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Foto João Pedro Morais

Leoas visitaram o Centro Educativo Navarro Paiva

Por Sporting CP
13 Dez, 2023

Acção de responsabilidade social teve como objectivo inspirar os mais novos

Fátima Pinto, Diana Silva, Ana Teles, Olivia Smith e Jacynta Gala, jogadoras da equipa feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal, visitaram o Centro Educativo Navarro Paiva, em Lisboa, instituição de internamento para jovens em cumprimento de medida tutelar por ordem judicial. 

Esta iniciativa de responsabilidade social teve como principal objectivo a partilha de experiências entre as jogadoras, que falaram sobre as suas vivências pessoais e carreiras profissionais, e as raparigas e rapazes que vivem nesta instituição, de forma a inspirá-los tendo em vista o futuro.

A actividade, que incluiu ainda uma visita às instalações, foi organizada no âmbito do protocolo existente há já vários anos entre o emblema de Alvalade e o Centro Educativo Navarro Paiva, como deu conta o actual director desta unidade focada na reinserção social, José Falcão Amaro.

“A nossa parceria com o Sporting Clube de Portugal é fantástica. Colaboramos sempre na tentativa de proporcionar a estes jovens modelos de referência positivos para que, quando saírem daqui, possam ser reinseridos na comunidade e não voltem a reincidir no crime”, começou por dizer o responsável aos meios de comunicação do Clube verde e branco, explicando mais detalhadamente a situação em que se encontram os adolescentes que estiveram presentes.

“Estes jovens estão cá porque cometeram crimes e foram condenados em tribunal a uma medida de internamento. O nosso objectivo é proporcionar-lhes boas experiências para que se possam identificar e ter uma vida mais positiva lá fora. Este momento proporcionado pelas jogadoras foi óptimo porque permitiu aos rapazes e raparigas lidar com pessoas que estão habituados a ver na televisão. É importante eles saberem que podem chegar onde quiserem, basta quererem”.

Já Ana Teles, extremo de 22 anos Leonina, garantiu que esta visita teve um grande significado também para as jogadoras, que ficaram assim a conhecer uma realidade bem diferente da sua.

“Isto é muito importante para os jovens, mas também para nós, pois temos sempre algo a aprender com os outros. Eles tomaram decisões erradas que os trouxeram até aqui, mas ninguém tem só coisas más e acabámos por ouvir muitas histórias em que percebemos os medos das pessoas”, frisou a internacional sub-23, contando que, “ao ouvirem que é possível chegarem onde querem, muitos jovens emocionaram-se”, o que revela o impacto positivo desta actividade.

“Todos os que estiveram aqui têm um potencial enorme, mas por vezes o que nos distingue é ter ou não um suporte e quem esteja disposto a entender-nos e apoiar-nos. Sinto que eles têm muitos sonhos, podem é não ter tido o apoio certo ou tomado boas decisões por medo de errar. Desejo-lhes o melhor e que ao ouvirem um pouco da nossa história retirem algo da parte pessoal e encaixem na vida deles. Que se consigam endireitar para saírem daqui e serem boas pessoas”.

Para Ana Teles, persiste a esperança de que, depois deste dia, os mais novos possam dar outro rumo à sua vida, até pelo feedback que teve da parte deles. “Pareceram-me pessoas muito receptivas, interessaram-se em ouvir-nos e isso é algo que acontece pouco hoje: ouvir o outro. Ver o entusiasmo deles a ouvir as nossas histórias e a fazer perguntas foi muito importante e surpreendeu-me ver esse lado deles. No fim das palestras chamaram-nos para ver o trabalho deles ou para dar um abraço e é bom ver essa faceta”.