Europa para decidir em Lisboa
05 Abr, 2018
Dois golos sem resposta no final do primeiro encontro com o Atlético de Madrid deixa porta aberta sobre quem passa às meias-finais da Liga Europa
A ideia de que a passagem às meias-finais da Liga Europa teria sempre de ser decidida em Lisboa, no encontro da 2.ª mãos dos ‘quartos’, frente ao Atlético de Madrid não perdeu sentido. Os dois golos sofridos no novíssimo Wanda Metropolitano, fruto de dois erros individuais, certamente não são suficientes para Diego Simeone viajar até Alvalade confiante que tudo estará resolvido.
Ainda que o registo dos colchoneros fique favorecido quando analisados os encontros fora de Madrid nesta competição – cinco em Copenhaga e quatro em Moscovo –, os leões terão sempre uma palavra a dizer, embora desta vez com uma margem de manobra mais reduzida, sobretudo no que a golos sofridos dirá respeito.
Foi um arranque demasiado a frio, com um golo relâmpago aos 23 segundos, depois de um erro de Coates que deixou Diego Costa na melhor posição de assistir Koke, que entrou pela esquerda e só parou depois de bater Rui Patrício, inaugurando assim o marcador. Mais a cru só mesmo antes do árbitro apitar ou em pleno pontapé de saída!
O Atlético, galvanizado pelo ter apanhado o leão em contra-pé, sufocou nos cinco minutos seguintes, o tempo de a formação verde e branca respirar, acertar agulhas e voltar à luta, que é como quem diz, começar realmente o jogo. Aos 3’, a partir de um pontapé de canto, Godín obrigou Patrício a uma defesa em voo, com Diego Costa a tentar seguir as pisadas de Cristiano Ronaldo, nas artes velocipédicas, mas falta-lhe qualquer coisa que o madeirense, este domingo, poderá explicar-lhe melhor, na visita do Atlético ao Santiago Bernabéu, para a liga espanhola.
A verdade é que, depois disso, até aos 15 minutos, o jogo foi do Sporting CP. Primeiro (8’), com Gelson a assistir Bas Dost, mas Godín cortou pela linha de fundo: depois (15’), Piccini – que exibição de luxo do lateral italiano! – fez todo o corredor esquerdo, terminando ao tirar Lucas da frente, conseguiu servir o avançado holandês, que atirou ao lado.
A pérola da formação leonina teve ainda nova oportunidade, com um passe de Bruno Fernandes a rasgar a zona central, apanha Gelson Martins em desmarcação por entre os centrais, mas apesar de ter ficado bem posicionado, o remate saiu sem o engenho para bater Oblak.
A cinco minutos do intervalo, novo erro individual, desta feita de Mathieu, que perdeu a bola para Griezmann em zona mais do que proibida, colocando o avançado francês em novo duelo com Patrício. Levou a melhor o n.º 7. Sem qualquer responsabilidade para guarda-redes leonino e da Selecção Nacional, pois se foi assim que acabou o primeiro tempo, o segundo começou com duas defesas incríveis: Coates (48’) deu de bandeja a bola a Diego Costa, que arrancou em direcçãoo a Patrício, mas o segundo de hesitação que teve à frente do nosso n.º 1 foi o suficiente para que evitasse o terceiro do Atlético. Três minutos volvidos, novamente Coates – e novamente para Diego Costa –, agora sobre a esquerda, obrigou Patrício a fechar o ângulo junto do seu poste direito... e negar de novo o terceiro. Que acabou por nunca chegar. O que deveria ter chegado era o de Montero (90+2’): um primeiro remate de Bryan Ruiz obrigou Oblak a defender sem agarrar, sobrando a bola para o colombiano que atirou por cima da trave em pleno coração da pequena área.
Venham, então, os segundos 90 minutos, com a certeza que não haverá Fábio Coentrão e Bas Dost, por castigo disciplinar, visto que ambos viram cartão amarelo em Madrid, sendo dois dos seis (juntamente com Battaglia, Bruno Fernandes, Gelson Martins e Marcos Acuña) que estavam em risco.