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Râguebi e futebol: serão assim tão diferentes?

Por Jornal Sporting
20 Abr, 2016

David McHugh, da Federação Irlandesa de Râguebi, falou sobre os benefícios das tecnologias

Se no futebol o recurso às novas tecnologias como instrumento de auxílio ao trabalho dos árbitros em campo e ao aumento da verdade desportiva nos resultados finais das partidas ainda é alvo de discussão, no râguebi é um dado adquirido há já algum tempo. David McHugh, da Federaçao Irlandesa de Râguebi, é um ex-árbitro da modalidade e foi o segundo interveniente do primeiro painel do II Congresso Internacional ‘The Future of Football’, subordinado ao tema ‘Inovação no Futebol’. Quando iniciou a sua carreira na arbitragem, dispunha de dois árbitros que o ajudavam na tomada de decisões, caso necessitasse; em 1999, assistiu ao aparecimento do vídeo-árbitro, apenas em situações de ensaio; em 2007, num Campeonato do Mundo, a Nova Zelândia foi eliminada devido a uma má decisão do juiz da partida, o mundo do râguebi parou e decidiu: é preciso implementar o vídeo-árbitro como instrumento de auxílio a toda e qualquer decisão que tenha influência no desfecho da partida.

“Se ficarmos parados, morremos. O râguebi não quer ficar parado e agiu, quando o devia ter feito. O futebol deve fazer o mesmo para acabar com algumas discussões e começar a ser mais verdadeiro nas decisões tomadas”, afirmou David McHugh. No râguebi, as novas tecnologias são utilizadas para melhorar as decisões e a credibilidade da modalidade, com os princípios da clareza e da transparência a fazerem-se valer. A última palavra é sempre do árbitro, pelo que o poder de decisão desta figura não é reduzido, mas melhorado pelo uso de uma tecnologia que serve de ferramenta para esclarecer toda e qualquer dúvida que a equipa de arbitragem possa ter.

O protocolo para o uso do vídeo-árbitro no râguebi é rígido e cumpre uma série de normas. O maior desafio para os responsáveis da modalidade, segundo David McHugh, é mesmo garantir que os árbitros e restantes intervenientes do jogo cumprem o protocolo. Desde o pedido de visualização da jogada nas repetições televisivas, a todo o diálogo existente entre os árbitros de campo e os que visualizam as imagens, passando pela comunicação da decisão final, tudo tem de ser cumprido à risca. No último torneio das Seis Nações, o vídeo-árbitro ajudou em 16 ensaios e 13 jogadas faltosas. O tempo demorado em cada decisão tomada vai desde um minuto aos três e esse é exactamente um dos objectivos: melhorar a velocidade de decisão dos lances. No final da apresentação de David McHugh, uma questão ficou no ar: se no râguebi já se discutem as melhorias de um sistema que já se provou útil para a modalidade, por que razão no futebol ainda se discute a sua implementação?