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“Os nossos corações crescem”

Por Jornal Sporting
12 Jun, 2015

Organizador do Torneio ‘Hope for Mundial’ comenta iniciativa

Encher de alegria os corações daqueles que durante o ano não têm tantos motivos para sorrir. É esta a principal razão que leva a organização do Torneio Internacional ‘Hope for Mundial’ a organizar a prova, como explica Sylwester Trzesniewski, Presidente da instituição de solidariedade social polaca Nadzieja Na Mundial, mentora da competição que já vai para a sua terceira edição na capital polaca, Varsóvia.

“É uma longa história. Algumas pessoas da nossa instituição experientes em lidar com crianças pensaram em organizar pequenos torneios de futebol para meninos carenciados. Um ano depois decidimos fazer algo maior e organizámos um campeonato polaco, em 2010. No ano seguinte fizemos um campeonato internacional polaco e em 2012 o europeu até que a partir de 2013 começámos a realizar o Campeonato do Mundo tal como é actualmente”, explicou.

O dirigente confessa que as dificuldades em criar uma prova desta dimensão são enormes. “Tentámos convidar praticamente todos os países mas sabemos que não é possível virem todos. As dificuldades em tratar dos vistos e em pagar as viagens são grandes, especialmente dos países asiáticos e africanos. É um longo processo até chegarem aqui esta semana e tentamos fazer o que está ao nosso alcance. Não somos uma associação com fins lucrativos, todos temos um trabalho para além deste, pelo que não é fácil planear tudo”, disse.

Para além da instituição polaca de solidariedade social, o Governo e a Federação polacos também colaboram. “O Estado dá uma pequena ajuda. O principal apoio financeiro vem da nossa Federação mas todo o trabalho e organização é feito pela nossa instituição”, comentou.

Em termos emocionais, Sylwester Trzesniewski considera que o torneio tem um efeito muito positivo sobre si e sobre as crianças que nele participam. “Fico muito satisfeito quando se chega a esta semana e um pouco orgulhoso também. É um trabalho difícil, de muitos meses, até que finalmente nos encontramos esta semana num grande estádio e vemos equipas oriundas de 30 países, compostas por jogadores que não têm grandes motivos para sorrir durante o ano mas que aqui têm uma oportunidade para serem felizes nem que seja por breves dias. Os nossos corações enquanto organizadores também crescem”.

Para o futuro, o Presidente da Nadzieja Na Mundial espera que surjam outros eventos com o mesmo propósito noutros países europeus. "Temos grandes planos para o futuro. O torneio tem mudado o seu formato e crescido bastante de ano para ano. O nosso principal patrocinador é polaco e como tal será difícil mudarmos o evento para outro país. O que queremos fazer proximamente é colaborar com outro país que esteja interessado em organizar algo semelhante. Para tal estamos a trabalhar numa parceira com a União Europeia que nos poderá facilitar bastante a tomar este passo. É uma ideia que deve propagar-se pelo resto do Mundo”, considerou.

Por fim, o líder polaco não descartou uma parceria com a Fundação Sporting – responsável pela comitiva portuguesa presente no evento – para colaborar numa possível realização de um torneio com os mesmos propósitos. “Em Portugal a Fundação Sporting tem demonstrado interesse em ajudar estas crianças e estamos abertos para colaborar com qualquer instituição na organização de iniciativas semelhantes. Estamos a falar de miúdos com uma vida difícil, muitos deles têm medo de muitas coisas e revoltam-se com facilidade e, como tal, muitas pessoas não querem trabalhar com eles. É um trabalho muito difícil. Na Polónia a nossa associação faz o que pode para inverter esse sentido e em Portugal a Fundação Sporting faz o mesmo, mas é realmente muito difícil lidar com estas situações”, concluiu.

Esta quarta-feira a equipa orientada por Manuel Pedro Gomes realizou o seu segundo treino em solo polaco, voltando aos trabalhos de preparação amanhã. De recordar que a terceira edição do Torneio ‘Hope for Mundial’ terá início no próximo fim-de-semana, no Estádio do Legia Varsóvia, estando a formação de Alvalade inserida no grupo B, juntamente com as equipas oriundas da Bósnia Herzegovina, México, Zimbabwe, Sérvia, Estónia, Turquia e Eslovénia. 

Cada equipa pode contar apenas com seis elementos em campo e os jogos da fase de grupos terão a duração de 14 minutos, divididos em duas partes de sete.