Mariana Cabral: "No geral foi um bom jogo"
20 Jan, 2024
Treinadora do Sporting CP alerta que a equipa Leonina ainda precisa de ser “mais consistente”
Após a goleada da equipa de futebol feminino do Sporting Clube de Portugal sobre o CA Albergaria, por 8-0, nos oitavos de final da Taça de Portugal, a treinadora Mariana Cabral fez a análise à partida. “Acho que o resultado não demonstra aquilo que aconteceu durante o jogo, acho que estivemos um período um bocadinho abaixo do exigível, na primeira parte, principalmente. Foi algo que nos aconteceu também no último jogo da Liga, frente ao SF Damaiense e depois, na segunda parte, de facto, tivemos outra forma de atacar a baliza, mais agressivas, a bola a andar um pouco mais rápido, jogadoras nos espaços certos, conseguimos ter mais eficácia e concretizar em golos. No último jogo também tivemos muitas oportunidades de golo, mas não concretizámos e hoje conseguimos concretizar, creio que no geral foi um bom jogo, mas com alguns períodos em que podíamos ter estado melhor e isso é muito importante para nós. Precisamos de ser mais consistentes ao longo dos 90 minutos, porque em qualquer altura uma transição pode mudar o jogo e temos de estar sempre muito alerta”, referiu em declarações aos meios de comunicação do Clube.
A treinadora focou nos progressos registados a nível de finalização as grandes diferenças entre o jogo da Liga diante do SF Damaiense e o deste sábado, frente ao CA Albergaria. “Olhamos para o resultado e parece que foi um jogo extremamente fácil, mas por vezes os jogos contra equipas mais fechadas, são assim desta forma. Nós dominamos, temos muita bola, conseguimos ter oportunidades de golo, mas o importante é concretizá-las, porque o 1-0 nunca fecha um jogo, isso é impossível e se vamos deixando andar e demoramos muito tempo sem marcar mais, depois acabamos por poder sofrer e portanto, aí, fez muita diferença não só ter essas oportunidades, mas sermos eficazes a concretizá-las, porque foi algo que no último jogo não conseguimos fazer e hoje, isso fez a diferença”.
Mariana Cabral destacou a importância do colectivo e o excelente desempenho de grupo, com as jogadoras saídas do banco também a contribuírem com boas exibições. “Todas as jogadoras estiveram bastante bem, elas sabem que independentemente de estarem a jogar mais ou a jogar menos, se corresponderem nos treinos, elas vão ter oportunidades e é isso que acontece. É superimportante todas terem esta noção de que o talento não chega, é preciso também não só ter talento, mas correr e dar tudo como se fossemos a pior jogadora do mundo. A lógica é esta: temos de jogar como se fossemos as melhores do mundo, mas também correr como se fossemos as piores e isto é importante individualmente e colectivamente. Toda a gente aqui tem muito talento, mas também precisa de dar o litro para ter espaço para jogar. As jogadoras têm, obviamente, qualidade e deram uma boa resposta hoje, não só as que começaram, mas também as que entraram”.
Mariana Cabral abordou ainda uma situação que acabou por não acontecer, das comunicações da árbitra com o VAR serem audíveis para o público e a treinadora entende que a medida é positiva, mas tem de ser acompanhado por uma complementar. “A possibilidade de haver essas explicações é óptima, para nós entendermos melhor o que se passa, porque por vezes não o conseguimos fazer, mas também dizermos que existe vídeo-árbitro no futebol feminino não chega, porque nós passamos mesmo muito tempo com o jogo parado à espera de uma decisão, não é só por dúvida. As câmaras que existem no futebol feminino é o mínimo indispensável e as situações que aconteceram hoje que demoraram imenso tempo a ser decididas acontecem porque o ângulo da câmara não permite muitas vezes ver a linha de fora de jogo, de colocar a linha de fora de jogo. O que eu acho que é importante na perspectiva do futebol feminino é que haja mais câmaras, mas obviamente a comunicação é um passo na direcção certa, toda a transparência é uma melhoria do processo e claro que é óptimo para o futebol”.
Por fim, Mariana Cabral registou que mais importante do que a série de invencibilidade da equipa Leonina, que já vai em 14 jogos, “o importante é manter um padrão de comportamento e de forma de jogar que nos permita estar mais perto das vitórias. Isto sim, é importante, hoje estivemos com um padrão um bocadinho melhor do que na semana passada e isso permite-nos crescer para na próxima semana ter o mesmo comportamento”.
Ana Teles, que marcou um golo e fez duas assistências no triunfo da equipa Leonina por 8-0 frente ao CA Albergaria fez também a leitura ao jogo. “Voltámos às vitórias neste jogo, numa competição [Taça de Portugal] completamente diferente, porque é a eliminar, o outro jogo foi da Liga e hoje, era mais decisivo, se assim podemos dizer, porque passávamos ou não. A equipa deu uma boa resposta e mostrou que quer ganhar tudo em que estamos inseridos”.
A jogadora Leonina falou ainda das sensações de ter entrado no final da primeira parte e ter ajudado a equipa. “Entrei no final da primeira parte, estava um jogo intenso, estava 1-0 na altura e acho que consegui dar uma boa resposta e para o que treino todos os dias, consegui ajudar a equipa, isso era o mais importante e a meu ver isso foi bom, sinto que toda a gente que entrou conseguiu ainda motivar mais quem estava no jogo e contribuiu para que tivéssemos um resultado tão feliz hoje”.