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Os 11 segundos que podem decidir um jogo

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

Gijs de Jong é da Federação Holandesa de Futebol e falou sobre as vantagens do vídeo-árbitro

O uso das novas tecnologias no futebol é uma realidade cada vez mais próxima e a Federação Holandesa de Futebol teve um papel preponderante para a aceitação do recurso ao vídeo-árbitro, com uma atitude pioneira ao testar esta ferramenta de auxílio aos árbitros e à verdade desportiva num Feyenoord-Heerenveen, a contar para a 1.ª Divisão holandesa. Assim, fazia todo o sentido que Gijs de Jong, director de Operações da Federação Holandesa de Futebol, fosse, também ele, o primeiro a subir ao palanque do II Congresso Internacional ‘The Future of Football’, dando início ao primeiro painel subordinado ao tema ‘Inovação no Futebol’.

“É bom para o desporto, em geral, ter um congresso sobre o futuro do futebol, a introdução de novas tecnologias no mesmo e onde existem árbitros que falam sobre o assunto e dão a sua opinião positiva. As novas tecnologias, como o vídeo-árbitro, vêem ajudar os árbitros e a verdade no desporto”, começou por afirmar Gijs de Jong, acrescentando: “Quando começámos a discutir este assunto na Federação Holandesa, a discussão não era sobre se se devia usar e o porquê de se justificar o seu uso, mas sim quando e como deveríamos começar a usar estas tecnologias”.

Durante o seu discurso, Gijs de Jong apresentou alguns dados curiosos e reveladores da influência que o vídeo-árbitro poderá ter no correcto juízo dos lances no decorrer de uma partida de futebol: em 45 jogos analisados, verificou-se a existência de 51 lances decisivos e influentes para o resultado final de cada um eles; desses 51, 12 foram mal ajuizados e poderiam ter sido corrigidos com recurso ao vídeo-árbitro. E o tempo de espera para que a decisão fosse tomada correctamente rondaria, em média, apenas 11 segundos. Para exemplificar as vantagens do recurso ao vídeo-árbitro, Gijs de Jong recorreu a um encontro entre o PSV e o Feyenoord, onde a formação da casa marcou um golo precedido de falta, mas validado perante a impossibilidade de tal infracção ter sido observada à vista desarmada. “O vídeo-árbitro não oferece 100% de certeza, mas garante uma eficácia entre os 95% e os 97%”, assegura o dirigente holandês, antes de apresentar o seu último exemplo. Desta feita, o cenário era a Premier League e o West Ham marcava o golo do empate frente ao Liverpool… com falta do avançado londrino sobre o guardião dos ‘reds’. O árbitro não viu, validou a jogada e perdeu 45 segundos a conferenciar com os seus assistentes para decidir de forma errada. “Com o vídeo-árbitro, em 11 segundos teriam tomado a decisão certa”, concluiu Gijs de Jong.