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Foto José Cruz

Boavista de jogo directo para contrariar regra leonina

Por Jornal Sporting
07 Abr, 2017

Em 53 jogos, só por uma vez o Boavista venceu o Sporting em Alvalade no Campeonato. Agora, vai querer contrariar esse registo com um futebol directo e muita eficácia nas bolas paradas

Pode parecer estranho, dada a competitividade que o Boavista sempre apresentou, sobretudo até à descida de divisão já após o título nacional conquistado, mas em jogos a contar para o Campeonato Nacional, só por uma vez os axadrezados bateram o Sporting em Alvalade. Foi em 1976 quando os leões saíram derrotados, por 1-0, com um golo de Salvador. Desde então, o feito não voltou a ser alcançado. Este ano, a equipa liderada por Miguel Leal pretende precisamente atingir esse objectivo, mas os leões atravessam uma das mais positivas fases de resultados da temporada – mesmo que isso não corresponda a um nível exibicional fulgurante – e, por isso, a tarefa não se afigura fácil. Porém, o próximo adversário da equipa leonina tem os seus argumentos.

Ao olhar para os pontos positivos do Boavista da época corrente, salta à vista o excelente aproveitamento das bolas paradas. Com 17 golos nesse tipo de jogadas, mesmo sendo quatro de grande penalidade, os axadrezados são o conjunto da Liga NOS que mais golos efectuam desta forma. Para essa eficácia, certamente contribui o bom registo no jogo aéreo que a equipa de Miguel Leal apresenta: com 17,9 duelos aéreos ganhos por partida, a equipa do Norte é a que mais bolas vence no ar em termos absolutos – este facto não é dissociável de um outro, que nos mostra que os boavisteiros são também os que mais duelos aéreos disputam. O jogo directo é, assim, uma aposta do clube, que tem nos centrais Philipe Sampaio (1,91m) e Lucas (1,94m), bem como no trinco Idris (1,89m) e no avançado Iván Bulos (1,88m) os esteios principais desta estratégia.

Pelo contrário, o conjunto boavisteiro apresenta alguns problemas quando o tipo de futebol praticado é mais curto e corrido. Para isso, basta constatar que, de acordo com o site Who Scored, é o colectivo que maior percentagem de passes curtos falha, ou que é a equipa que menos dribles eficazes efectua por partida (3,6), o que também denuncia alguma falta de capacidade para desequilibrar individualmente. Essa tendência, de resto, deverá agravar-se neste jogo visto que o mais talentoso jogador das suas fileiras, Iuri Medeiros, não poderá actuar por estar contratualmente ligado ao Sporting. O resultado desta e de outras razões é o facto de o Boavista ser actualmente a segunda equipa da Liga NOS que menos golos marca de bola corrida (10), tratando-se de um conjunto menos perigoso nesses momentos do jogo.

Será com estas bases que Miguel Leal vai tentar evitar que se repitam os últimos sete desfechos das visitas do Boavista a Alvalade, que terminaram todos eles com a vitória do conjunto da casa. Foi em 2003 a última vez que os axadrezados realizaram a viagem de regresso a casa com um ponto na bagagem, por intermédio do empate a um golo. Desde então, nunca mais os leões perderam pontos em casa com o Boavista, e será certamente isso que Jorge Jesus vai tentar repetir.

Com 32 anos, o experiente médio  do Boavista tem sido um dos mais regulares do conjunto axadrezado. Dono de 1,89m de altura, destaca-se pelo poderio no jogo aéreo e pela agressividade que incute em todos os duelos que disputa. Sem se tratar de um jogador muito evoluído tecnicamente, acaba por ser o espelho de todo o colectivo, bem reflectido nas características do seu médio defensivo

Com 51 anos, e depois de duas temporadas meritórias no Moreirense, o treinador português chegou ao Boavista. Sem realizar uma época brilhante, colocou até ao momento o conjunto boavisteiro num tranquilo 10.º lugar da tabela classificativa que assenta numa organização defensiva estável e num alto aproveitamento das bolas paradas