​Treinadora lamentou falta de acerto na finalização diante do SL Benfica

No rescaldo da derrota frente ao SL Benfica (0-2), em jogo da quarta jornada da Liga BPI, a treinadora Leonina Mariana Cabral analisou o dérbi, considerando que o resultado poderia ter sido outro caso as Leoas tivessem sido mais assertivas na hora de atirar à baliza, visto que tiveram várias ocasiões para marcar sem sucesso.

“A eficácia fez toda a diferença neste jogo, foi um festival de golos falhados da nossa parte. A forma como sofremos o 0-1 também não é ideal, num lançamento lateral que podíamos perfeitamente ter controlado. Depois sofremos o segundo golo num momento difícil porque estávamos a entrar na segunda parte. Era um esquema táctico ofensivo, portanto tínhamos tempo suficiente para reagir e matar a jogada, mas acabámos por sofrer o segundo golo e isso teve um impacto psicológico nas jogadoras”, começou por afirmar a técnica na conferência de imprensa pós-jogo.

“Estivemos até final a tentar e as jogadoras foram inexcedíveis nisso, mas sem conseguir marcar foi difícil voltar a entrar no jogo. Ainda tivemos uma série de ocasiões de golo, mas não conseguimos concretizar. Sabemos que são três pontos, como todos os jogos nesta Liga, e obviamente queríamos vencer aqui em Alvalade, mas não conseguimos e temos de dar uma resposta na próxima semana”, frisou.

Além da falta de eficácia, Mariana Cabral deixou outros reparos à sua equipa, que apostou muitas vezes nos lançamentos longos para levar a bola até ao último terço.

“[Fizemos isso] mais na segunda parte, forçámos porque já estávamos em desvantagem e as jogadoras queriam chegar à frente. Era importante chegar às avançadas porque o SL Benfica marcava individualmente as nossas médias e por vezes ficava difícil sair com mais qualidade a partir de trás. Por vezes saímos, mas podíamos ter feito isso um pouco melhor. Depois, o timing dos golos foi complicado, um no final da primeira parte e outro no início da segunda. Isso acabou por ter um impacto psicológico na equipa, que depois quis forçar para ter ocasiões. Acabámos por conseguir criá-las, mas sem concretizar e isso fez toda a diferença”.

A líder verde e branca, que lembrou o “muito pouco tempo de recuperação” que a equipa teve “ao contrário do SL Benfica”, pois as águias jogaram mais cedo para a Champions, abordou ainda mais a fundo o impacto negativo do 0-2 nas jogadoras.

“A clarividência acabou por ficar afectada quando sofremos o segundo golo logo no início da segunda parte. Tudo o que falámos ao intervalo acabou por ficar um pouco invalidado e acabou por ser mais complicado por isso. Já no primeiro golo, não podemos permitir que entrem no nosso bloco daquela forma num lançamento lateral”, assinalou, considerando que a postura do SL Benfica após os golos dificultou ainda mais a tarefa: “O SL Benfica fechou-se muito atrás, mais ainda na segunda parte, com uma linha de 5-4-1 que depois foi muito mais difícil para nós”.

A fechar, Mariana Cabral reconheceu que, após as duas derrotas com o Real Madrid CF e a consequente eliminação da UEFA Women’s Champions League, este resultado acaba por ser mais um duro golpe, mas lembrou que há muito para jogar.

“Obviamente não é uma semana agradável para ninguém (…) e claro que queríamos dar uma resposta neste jogo e ganhar. Ainda assim, e como disse antes do jogo, na época passada ganhámos duas vezes ao SL Benfica no campeonato e foi inútil no final. Portanto, temos de nos focar em ganhar os próximos jogos, sabendo que temos menos três pontos mas estamos dependentes de nós. É isso que interessa”.