Mais três pontos à base da 'remontada'
23 Ago, 2017
Sporting B venceu o C. Piedade (2-1) e igualou o melhor arranque de sempre com nove pontos em quatro jornadas
Parece mentira, mas já se tornou um hábito. O Sporting B venceu o C. Piedade por 2-1 na quarta jornada da Ledman LigaPro depois de ter estado em desvantagem. Pedro Delgado (54') e Rafael Leão (74') operaram a reviravolta dos verdes e brancos, que com nove pontos conquistados em quatro jogos igualam o melhor arranque de sempre de uma equipa B leonina (2011/2012 e 2014/2015).
Durante 45 minutos, os adeptos esperaram expectantes por um rasgo que balançasse o tabuleiro de xadrez. Aos 15’, os mais sonolentos despertaram com o ‘golo’ do Cova da Piedade. Na sequência de uma bola parada, Stojkovic sentiu as suas redes abanarem depois de um cabeceamento/desvio. Quando os forasteiros já cantavam de galo, o auxiliar não teve piedade (perceberam a brincadeira?), assinalando fora-de-jogo. Por esta altura, o lado preferencial do Sporting B para atacar era claramente o esquerdo, muito por culpa do excelente entendimento demonstrado entre David Sualehe e Jovane Cabral – o lateral pisou terrenos adiantados várias vezes com o intuito de desequilibrar. Por isso mesmo, ninguém estranhou o facto de o lance mais perigoso desta etapa ter surgido pelo corredor canhoto: Rafael Barbosa, com um passe primoroso, deixou Jovane na cara do guarda-redes Pedro Alves, tendo Adilson recorrido à falta – o único meio possível – para evitar o 1-0. Sem surpresas, o árbitro apontou para a marca do castigo máximo (26’). Chamado ao calor dos holofotes, Pedro Delgado acusou a pressão, permitindo ao guardião adversário roubar-lhe o papel de protagonista à primeira e à segunda tentativa. Ou seja, na recarga. O especialista do Cova da Piedade nas grandes penalidades (defendeu uma mão cheia delas na temporada passada), 'gritou' que não queria ter a fama sem o proveito e forçou o empate ao intervalo.
Tudo aquilo que não aconteceu antes ficou reservado para a etapa complementar. ‘Gritos, cânticos, olés’, parafraseando o anúncio. E, claro, o mais importante: festejos. A abrir o segundo tempo, Shimabuku (podemos repetir: Shimabuku) abriu o activo, dando o melhor seguimento ao bonito 'desenho' pintado pelo conjunto de João Fernandes. Veio do Brasil, terra Natal do marcador, a inspiração para um bom remate cruzado fora da área (49’). Irritados por estarem em desvantagem perante os seus adeptos, os leões só demoraram cinco minutos a repor a igualdade, sendo que a beleza da jogada que ‘consagrou’ Pedro Delgado não foi inferior à do adversário. Para não variar, foi Sualehe a levar a equipa para a frente e a combinar com o médio leonino, que anda de ‘pé quente’. No meio-campo, Miguel Luís ainda se está a habituar à posição seis, lugar que não lhe permite fazer a diferença perto da baliza. No entanto, o júnior campeão nacional não esqueceu os velhos hábitos. Ora, aos 75’, lá estava ele para oferecer o golo de bandeja ao amigo Rafael Leão.
Nova reviravolta. É isto, pela terceira vez, numa liga que vai na quarta jornada. Pelos mesmos números, do mesmo modo. Os amantes das teorias da conspiração vão até dizer que Pedro Marques não marcou em cima do apito final para não quebrar a ‘tradição’ (risos). Costumes à parte, a verdade é que, com este triunfo, os comandados de Luís Martins igualaram o melhor registo de sempre de equipas B (2011/2012 e 2014/2015): nove pontos conquistados em quatro partidas disputadas. Nada mau.