pelo que me disseram. É claro que gostam deste grupo, utilizaram muitas vezes a palavra «família». (...) A maioria deles vem de um contexto muito difícil e agarram-se uns aos outros".