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Também chegou atrasado, veio no prolongamento

Por Jornal Sporting
21 Nov, 2015

Depois da Supertaça e da Liga, Sporting vence Benfica na Taça de Portugal (2-1)

No lançamento da quarta eliminatória da Taça de Portugal, Rui Vitória chegou pouco mais de meia hora atrasado para, por simples coincidência (a sério que alguém acredita?), iniciar a antevisão já depois de Jorge Jesus abordar a partida. Disse dez vezes a palavra ‘ganhar’, seis o nome ‘Sporting’ e outras tantas a ideia ‘equipa’. Esta noite, tudo junto, fez sentido: a melhor equipa, o Sporting, ganhou. E esse triunfo por 2-1 apenas pecou por tardio, na medida em que foi apenas consumado no prolongamento. Depois do que tinha acontecido na Supertaça e no Campeonato, o ‘derby’ voltou a mostrar a lei do mais forte.

Com a introdução de Fredy Montero no lugar de Teo Gutiérrez, os ‘leões’ tiveram uma entrada muito forte, encostaram o adversário no seu meio-campo e, aos quatro minutos, Slimani enviou de cabeça a bola ao poste após cruzamento da esquerda. No entanto, e na primeira vez que os ‘encarnados’ conseguiram esticar o jogo à baliza de Rui Patrício, Mitroglou inaugurou o marcador aos seis minutos, na sequência de um passe longo de Gaitán seguido de excelente recepção e assistência de Pizzi.

Ainda não havia propriamente uma corrente de jogo definida, mas o golo sofrido acabou por refrear os ânimos, com os ‘verde e brancos’ a terem mais dificuldades face à postura de ‘pequeno’ do Benfica: blocos baixos muito recuados, linhas juntas e tentativa de sair em transições rápidas tentando apanhar o Sporting desposicionado. Foi um jogo de sentido único e de paciência, que depois de uma boa oportunidade de Slimani (32’, numa jogada onde acabou por chocar com Júlio César) e outra de Jefferson (39’, grande remate de fora da área para excelente intervenção do guarda-redes adversário), chegou ao empate já nos descontos da primeira parte por Adrien, com um remate dentro da área após dois maus alívios da defesa contrária.

Ao intervalo, Jorge Jesus leu o jogo e... redobrou a superioridade: ao retirar Montero e colocar Gelson no corredor direito, arrastando também João Mário para a zona central do terreno, o Sporting teve 20/25 minutos de pressão intensa onde faltou apenas uma maior clarividência e pragmatismo no último terço do terreno. O Benfica lançou André Almeida, voltou a colocar algum equilíbrio no meio-campo, teve dois remates perigosos de Talisca e Eliseu, mas foram os ‘leões’ de novo a vir para cima, assumindo as rédeas de jogo e podendo ‘matar’ a partida ainda no tempo regulamentar por Slimani: aos 88 minutos, Júlio César fez uma defesa monstruosa a um remate à queima-roupa; no minuto seguinte, após jogada de Gelson, o argelino atirou por cima da trave.

No prolongamento, e com Ricardo Esgaio e Tobias Figueiredo a renderem Jefferson e Ewerton por questões físicas, o desgaste fez com que muitas vezes as pernas já não correspondessem às intenções da cabeça, mas acabou por vir ao de cima a maior qualidade técnica, táctica, individual e colectiva do Sporting, que chegou ao tento da vitória por Slimani aos 112 minutos num lance que, devido aos protestos (sem razão), valeu o segundo amarelo e consequente vermelho a Samaris. De registar também que, quase no final, o Benfica voltou a queixar-se de uma grande penalidade inexistente, algo que serviria depois para ‘justificar’ o desaire no final da partida. Ou seja, e na óptica dos queixosos, tudo poderia ser diferente. E as palavras ‘se’ e ‘perder’, que o treinador dos ‘encarnados’ dizia não entrar no seu vocabulário, lá tiveram de vir à baila. Neste caso, pela terceira vez consecutiva, algo que já não acontecia há 61 anos...