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Academia recebeu acção de formação sobre psicologia comportamental

Por Sporting CP
09 Nov, 2023

​Treinadores e coordenadores dos escalões de base viveram tarde de aprendizagem

Focado em garantir que os seus colaboradores dispõem de todas as ferramentas necessárias para desenvolverem o seu trabalho da melhor forma, o Sporting Clube de Portugal realizou na última quarta-feira uma formação na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, focada em temas como a psicologia, atenção e percepção, pontos transversais a qualquer área profissional.

Esta iniciativa, organizada pelo Departamento de Psicologia e Pedagogia do emblema de Alvalade, insere-se no plano de formação interna que promove todos os meses uma acção numa área distinta, tendo contado com a presença de todos os treinadores do futebol de formação e também dos respectivos coordenadores, além do director da formação Leonina, Tomaz Morais.

Segundo Aida Ramos, responsável pelo Departamento de Psicologia e Pedagogia, a ideia de debater estes temas nasceu do facto de a psicologia ser cada vez mais “fundamental” para os profissionais que gerem pessoas, especialmente os que lideram equipas compostas por jovens.

“O objectivo era abordar assuntos como a atenção e a percepção, além da forma como comunicamos, ou seja, como conseguimos chegar aos nossos atletas e ao nosso colega do lado em cada departamento”, começou por explicar em declarações aos meios de comunicação do Clube, frisando que “tudo o que sejam capacidades mentais é importante” para o Sporting CP.

“O que aprendemos vai ser muito importante para a forma como amanhã vamos comunicar com cada um dos nossos jovens. Vamos ter mais atenção a alguns pontos chave que nos foram transmitidos e, sem qualquer dúvida, a nossa comunicação será cada vez mais eficaz e individual. Vamos com toda a certeza atingir melhores resultados”, garantiu, sublinhando a ideia de que, cada vez mais, a forma como se trabalha fora de campo influencia o rendimento dos jogadores.

“Quando olhamos para um atleta, olhamos essencialmente para a pessoa. O nosso trabalho diário é junto da pessoa e do seu bem-estar físico e psicológico, aliado à performance desportiva. É algo que começamos a trabalhar cada vez mais cedo para que, quando os jovens chegarem a um patamar de transição para o futebol profissional, estejam preparados”, afirmou, antes de rematar: “A nossa principal função é formar cidadãos plenamente integrados na sociedade”.

Rui Mergulhão Mendes, especialista em análise comportamental e um dos formadores presentes, explicou ter abordado conceitos ligados à comunicação e como esta é “relevante”.

“Falámos do que comunicamos, ou seja, o que levamos ao outro quando estamos em processos de comunicação, e depois de outra perspectiva, que é saber ler alguns sinais para percebermos o que os outros nos estão a transmitir”, referiu, lembrando em seguida que, neste meio, “é fundamental ter um bom equilíbrio entre corpo e mente, pois existe uma simbiose entre os dois”.

“Estar preparado em termos físicos é fundamental, mas também ser forte mentalmente. Nesta sessão falámos de vários processos, desde heurística, priming, embodiment e vieses cognitivos, sendo que é importante saber como eles podem ser prejudiciais ou como podemos usá-los para potenciar a comunicação para que ela seja cada vez melhor e mais efectiva”, considerou.

Já Joana Sobreiro, também ela formadora convidada, teve como foco o uso da programação neurolinguística, a sua área de especialidade, e como utilizá-la para “melhorar a comunicação”.

“Isto não só no que é a comunicação com o outro, mas também na nossa comunicação interna. A forma como comunicamos connosco próprios e usamos as palavras vai potenciar ou inibir os resultados alcançados”, disse, aclarando a “relação entre jogo externo e interno dos indivíduos”.

“O jogo externo tem a ver com a perícia do adversário, as condições do campo ou o estado meteorológico, mas o que faz a diferença tem a ver com o jogo interno de cada um de nós. Ou seja, aquilo que o jogador faz na sua cabeça, como se prepara e como percebe a sua envolvência. Foi disto que falámos, como posso melhorar o meu jogo interno para aperfeiçoar o externo”.

De acordo com Rui Mergulhão Mendes, a recepção dos participantes não podia ter sido melhor, com os mesmos a mostrarem-se interessados em saber mais e a responderem afirmativamente aos exercícios mais dinâmicos. “Vi um grupo participativo, que foi colocando questões à medida que a formação se foi desenrolando. Espero que tenha sido um momento potenciador para eles”.