Acção de formação para os jovens capitães da Academia

Durante o seu processo de formação, os jovens futebolistas do Sporting CP evoluem e crescem como atletas, mas também enquanto pessoas. Ora, é nesse período que se formam também os capitães Leoninos do presente e do futuro. Para transmitir uma forma de estar e uma cultura transversal nessa função decisiva, o departamento de psicologia, a coordenação técnica e a direcção da Academia uniram-se para realizar um programa de formação para os capitães do Sporting CP, entre os 14 e os 18 anos, das equipas masculinas e femininas. 

A primeira de quatro sessões decorreu esta quarta-feira e contou com o discurso inaugural do presidente Frederico Varandas e ainda com a presença e testemunhos de Sebastián Coates e Rita Fontemanha, líderes das duas equipas principais do Clube. "Foi bom poder estar com os jovens jogadores da Academia, responder às suas questões e transmitir-lhes aquilo que nós vivemos enquanto jogadores e capitães", começou por dizer o central uruguaio dos Leões aos meios de comunicação do Clube, continuando: "Desde o primeiro dia que comecei a perceber os valores do Clube e agora é a minha vez de os transmitir aos jogadores que chegam, mas fazê-lo também através das coisas que faço dentro e fora do campo". 

No entanto, essa liderança pelo exemplo no Sporting CP não se esgota nos colegas de equipa e tem também influência nos jovens da Academia com quem contactou. É um papel "difícil", considerou, "mas daí a imagem a manter e a importância de ser capitão no Sporting CP, independentemente do resultado que se consiga em campo", realçou Coates.

Os valores do Sporting CP e a necessidade de uma liderança pelo exemplo centraram o debate, numa acção em que se definiram várias características, da resistência mental e compromisso ao saber ganhar, que devem estar personificadas nos capitães Leoninos, embora cada um tenha a sua própria personalidade. 

Para Rita Fontemanha, "os valores do Sporting CP são inegociáveis", frisou, antes de acrescentar que é "um privilégio" ser jogadora e capitã das Leoas. Também por isso, a braçadeira verde e branca "pesa muito", adiantou. "Tal como o símbolo ao peito, porque somos também a representação não só das seniores, mas também da formação", referiu, deixando de seguida um conselho para os capitães do futuro: "Cada um tem a sua forma de estar e de ser, mas devem tentar 'beber' um pouco daquilo que todos transmitimos e esta iniciativa possibilitou isso. Acima de tudo, que tenham compromisso com o Clube, trabalhem diariamente e sejam altruístas, representando o Sporting CP como merece".

Além da vertente teórica apresentada, primeiro por Tomaz Morais, director do futebol de formação, e, depois, por Miguel Sá, do departamento de psicologia, os jovens capitães e capitãs puderam interagir com referências como Coates e Rita Fontemanha, com quem trocaram experiências, conselhos e principais desafios sentidos nesse papel.

Um dos que aproveitou essa oportunidade foi Manuel Mendonça, capitão dos sub-17, que elogiou a iniciativa. "São momentos importantes para a nossa aprendizagem e isto é algo que nos ensinam há muito tempo, por isso esta iniciativa foi mais um reforço daquilo que significa ser capitão do Sporting CP e é sempre importante ouvi-lo de pessoas que o fazem regularmente", referiu, traçando depois alguns dos desafios que a função acarreta desde cedo: "É saber gerir os momentos bons e maus, influenciar os colegas a tomar boas decisões e para isso, como referiu o Seba [Coates], temos de saber como abordar cada colega".

Por sua vez, Madalena Silva, da equipa de iniciadas, reconheceu que ser capitã "traz muita responsabilidade, mas é um orgulho", assegurou, antes de destacar a importância dos contributos de Coates e Fontemanha: "Ouvir pessoas com tanta experiência a darem-nos incentivo e informações para que possamos melhorar como pessoas, capitães e jogadores de equipa é muito importante".

Esta iniciativa estava pensada "há muito tempo", admitiu Iuri Leal, do departamento de psicologia, porque "ser capitão do Sporting CP e ter esse ADN tem de ser um legado a deixar", considerou, acrescentando: "Os valores são cruciais para optimizar o jogador, mas sobretudo a pessoa e queremos que exista esse capitão Sporting CP e vamos ajudar no processo". Ora, este departamento, inserido no Modelo Centrado do Jogador, é também muito procurado pelos jovens capitães da Academia: "A maneira de comunicar, influenciar e gerir os conflitos têm sido necessidades levantadas pelos próprios para se ajudarem a si, mas também ao outro, porque sabem que juntos vão muito mais longe".