Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Taxonomy term

Português, Portugal

Dualidades e outras coisas

Por Miguel Braga*
22 Out, 2020

A introdução do VAR foi uma medida benéfica na luta pela transparência do futebol e como tal precisamos de protegê-la e apetrechá-la de mais instrumentos que ajudem à compreensão de determinadas decisões e à clarificação dos processos

O terramoto provocado pela dualidade de critérios do primeiro clássico da época, teve réplicas ao longo de toda a semana. A presença do árbitro Pedro Azevedo na Sporting TV contribuiu para esclarecer algumas almas menos iluminadas e relembrar a outros que as regras existem e que devem ser iguais para todos. O FC Porto teve mesmo a particularidade de ter um jogador que deveria ter visto dois cartões vermelhos – primeiro por entrada grosseira e perigosa sobre Pedro Porro, depois por fazer penálti; o internacional sub-21 espanhol teve, inclusivamente, de fazer tratamentos nos dias seguintes – e que, mesmo assim, acabou por fazer a totalidade do jogo. É obra. O mantra repetido até à exaustão que uns jogam nos limites mina a capacidade de decisão sobre lances que não podem ser considerados normais no futebol, sobre atitudes que confundem propositadamente agressividade com violência. É, por vezes, uma linha ténue que separa os conceitos, mas é uma linha que existe e que não deve, nem deveria, ser menosprezada. Como a linha da decência, ultrapassada por um ou outro comentador azul e branco, que chegaram mesmo a dizer que Pedro Gonçalves deveria ter visto o cartão amarelo no famigerado lance com Zaidu, por simulação. Só mesmo a falta de vergonha permite comentários públicos assim.

Para meditar sobre estas dualidades que têm marcado a história do Futebol português nos últimos anos, recordo a entrevista de Tomislav Ivković à Tribuna do Expresso, guarda-redes que defendeu as nossas balizas – e dois penáltis do Maradona – nos finais dos anos 80 e princípio dos anos 90. À pergunta se se sentia o domínio do FC Porto, Ivković foi peremptório: “Ohhh, naqueles tempos… Era na Europa toda: cada país tinha o seu FC Porto. O comportamento dos árbitros e dos dirigentes era diferente quando se tratava do FC Porto”. Continuando: “posso dizer que o Pinto da Costa e o Reinaldo Teles eram as pessoas a que toda a gente queria agradar. Porquê? Porque havia a ideia de que eles podiam ajudar quando fosse preciso. Faziam-se bonzinhos, queriam ficar perante eles”.

Heródoto afirmou ser necessário “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Continuar a fingir que nada se passou no passado servirá o presente de alguns, mas não ajudará o futuro do futebol português. A introdução do videoárbitro (VAR) foi uma medida benéfica na luta pela transparência do futebol nacional e como tal precisamos de proteger a figura do VAR e apetrechá-la de mais instrumentos que ajudem à compreensão de determinadas decisões e à clarificação dos processos. Não queremos regras diferentes, exigimos sim, critérios idênticos.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Acreditar no Sporting

Por Miguel Braga*
15 Out, 2020

(...) Foi essa dedicação, essa devoção, com o esforço conjunto de muitos que permitiu atingir a Glória no basquetebol frente ao... FC Porto. O exemplo está dado

É um nervoso miudinho que vai crescendo ao longo da semana, uma ansiedade positiva que vai ganhando força dia após dia, até porque, como se costuma dizer, estes são os jogos “que dão mais gozo” ou, como Luís Neto afirmou esta semana, “são os jogos que toda a gente quer jogar”. Ao longo da minha vida de Sportinguista tive o privilégio de assistir a vários confrontos entre estes dois grandes do futebol português, com jogos e resultados para todos os gostos.

O primeiro clássico entre Sporting CP e FC Porto de que tenho memória remonta a 1981/1982, ano em que fomos campeões e vencemos a Taça de Portugal e que ganhámos pela margem mínima, fruto de um golo do agora Team Manager da equipa sub-23 Mário Jorge. Curiosamente, esse mesmo clássico começou com um golo anulado a Manuel Fernandes por fora-de-jogo “bem assinalado” – segundo os comentários da RTP na altura –, apesar de nas imagens (podem procurar as mesmas no YouTube) se perceber que o Eterno Capitão estava pelo menos um metro em jogo – coisas do futebol dos anos 80, quando ainda não havia VAR e os guarda-redes podiam segurar as bolas passadas pelos seus próprios defesas. O golo solitário acabou por chegar ainda na primeira parte, pelo referido jogador, numa recarga rápida e oportuna a um remate de… António Oliveira, que levou o antigo Estádio José Alvalade ao delírio.

Este é o primeiro jogo em casa do Sporting CP para o campeonato e, espera-se, o último dos clássicos sem público. No início da próxima semana, as autoridades de saúde do país vão pronunciar-se sobre a matéria e todas as pessoas ligadas ao futebol, dos adeptos aos dirigentes, esperam bom senso e uma decisão que permita o retorno do público aos estádios. Aguardemos pela decisão, sabendo que na quarta-feira, o primeiro-ministro António Costa anunciou o regresso ao Estado de Calamidade.

Este será também o primeiro clássico da época. É altura para nos unirmos em redor da equipa e do Clube. “Acreditem em nós. É um grupo especial, que tem um orgulho enorme de representar este grande Clube”, foi o apelo de Luís Neto. Tenho fé que os verdadeiros Sportinguistas assim o façam. Faz parte de nós, da nossa dedicação e devoção aos nossos jogadores e ao nosso Clube. Foi essa dedicação, essa devoção, com o esforço conjunto de muitos que permitiu atingir a Glória no basquetebol frente ao... FC Porto. O exemplo está dado. Sábado, a bola começa a rolar às 20h30.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O bom filho a casa regressa

Por Miguel Braga*
08 Out, 2020

Não é grande quem quer, é grande quem trabalha, quem vence, quem tem na sua História a sua força motriz e no seu Museu milhares de troféus. Somos Sporting Clube de Portugal

O regresso a casa de João Mário foi a cereja no topo do bolo deste mercado. A começar porque foi inesperado. Convém recordar que no final do mês de Agosto foram publicadas notícias a dar conta que o Sporting CP teria abdicado de uma cláusula anti-rivais e que o jogador estava de malas aviadas para o outro clube da Segunda Circular. Afinal, parece que não. Prova de que a ambição do Leão está viva: João “Mágico” é um produto da nossa formação, com títulos conquistados, campeão europeu e com uma qualidade reconhecida internacionalmente. É uma peça que faltava à engrenagem montada pelo treinador, com experiência e talento e também muita vontade de voltar a ser feliz, tal como o próprio reconheceu na apresentação aos meios Sporting CP.

E se João Mário foi a tal cereja saborosa, a verdade é que Adán, Porro, Antunes, Feddal, Pote, Nuno Santos e Tabata são os ingredientes que completam o bolo que a SAD ofereceu ao futebol para os desafios que se avizinham. Um misto de jogadores jovens com muita experiência e conhecimento do futebol português, com potencial à vista e que acrescentam valor ao plantel e aos jogadores já escolhidos pela equipa técnica.

Quanto a saídas, destacaria as vendas de Acuña e Wendel por valores competitivos neste mercado pós-COVID-19: o jogador argentino foi o defesa-esquerdo que mais rendeu ao Sporting CP numa venda daquela posição, o jogador brasileiro entrou directamente para as melhores vendas do Clube (a transferência pode ascender aos 24 milhões de euros), atrás de nomes como Bruno Fernandes, Slimani, Adrien Silva, Nani ou… João Mário.

A semana que passou ficou também marcada por um pleno de vitórias do Sporting CP nos recintos onde competiu. A saber: futebol, equipa principal, equipa B e feminino; futebol de praia (onde voltámos a conquistar o título que nos fugia desde 2016); ténis de mesa (trazendo para Alvalade mais um troféu, a Supertaça); futsal; hóquei e hóquei feminino; andebol; e também no voleibol, em ambas as equipas, masculina e feminina. Mais ecléctico seria impossível. A grandeza de um Clube é trabalhada diariamente por centenas de atletas e staff, que com o seu esforço, a sua dedicação e a sua devoção, contribuem em prol da Glória colectiva. Não é grande quem quer, é grande quem trabalha, quem vence, quem tem na sua História a sua força motriz e no seu Museu milhares de troféus. Somos Sporting Clube de Portugal.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Passado, presente e futuro

Por Miguel Braga*
01 Out, 2020

Temos agora de capitalizar esse golo, essa qualidade individual, no espírito colectivo que está a ser construído naquela que é a futura Academia Cristiano Ronaldo

O golo de Tiago Tomás, na semana passada frente ao Aberdeen FC, da Escócia, teve mais do que um significado. A começar, para o Sporting CP, que garantiu a passagem à eliminatória que hoje jogamos frente ao LASK, da Áustria; depois, para o próprio jogador, que logo a seguir ao jogo confessou: “foi uma noite inesquecível para mais tarde contar aos meus netos”. Por fim, foi também um regresso ao passado, em concreto àquela noite europeia onde então o jovem teenager Litos inscreveu o seu nome da História do Sporting CP ao ser o jogador mais novo de sempre a marcar pelo Sporting CP nas competições europeias. Tiago Tomás, o nosso “TT”, na passada quinta-feira, seguiu-lhe os passos, entrando directamente para o segundo lugar nessa lista.

Em 1984 o mundo, o país e o Sporting CP viviam realidades bem distintas das de hoje. E se o ano em questão foi título de um livro de George Orwell que deveria ser de leitura obrigatória para todos, foi também o ano em que Carlos Lopes venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em que Mark Zuckerberg, Thiago Silva, Katy Perry ou Le Bron James nasceram e que Ronald Reagan foi reeleito para a presidência dos Estados Unidos da América.

Entre os dois golos, passaram 36 anos e um sem número de jogadores oriundos da formação do Sporting CP pela equipa principal. E, por isso mesmo, o feito de Tiago Tomás merece o nosso aplauso. Não só pela execução técnica, não só pela qualidade do remate, não só porque nos deixa sonhar com quem não treme em frente à baliza, mas porque reforça que o regresso a esta aposta dá frutos. Temos agora de capitalizar esse golo, essa qualidade individual, no espírito colectivo que está a ser construído naquela que é a futura Academia Cristiano Ronaldo. 

Litos foi um jogador que deu muito ao Sporting CP, mas quem se lembra de o ver jogar, ficou também com a sensação de que poderia ter dado ainda mais. Fez cerca de 200 jogos de Leão ao peito, chegou a internacional A (apenas duas chamadas à selecção principal), mas a qualidade e a inteligência em campo nunca enganaram ninguém. Faltou-lhe o título de campeão, o próprio admite isso, mas além daquele momento mágico frente ao AJ Auxerre e de outros que muitos se recordam, há um que sempre foi especial para mim: a forma inteligente com que passou por toda a defesa do SL Benfica nos saudosos 7-1, na jogada do golo mais bonito da tarde, marcado por Manuel Fernandes em salto de peixe.

Ainda sobre algumas polémicas estéreis que marcaram a semana Leonina, convém sempre recordar Orwell: “Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”. Assim será, sempre na defesa do Sporting CP.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

O melhor jogador da melhor Academia

Por Miguel Braga*
24 Set, 2020

Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação

No início da época 2001/2002, um jovem de 16 anos fez a pré-‑época com a equipa principal do Sporting CP. Acabou por não ficar nessa equipa campeã, onde na altura prontificavam os então jovens promissores Ricardo Quaresma e Hugo Viana. Na altura, começou a correr o rumor nos corredores e bancadas de Alvalade que existia mais talento na nossa formação e que, imagine-se, até diziam que era melhor do que o futuro Mustang. Verdade seja dita, no final dessa época, o jovem madeirense “completava” as suas épocas de formação do Clube com números impressionantes: 105 golos em 126 jogos disputados de Leão ao peito.

Foi por isso com natural expectativa que vimos crescer em Alvalade aquele que viria a ser o melhor jogador português de todos os tempos: ninguém ganhou mais que ele, ninguém foi tão consagrado, ninguém marcou tantos golos ou teve tantas internacionalizações. Mas no início da época de 2002/2003 toda a História ainda estava por escrever. Ainda antes da estreia oficial – que aconteceu frente ao FC Internazionale Milano, em jogo a contar para 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no dia 14 de Agosto de 2002, substituindo o espanhol Toñito aos 68 minutos –, num jogo de pré-época frente ao Olympique Lyonnais era assim descrito pelo jornal Record: “Atenção a este miúdo. Tem poder de desmarcação, capacidade de drible e sentido de baliza”. Raras vezes foi tão certeira a descrição de uma jovem promessa. Mesmo assim, havia quem duvidasse que Ronaldo chegaria ao Olimpo do Futebol. László Bölöni, o treinador que o lançou, recordava há uns anos uma aposta com o seu advogado, Fernando Seara, conhecido adepto do clube rival: “Ele era benfiquista e ficou escandalizado por eu ter dito a uma rádio que o Ronaldo iria ser tão bom como Eusébio e Luís Figo. Então apostei que não só iria ser tão bom como até seria melhor. Ainda estou à espera que me pague o jantar”.

Entretanto, passaram-se 18 anos de uma História sem igual. E hoje, o nome Cristiano Ronaldo é sinónimo de sucesso, de trabalho, ou se quisermos, de esforço, dedicação, devoção e glória. Ronaldo é a personificação do nosso lema, alguém que soube ouvir, que soube trabalhar e continuar a acreditar até superar os seus próprios sonhos.

Esta semana foi desvendado um segredo bem guardado: Cristiano, a Lenda, aceitou o desafio do presidente Frederico Varandas e a homenagem do Clube que o fez jogador e homem: dar o nome à nossa Academia, pedindo apenas em troca que o Clube faça a inauguração com o próprio presente. A todos os envolvidos, o Sporting CP e os Sportinguistas só podem estar agradecidos. Ronaldo faz parte da nossa essência e a essência de Ronaldo é verde e branca. Cristiano é sinónimo de trabalho e sucesso e é isso mesmo que queremos dos nossos jovens e da nossa formação. Que assim seja.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Desconfinar é preciso

Por Miguel Braga*
17 Set, 2020

(...) O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país

Numa semana marcada por notícias sobre casos positivos de COVID-19 em oito jogadores e em dois elementos do staff da equipa de Futebol do Sporting CP, não podemos deixar de pensar no que se podem transformar as próximas semanas, os próximos meses.

Convém sempre recordar que estamos a falar de dez pessoas saudáveis, completamente assintomáticas e que, ao contrário da grande maioria da população, já foi testada mais de uma dezena de vezes nos últimos meses – com vários testes nos últimos dias. Não é racional a penalização ou o excesso de testes a que estão sujeitos comparativamente com qualquer outro sector. O desconhecimento sobre algo não deve ser impeditivo de tudo, com medidas mais restritivas do que os países vizinhos e tratando, no caso nacional, o desporto em geral e o futebol em particular como uma excepção.

Do norte da Europa chegam números que indiciam que podemos ter outra abordagem para com a pandemia – a Suécia teve esta semana os números “mais positivos” do continente, com menor número de novos doentes por habitante, baixando o número de mortes para valores residuais. Os responsáveis suecos falam em política “sustentável”, que não mate a sociedade com a sua própria cura – a notícia foi publicada no The Guardian esta quarta-feira.

Ninguém tem uma bola de cristal para saber o dia de amanhã. Mas sabemos hoje como  podemos enfrentar o futuro: restringindo ou adaptando-nos a uma nova realidade; fechados em casa ou munidos de máscara na rua, lavando as mãos com frequência, respeitando novas distâncias sociais e corrigindo comportamentos; estrangulando empresas ou criando condições para que estas sobrevivam à maior crise das últimas décadas; não ouvindo os parceiros dos mais variados sectores ou chegando a um consenso que nos leve a dar um passo em frente como sociedade e como exemplo europeu.

Esta é também a semana do regresso às aulas, a uma ilusão de vida normal que nos escapa desde Março. Este regresso será uma prova ao nosso civismo, à forma como nos comportamos, mas também de como as autoridades de saúde e os nossos políticos vão encarar o dia de amanhã. O regresso à vida não é apenas feito na sala de aula. É na prática do desporto, é na rua, é nos cafés, nos restaurantes, nos cinemas, nos teatros, mas também nas bancadas dos pavilhões e dos estádios do país.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Sinais

Por Miguel Braga*
03 Set, 2020

(...) Numa altura em que se multiplicam eventos com público, ainda que com restrições, o desporto em Portugal continua a ser uma excepção para as nossas autoridades de Saúde

Arranca este fim-de-semana o Troféu Stromp, sinal de regresso a alguma normalidade, muito embora ainda sem o público desejado nas bancadas do Pavilhão João Rocha. Numa altura em que se multiplicam eventos com público, ainda que com restrições, o desporto em Portugal continua a ser uma excepção para as nossas autoridades de Saúde.

Terminou também no passado domingo o estágio da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal. Além da habitual carga de treinos em fase de pré-época, o Algarve foi também o palco ideal para Rúben Amorim testar as soluções de que dispõe para avaliar a composição final do plantel.

À experiência de nomes como Coates, Vietto ou Neto, juntaram-se reforços de qualidade como Feddal, Adán ou Nuno Santos, e a irreverência da juventude no talento de Nuno Mendes, Eduardo Quaresma ou Tiago Tomás. As boas notícias é que ainda há vários nomes, como Max, Matheus Nunes ou Šporar, que nos dão garantias de uma equipa competitiva e cada vez mais confortável com as ideias de jogos e dinâmicas introduzidas pela equipa técnica. E sim, Jovane Cabral, Gonzalo Plata, Antunes, Daniel Bragança, Borja, Porro, Inácio, Rodrigo Fernandes, Wendel e também a magia do nosso Harry Pote, são todos sinais de boa construção do plantel para atacar esta época. E até porque ainda não fechou o mercado de transferências, seja a solução interna ou externa, alguns nomes ainda se vão juntar a este lote para fechar o plantel do Sporting CP.

Também no Algarve, Stefan Ristovski envergou pela primeira vez a braçadeira de capitão do Clube. E fez questão de assinalar o feito nas redes socias, realçando “a honra e o orgulho enorme” da façanha. Sinal de que os homens também se fazem destes momentos e de que o Clube tem nas suas fileiras quem respeita e percebe a grandeza do Sporting CP.

Já está marcada a primeira jornada da Liga NOS e o kick off da temporada 2020/2021 teve lugar no magnífico cenário da Real Companhia Velha. Sobre o mesmo, umas notas. Primeiro, o sinal de que algo precisa de mudar na média de faltas por jogo em Portugal – seja pelo apito rápido, por jogadas menos claras dos jogadores ou vontade dos treinadores – quem não se lembra das instruções de Ricardo Soares, treinador do Moreirense FC, no jogo contra o Sporting CP –, a verdade é que a nossa Liga é a mais faltosa entre iguais (números disponibilizados pela Liga no “Futebol em Números 2019-20 – Report Estatístico das Competições Profissionais”), sendo por isso o tempo útil de jogo e o espectáculo prejudicados. Um sinal claro que devemos melhor, clubes, mas também arbitragem: um sector que deveria ser mais aberto, mais crítico e menos corporativo. A bem de todos. Mas infelizmente, o sinal de que a mudança está longe de acontecer, veio com a atribuição do Prémio Prestígio a Valentim Loureiro, dirigente condenado no âmbito do Apito Dourado.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Recomeços

Por Miguel Braga*
20 Ago, 2020

Será uma época onde o Esforço, a Devoção e a Dedicação de cada um serão fundamentais e cruciais para atingirmos a desejada Glória colectiva

Os inícios de época são alturas de esperança, de acreditar, de crença. Que vamos conseguir mais e melhor, levando o Clube e os sonhos dos Sócios, adeptos, jogadores, staff e direcção ao porto desejado.

A época que começa, nas várias modalidades, é uma época atípica, diferente daquilo que todos nós já vivemos: a incerteza relativamente à presença do público nos estádios e pavilhões, o receio de um mercado de transferências peculiar, a ameaça de uma pandemia que parou o país e o Mundo e que nos deixa desconfiados do dia de amanhã.

É neste contexto que as várias equipas do Sporting Clube de Portugal se preparam para o futuro que aí vem. Com a certeza de que, mais do que nunca, esta será uma época onde o Esforço, a Devoção e a Dedicação de cada um serão fundamentais e cruciais para atingirmos a desejada Glória colectiva. Este é o caminho que todos, Sócios, adeptos, jogadores, staff, dirigentes e colaboradores do Clube têm de percorrer.

Esta semana regressaram os trabalhos à Academia Sporting com a esperança renovada em atingir os objectivos que a estrutura se propõe a conquistar. Temos a experiência de jogadores internacionais consagrados, a irreverência da juventude da nossa formação e a chegada de reforços com ambição e qualidade que nos permitem sonhar com uma época que recoloque o Sporting CP no lugar que merece. Temos também um treinador ambicioso, conhecedor do futebol nacional e com uma ideia clara do que quer dentro de campo. Esta combinação só nos pode encher de uma esperança verde e branca, desejosos que a bola volte a rolar, idealmente e se as autoridades o permitirem, com público nas bancadas a apoiar a armada de Rúben Amorim.

Esta semana que passou, o Estádio José Alvalade foi também palco de uma meia-final da Liga dos Campeões e a nossa Academia foi a arena onde o Paris Saint-Germain se treinou para alcançar pela primeira vez na sua história a presença na final da prova principal do continente europeu. Mais uma vez, o trabalho não visível de uma larga equipa Leonina (e não só) permitiu a realização da competição. A todos os envolvidos, os meus parabéns.

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Uma questão Central

Por Miguel Braga*
23 Jul, 2020

A todos, mas em especial a Jérémy Mathieu, que agora nos deixa, muito obrigado. O Sporting Clube de Portugal será também sempre vosso

Nos últimos anos, tivemos a oportunidade de ver em campo dois dos melhores defesas-centrais que já jogaram no nosso país. De um lado, Jérémy Mathieu, que, entretanto, anunciou a sua reforma, do outro, Sebastián Coates, El Patrón, que esta semana atingiu a singela marca de 200 jogos de Leão ao peito. Foi uma dupla que trouxe ao Clube mais classe, esforço, devoção, dedicação, atingindo por vezes também a glória, deixando em campo muito suor e lágrimas pelo Sporting Clube de Portugal. Coates continuará em campo e Mathieu ficará agora a torcer por nós fora dele. Nas páginas centrais desta edição do Jornal Sporting poderá ver a radiografia desta história contada a dois, um francês e um uruguaio que o destino quis juntar em Lisboa.

Coates e Mathieu fazem parte de uma elite de centrais que construíram a defesa do Clube nas últimas décadas. Confesso que desde que me lembro de ver futebol, o Sporting CP sempre teve naquela posição pilares das suas equipas, patrões, homens fortes e de carácter. Se na versão nacional nomes como Eurico, Morato, Venâncio ou Beto (o mais marcador entre iguais com 25 golos) fizeram as honras da casa, foi do estrangeiro que o Sporting CP trouxe o talento para aquela posição central no terreno de jogo.

Além dos já referidos, há, porém, outros nomes que conquistaram o pleno direito de fazer parte do imaginário colectivo do Sporting CP. Sem ordem futebolística ou de importância em campo, destacaria sempre a classe de Nourredine Naybet (que fez apenas 73 jogos pelo Clube), o imperador Marco Aurélio (172 jogos), o esquerdino André Cruz com a sua colocação em campo e nos livres directos (que nos valeram 15 golos em 105 jogos), o primeiro Campeão do Mundo de Selecções a jogar em Portugal, Anderson Polga, que fez mais de 300 jogos (342 para ser exacto) com a camisola do Leão e, por fim, Luizinho. O tal central que provou que os defesas-centrais não se medem aos palmos (tinha “apenas” 1,79 m) e que era titular da selecção brasileira que encantou o Mundo em 1982 – e da qual faziam parte nomes como Zico, Falcão, Sócrates, Toninho Cerezo, Eder ou Roberto Dinamite. Um momento certamente inesquecível foi aquele golo nos instantes finais contra o Bologna FC em 1991, nos quartos-de-final da Taça UEFA, que nos permitiu passar e medir forças com o todo poderoso FC Internazionale Milano, de Walter Zenga, na eliminatória seguinte. Acabámos por cair nas meias-finais depois de uma exibição magistral em Alvalade e o Inter acabou por ser o vencedor da competição (ganhou na final, por 2-1 a outros italianos, da AS Roma).

A todos, mas em especial a Jérémy Mathieu, que agora nos deixa, muito obrigado. O Sporting Clube de Portugal será também sempre vosso.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Não, obrigado

Por Miguel Braga *
09 Jul, 2020

O nosso rumo está traçado, o nosso grupo unido. Para desgosto de muitos, vamos ser fiéis a esse plano, cumprindo o nosso caminho, independentemente das pedras que coloquem na estrada

Fará no próximo dia 15 deste mês três anos desde que Marcos Acuña assinou pelo Sporting Clube de Portugal. Mais de mil dias de Leão ao peito, 132 jogos pelo Clube, duas Taças da Liga conquistadas e uma Taça de Portugal. Internacional argentino, com 27 presenças na “La Albiceleste”, Acuña faz da raça uma das suas imagens de marca, não desistindo de uma luta, de uma bola, de conquistar o seu espaço com “ganas” e com vontade de Leão.

Talvez por isso, Marcos Acuña transformou-se num alvo apetecível da intriga que gravita em volta do futebol português. Se dentro de campo, esse estigma paga-se com amarelos à primeira falta e vista grossa às constantes provocações de que é alvo, fora dele, a entrega e inconformismo de Acuña levaram à criação de novelas, de histórias paralelas fruto da criatividade e imaginação de quem quer atingir não só o jogador, mas especialmente o Sporting Clube de Portugal.

Diz-me a experiência e o respeito que tenho pela profissão que os jornalistas não inventam notícias. No entanto, há várias fontes que giram à sua volta, umas credíveis, outras nem tanto, umas que enfrentam a verdade, outras que a contornam a seu bel-prazer ou a pedido de um interesse alternativo ou não declarado. Uma táctica de guerrilha utilizada é lançar uma “notícia” tarde e a más horas, de forma concertada, com uma ou duas fontes alinhadas, de forma a passar a informação como certa e credível.

O Sporting Clube de Portugal orgulha-se de ter um grupo forte e unido, composto por pessoas íntegras, honestas, trabalhadoras e que tudo fazem para honrar o nome e a história do Clube. Todos os dias trabalham para isso, em conjunto e com o apoio de uma estrutura altamente profissional.

Ao longo dos anos, o modus operandi tem-se repetido, transformando o Sporting Clube de Portugal no alvo preferencial para o desvio de atenções, essas sim, razão de ser notícias, tanto nacionais, como até internacionais.

O nosso rumo está traçado, o nosso grupo unido. Para desgosto de muitos, vamos ser fiéis a esse plano, cumprindo o nosso caminho, independentemente das pedras que coloquem na estrada. Quem atira pedras assim deveria estar mais preocupado com o seu próprio telhado. Mais tarde ou mais cedo, a verdade virá ao de cima. E para que não restem dúvidas, Acuña está com o grupo e o grupo com Acuña. Tudo o resto são apenas tentativas de destabilizar o Clube.

Não, obrigado.

 

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

Páginas

Subscreva RSS - Miguel Braga