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Foto José Cruz

Leão deixou a pele em campo

Por Jornal Sporting
13 Abr, 2018

Montero ainda fez os Sportinguistas acreditarem numa 'remontada', mas o triunfo por 1-0 frente ao Atlético acabou por ter um sentimento agridoce

De pé e, sobretudo, de cabeça erguida. Foi desta forma que os jogadores do Sporting CP deixaram esta noite o relvado de Alvalade, após o triunfo inglório frente ao Atlético de Madrid (1-0), na segunda mão dos quartos-de-final da prova secundária da UEFA, que não impediu os leões de dizerem adeus à Liga Europa. Apesar de todo o Esforço, Dedicação e Devoção deixados em campo, a reviravolta acabou por não acontecer. Pesou o deslize no Wanda Metropolitano, em Madrid, palco do primeiro confronto (2-0).

Sem Piccini, Coentrão, William Carvalho e Bas Dost, Jesus teve de alterar o xadrez verde e branco para um dos jogos mais importantes da temporada, apostando num sistema com três centrais: Mathieu, André Pinto e Coates. Ristovski e Acuña ocuparam os corredores e Montero pegou de estaca na frente de ataque. Não podemos garantir se Simeone ficou surpreendido com a aposta, mas o que é certo é que a formação leonina teve uma entrada em campo a todo o gás que baralhou por completo as contas dos colchoneros, que no primeiro tempo não fizeram um único remate à baliza defendida por Rui Patrício (!).

Muito por culpa do acerto defensivo do tridente do Sporting CP, que anulou por completo a dupla Griezmann/Diego Costa. Algo que nem com a saída prematura do lesionado Mathieu, dando o seu lugar a Petrovic no eixo central, se alterou. Apesar da pouca intensidade revelada pelo adversário, a intensidade imposta em campo por Battaglia (decisivo na recuperação de bolas e transições rápidas), Bryan Ruiz (que jogo!) e Gelson Martins (um perigo à solta), apoiados pela visão de jogo de Bruno Fernandes, fez acreditar que a missão até podia não ser assim tão impossível.

Se os cabeceamentos iniciais de Acuña (4') e Coates (11') deixaram Oblak a transpirar com o perigo que causaram, pior ficou o guarda-redes esloveno quando aos 28' Montero lhe fez a cabeça em água (3.º golo nas provas europeias): Bruno Fernandes tirou mais um cruzamento da cartola, Oblak não conseguiu afastar e o avançado colombiano mostrou ter a cabeça no lugar (certo e à hora certa) para fazer o primeiro da partida (1-0).

As bancadas de Alvalade 'explodiram' de alegria, claro. E mais podiam ter festejado, não fosse Bryan Ruiz ter visto o seu potente remate ser desviado para canto ou Gelson ter cabeceado muito ao lado do alvo em zona privilegiada (duas oportunidades à beira do apito para o intervalo). Na segunda parte, mais do mesmo. Os comandados de Jorge Jesus impuseram novamente um ritmo alto, encostando o Atlético – preocupado apenas em gerir a eliminatória – às cordas. Não havia tempo a perder.

Obrigando os colchoneros a jogarem mal – a bola parecia que lhes queimava nos pés, tal a pressão –, Montero até esteve perto de fazer o segundo da partida e da conta pessoal, não fosse o remate ter saído enrolado. A resposta não tardou e chegou pelos pés de Griezmann, derrotado por três vezes no braço de ferro com Patrício ("Ruiiiiiiiiiiiiii", gritaram os Sportinguistas nas bancadas a plenos pulmões).

O cronómetro não parou, assim como a ambição (e esforço) dos leões, do primeiro ao último minuto. Não chegou para passar a eliminatória, é certo, mas os efusivos aplausos após o apito final reconheceram uma exibição irrepreensível a todos os níveis. Sim, o sabor do triunfo pela margem mínima acaba por ser agridoce, mas há algo a reter: há cinco anos que o Atlético de Madrid não perdia numa fase a eliminar da Liga Europa.