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Foto D.R.

Pedersen no nosso sapato

Por Jornal Sporting
07 Ago, 2018

Cecilie Pedersen entrou aos 87’ e marcou aos 89, ditando a derrota do Sporting CP (3-2) na primeira jornada da UEFA Women’s Champions League

Pedras? Nem no sapato, nem no caminho, até porque a fase de qualificação da UEFA Women’s Champions League é demasiado curta para se ponderar construir um castelo – quatro equipas, três jogos e apenas uma vaga. Contudo, Pedersen apareceu mesmo. E só precisou de dois minutos para causar estragos na estreia do Sporting CP em prova. A avançado norueguesa entrou aos 87’, numa altura em que o encontro estava empatado (2-2), e marcou aos 89’, respondendo da melhor forma (com a cabeça) ao cruzamento de Anna Josendal. Agora, a tarefa das bicampeãs nacionais complicou-se, pois não dependem apenas de si para se qualificarem. Ou seja, em caso de vitória nas duas partidas seguintes (Osijek e Dragon), as orientadas de Nuno Cristóvão continuam a precisar de uma ou duas escorregadelas do Avaldsnes.

O panorama no estádio Grandski vrt escureceu logo a abrir. Sem mais, nem menos – numa altura em que as leoas mostravam bons indicadores iniciais -, Gaille Enganamouit rematou do meio da rua sem pedir licença à justiça da partida e colocou o adversário em vantagem. Neste caso, se Patrícia Morais tivesse asas, também não teria consigo negar as intenções da número 20. Mesmo assim, o Sporting CP permaneceu na mó de cima, exibindo boas dinâmicas ofensivas num sistema táctico pouco utilizado na época passada (3x5x2). A superioridade a meio-campo foi-se revelando importante para roubar a bola às opositoras, estratégia que havia sido lançada por Diana Silva no dia anterior. Aos 24’, foi a própria que ficou muito perto de marcar. Fátima Pinto descobriu-a entre as centrais, a internacional portuguesa trabalhou dentro da grande área, mas a tentativa bateu com estrondo na barra. A contas com a tal justiça, Ana Borges repôs a igualdade perto do intervalo (37’), ainda que o esférico tenha tentado negar o empate às verdes e brancas, uma vez que só depois de tocar no poste se resignou às redes contrárias.

O princípio da etapa complementar revelou-se idêntico ao da primeira… só que ao contrário. Após a cobrança de um livre quase perfeito por parte de Nevena, Sharon provou saber estar no sítio certo e à hora certa (48’) para a recarga. Estava consumada a cambalhota, que no entanto só durou até ao lance mais ‘esquisito’ da primeira jornada do Grupo 10. Cheryl Foster, do País de Gales, mandou repetir o livre a favor do Avaldsnes, sendo que Patrícia Morais calculou mal a sua saída. No ressalto, Waldus apontou o 2-2 de baliza aberta. Os vários momentos da jogada assemelharam-se a um alinhamento cósmico contra o Sporting CP, que se acentuou com a entrada de Pedersen, autora do 3-2 final (89’). Excluída que está a hipótese de se construir o castelo, veremos se será possível descalçar este sapato.