"O equilíbrio será a nota dominante"
03 Jun, 2017
Nuno Cristóvão salienta que a final da Taça de Portugal terá contextos muito específicos entre duas formações que se equivalem, garantindo que não acredita no benefício de alterar as rotinas da equipa
A receita para derrotar o Sporting de Braga valeu a conquista do Campeonato Nacional. Um nulo e um triunfo por 1-0, este último já ao 'soar do gongo' em Alvalade, é o melhor espelho de como primeiro e segundo se equivalem em termos de valor. Para a final da Taça de Portugal, Nuno Cristóvão ressalva a dificuldade e reconhece que o Sporting de Braga apresenta características que perigam a superioridade do Sporting CP: "O equilíbrio será a nota dominante. Não vamos estar a 'tapar o sol com a peneira'. O Sp. Braga é uma equipa que no nível físico-atlético está acima do Sporting CP e pode usar essa arma para desequilibrar o jogo a seu favor. Tecnicamente, têm enormes executantes e são fortíssimos em termos tácticos. Agora, somos equipas diferentes. O primeiro jogo contra o Sp. Braga foi muito difícil porque vínhamos de um empate [duas jornadas antes, diante do Albergaria] e sabíamos que não podíamos perder, porque já estávamos a dois pontos de distância. Acredito que as formações já são diferentes desde a última vez que se encontraram. Mesmo reconhecendo que pode haver existir uma ou outra surpresa, conhecemo-nos bem".
O técnico principal da equipa de futebol feminino procura conquistar a quarta Taça de Portugal e garante que a preparação foi feita de igual modo a qualquer outro compromisso, embora referindo que 'cedeu' as intérpretes à comunicação social mais vezes do que gostaria: "O jogo será discutido ao pormenor. Tudo o que fosse alterar rotinas seria contraproducente. Depois de termos tido mais de nove mil pessoas em Alvalade, acho que o público, a massa adepta de cada equipa, vai tornar a partida ainda mais especial. Houve muita solicitação mediática às jogadoras, mais do que gostaria talvez, mas também percebo que as atletas tenham de estar próximas da comunicação social. Nunca treinámos na véspera do jogo porque treinámos sempre à noite e entendi que as jogadoras não teriam de vir treinar segunda-feira, por exemplo, mantendo o plano de quatro treinos. Não havia a necessidade de alterar o planeamento que seguimos desde o início".
Nuno Cristóvão vincou a importância de a final ser transmitida pela RTP, mostrando compreensão pela ansiedade latente, mas reforçando a convicção de que o Sporting CP joga sempre para vencer: "Espero que seja um grande jogo de futebol, ainda por cima televisionado por um dos canais com maior audiência. Ao que acresce aquilo que se pensa poder vir a ser um recorde em termos de moldura humana. Será difícil e complicado para ambas as equipas, porém, naturalmente que o Sporting CP quando joga, tem de honrar o seu ADN e seguir os seus princípios para ganhar. Não vou contrariar o que a Ana [Borges] disse [em baixo]. Há alguma ansiedade que não conseguimos controlar e que é perfeitamente natural. Agora, se estivermos focados é mais fácil ultrapassar tudo isso. Queremos o pontapé de saída para podermos discutir o jogo".
Ana Borges também agarrou o troféu ao lado do técnico e realçou o valor colectivo, mas também algum nervosismo perante a final de domingo: "Uma final é sempre uma final. É normal que exista algum nervosismo. Não somos imunes a isso e há alguma ansiedade para que o jogo comece. Jogamos sempre com o colectivo e não pensamos sequer o que pode ser diferente neste jogo. Ao longo do ano os adeptos foram muito importantes. Apoiaram-nos sempre e amanhã [domingo] não fugirá à regra".
O pontapé de saída está marcado para as 17h15 no Estádio do Jamor, em Oeiras.