E vão quatro vitórias consecutivas para um leão faminto
27 Ago, 2017
Boa entrada do Sporting CP, com dois golos apontados nos primeiros 11 minutos, vale triunfo frente ao Estoril e confirma arranque promissor no campeonato
Desportivo das Aves, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães e agora o Estoril. Esta é a lista de vítimas de um leão faminto que se tem mostrado de 'barba rija' neste início de campeonato. Com dois golos apontados nos primeiros 11 minutos, que valeram o triunfo este domingo frente aos canarinhos (2-1), no jogo da 4.ª jornada da I Liga, disputado em Alvalade, o Sporting CP carimbou o melhor arranque dos últimos 27 anos - altura em que Marinho Peres orientava a formação verde e branca.
Os números não deixam ninguém indiferente: quatro vitórias em quatro partidas, dez golos marcados e apenas um sofrido... mérito de Lucas Evangelista, médio às ordens de Pedro Emanuel, que quis manchar o registo imaculado da baliza de Rui Patrício até então e, com um remate indefensável, de fora da área, fez abanar as redes leoninas. Um mal menor, dado o resultado final, que até teve um 'protagonista' diferente do habitual. Sim, o vídeo-árbitro. Mas já lá vamos. Passamos agora a bola para a história do encontro.
Sem Adrien, lesionado, foi Bruno Fernandes quem pegou na batuta a meio-campo. No serviço a Bas Dost, Jorge Jesus apostou em Alan Ruiz, mas foram Gelson e Acuña, os suspeitos do costume, a fazerem 'estragos' no conjunto adversário. Com 'fogo nos pés', o médio argentino trocou as voltas à defensiva contrária e, com espaço, cruzou largo para a área a partir do flanco esquerdo. E se Bas Dost ficou a centímetros do toque final, o mesmo não se pode dizer do irrequieto 'miúdo das trancinhas', que surgiu ao segundo poste e correspondeu da melhor maneira ao cruzamento do colega de equipa (terceiro remate certeiro em quatro jogos). De carrinho, diga-se - desde Abril 2015 que o Sporting CP não marcava de forma tão madrugador.
Um golo de vantagem era bom, mas não chegava. Uma teoria que justifica o 'pé no acelerador' nos minutos iniciais. Os canarinhos procuravam reagir, mas muitas vezes em falta, tal a diferença de 'andamento'. Como aos 10', quando os olhos de Bruno Fernandes brilharam ao ver o árbitro assinalar um livre à entrada da área do Estoril, a castigar um 'toque' em Alan Ruiz. Mesmo a cerca de 29 metros das redes defendidas por Moreira (sim, o guardião que já foi do Benfica), chamou-lhe um 'figo' e atirou a bola para a 'gaveta' - tal como Gelson, somou o terceiro tento em quatro duelos (e sempre fora da área).
No fundo, uma entrada demolidora que até deu para respirar fundo dentro de campo. No lado verde e branco, claro. Já nas bancadas, a festa era imensa para os Sportinguistas. Não era caso para menos. O problema é que a euforia foi diminuindo com o passar do tempo. Fazia, aparentemente, parte da estratégia. Com a vantagem no marcador, os comandados de Jorge Jesus optaram por 'adormecer' o ritmo de jogo. Ainda assim, o controlo das operações nunca esteve em causa. Pedro Monteiro ainda assustou Patrício (23'), através de um canto estudado dos estorilistas, assim como Coates quase aumentou para três ao atirar a centímetros do poste, após uma jogada de insistência de Battaglia, mas o marcador não se alterou até ao intervalo.
Insatisfeito, Pedro Emanuel 'atiçou' os seus jogadores, que surgiram de espírito renovado no segundo tempo. No entanto, os leões conservaram a posse de bola, de forma a não permitirem 'aventuras' do adversário. Gestão pura, tendo em conta que se jogava na 'ressaca' europeia. Até que Lucas Evangelista decidiu dar um 'pontapé' na apatia que se vivia em Alvalade. Foi já aos 85', com a 'redondinha' a entrar no ângulo superior direito da baliza leonina. Consequência: 2-1 no marcador e incerteza no resultado. Pouco tempo antes, Bruno Fernandes (lento a finalizar), Gelson (remate torto) e Battaglia (quase marcou de cabeça) haviam tentado a sua sorte, embora sem sucesso.
Para aumentar ainda mais a emoção na ponta final, entrou em campo o vídeo-árbitro [VAR], salvo seja. Bas Dost chegou mesmo a aumentar a contagem para 3-1, já em período de descontos (90+2'), mas o VAR anulou a festa nas bancadas por fora de jogo de Piccini. E bem! Tal como dois minutos depois (90+4'), quando Pedro Monteiro introduziu a bola dentro da baliza verde e branca, tendo beneficiado de uma posição irregular. Mais uma vez, o VAR, que é como o algodão, não engana, mostrou ser fundamental, dando justiça ao resultado final.
Vitória justa para um leão que quis resolver cedo e acabou premiado com os três pontos. Segue-se a visita ao Feirense, no dia 10 de Setembro.